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PREPARADOS PRO PENÚLTIMO CAPÍTULO?

Havia apenas uma frase que faria sentido hoje, bebida de graça. O resto era quase, quase, insignificante. Menos Dênis, que iria fazer parte da minha noite. Na estréia, Ana. Tomei um banho calmo, bem devagar, tentei agonizar menos e relaxar mais, o meu corpo estava preocupado e eu não conseguia pensar em outra coisa. Recebi uma SMS do Cosme, que dizia a hora e o lugar. Tentei parecer o mais normal possível, encarar os velhos amigos com uma cara ótima, de quem nunca esteve mal, ou melhor, de quem sempre esteve bem. Coloquei uma roupa colorida e fiquei de chinelos, enfeitei o pescoço com algumas jóias e os pulsos também.

Entrei no Fiat Uno, financiado pela minha antiga casa, e me dirigi até o local. Estacionei na porta e me curvei diante do volante, meu coração acelerou e as mãos começaram a suar friamente, talvez aquilo fosse uma péssima ideia. Estava prestes a dar marcha ré e sair de lá o mais rápido possível.

Cosme: Oi?! - bateu na janela do carro e riu. Droga!

- Oi! - acenei de volta, sai do carro meio desajeitada.

Ele me deu um abraço. Um abraço bem estranho, mistura de saudades e como é bom te ver. Decidi abraça-lo de volta, estava ficando constrangedor.

Cosme: Bom que você veio. - se afastou ainda sorrindo. - Vem, vamos entrar... - me puxou pela mão e me carregou pra dentro da casa.

Era tudo decorado e bem colorido, confesso que estava bem divertida a decoração. Era a cara do Formiga, certeza que ele ia ficar surpreso. Vi vários rostos conhecidos e tentei achar algum que era bem pessoal, mas não achei, fiquei um pouco aliviada.

Cosme: Fica de boa ai, você já conhece todo mundo mesmo. - ele riu e deu de ombros. - Volto já. - concordei com a cabeça brevemente, e voltei a olhar em volta.

DÊNIS

Thiago: Então você não vai na festa de aniversário do seu melhor amigo?

- Caralho, Thiago... Para de usar pressão, já disse que não vou.

Thiago: Fala sério, pandão... Tô decepcionado contigo.

- Eu não tô nem ai. Esqueceu que eu não ligo?! - bufei.

Thiago: Te pego em meia hora.

- Será que você é burro? - e desligou na minha cara.

Eu juro, que se ele vier, ele vai ver muito sangue.

FIM DA NARRATIVA DO DÊNIS

Marcela: Ana? - virei devagar, conhecia aquela voz.

- Marcela? - encarei-a diferente. - O que você tá fazendo aqui?

Marcela: Querendo desculpas. - disse melancólica. - Dando um jeito de arrumar tudo...

- Tanto faz. - dei de ombros.

Marcela: Você me desculpa?

- Pra que eu faria isso?

Marcela: É que eu queria isso, sinto sua falta. - eu queria conseguir ficar brava com alguém...

- Vem cá... - agarrei ela pelo pescoço e a abracei, em segundos ela chorou igual neném. - Eu te desculpo.

Marcela: Obrigada, eu sei que você tem um coração bom, diferente de mim. - sussurrou, larguei ela devagar. - Vou tomar alguma coisa, depois a gente se encontra. - disse enxugando os olhos.

- Tudo bem! - alisei de seu ombro até as mãos, por fim, ela foi.

Entendo como é difícil precisar de alguém e não ter. Marcela não é uma pessoa ruim, é mais uma daquelas que errou.

DÊNIS

- Na boa, me solta, Thiago! - gritei.

Thiago: A Mônica tá esperando no carro, dá pra vir logo! - disse me puxando pelo braço, enquanto eu agarrava o outro braço na porta. Ouvimos algumas buzinas, Mônica, claro.

- Tá! - ele me soltou e eu soltei a porta. Arrumei a camisa no meu corpo e andei com ele até o carro, de cara feia, a cara mais feia que já fiz na vida.

Mônica: Melhora essa cara, amigão! - ela disse rindo.

FIM DA NARRATIVA DO DÊNIS

E por fim, a festa começou, varias pessoas começaram a chegar. Marcela, eu e Cosme estávamos de conversa afiada, um som alto preenchia o ambiente, e muitas pessoas tomaram conta do lugar. Acabei ficando ansiosa afim de ver o Formiga, afim de saber como ele estava, saber se tem tomado juízo e ver qual a reação dele perante Marcela. De repente, o salão ficou em câmera lenta, meus sentidos falhavam, e no meio de tantos olhares, eu só conseguia ver um.

linda, louca & mimada [2] - Mariana JeveauxOnde histórias criam vida. Descubra agora