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- Como eu disse, prazer. - sorri de novo, não conseguia controlar meus lábios.

Daniel: Posso te pagar uma bebida?! - concordei com a cabeça e ele sumiu por um tempo. Depois voltou e me entregou a bebida.

Daniel: E ai, Clarinha... - ele riu e eu virei a boca de lado. - Você é de onde?

- Sou da Sans Peña... - ele me olhou curioso e deu um gole na bebida.

Daniel: Tô morando no Recreio, me mudei faz pouco tempo.

- Legal! - era sério, eu estava interessada nisso.

Dênis: Tô atrapalhando, amor? - esticou as mãos por cima do meu ombro e encarou o Daniel.

- Que?! - Daniel também olhou sem entender, mas era como se aquilo não o intimidasse, nem um pouco.

Daniel: Satisfação, Daniel. - esticou a mão na direção do Dênis e o mesmo olhou com desdém. Cutuquei o braço dele, e quando ele foi apertar a mão do Daniel, o mesmo tirou a mão e enfiou no bolso.

Dênis: Satisfação. - falou seco e encarou o coitado de cima a baixo. - E ai, vamos nessa? - olhou pra mim.

- Pra onde, Dênis? - tirei o braço dele de cima do meu ombro. - Eu tô aqui com a Marcela. - ele ergueu a sobrancelha e me encarou feio.

Dênis: Tranquilo. - deu uma risada sarcástica. - Até depois! - e sumiu na multidão. Não entendi, isso foi ciuminho? A propósito, ele me achou bem rápido!

Daniel: Seu namorado? - acendeu outro cigarro.

- Não... - encarei o copo de uísque. - Um amigão.

DÊNIS

- E ai, princesa... - susurrei no ouvido de uma loira, perto da porta do banheiro.

- Oi! - ela disse sem graça.

- A gata tem nome? - ela ajeitou o cabelo atrás da orelha.

- Alice e você?

- Dênis! - envolvi uma mão na cintura dela.

Alice: Prazer, Dênis. - agora ela cruzou o olhar, rapidamente, com o meu, mas já deu pra notar que rola.

FIM DA NARRATIVA DO DÊNIS

Estava conversando com o Daniel, ele
me faz rir involuntariamente! É estranho, ele parecer ser tão bruto, tão conservado, tão sinistro... Mas no fundo é um cavalheiro, uma pessoa legal, uma ótima pessoa pra se construir uma amizade. Eu acho.

Marcela: Ana?! - me chamou, interrompendo minha conversa com o gato tatuado. Encarei ela. - Ah, oi. - falou rápido com o Daniel, e ele devolveu uma risadinha. - O Formiga tava querendo ir pra praia...

- Sem o Dênis?! - ela riu.

Marcela: Com o Dênis... E a nova peguete dele. - olhaaaaaaa, que interessante... "Meu amigo" tá engolindo alguém por aí, e eu tentando ser uma pessoa legal. Ainda bem que aconteceu antes de eu me tornar idiota 100%. Obrigado destino!

- E ai, Daniel, quer ir? - ele deu uma risada.

Daniel: E provocar aquele mané? - concordei rindo. - É claro!

Marcela: Vamos nessa! - ela riu e já ia me puxando pelo braço mas Daniel me puxou do outro lado, fazendo nós duas parar de andar.

Daniel: Eu tô de moto... - com o cigarro entre os lábios ele falava. - Eu sigo vocês... - concordei e dei o último sorriso na balada.

Entrei no carro com a Mônica, que já parecia bem resolvida de tudo. Marcela dirigia e ria alto, eu cantava junto com o som mas olhava pro retrovisor, só pra ver se o Daniel vinha mesmo.

- Maliciosa, angelical, a mestra do disfarce, venenosa, fatal olhar que sabe usar bem, entendida, mais complicada do que fórmula de Bhaskara, mexe e faz cara, mesmo na cama que ela tira máscara... - cantávamos em uníssono, bem alto e alegre.

Ainda estava de noite, devia ser três da madruga, Marcela tinha dito que Formiga passou em casa pra pegar um violão, e que Dênis, Alan e Thiago tinham ido de carona. Paramos no posto 3 da barra, super desértico, saímos do carro e andamos pra areia, logo atrás vinha Daniel. Ele tirou o capacete de um jeito puta sexy, meu Deus... Não acredito que tô interessada de verdade em alguém sem nem conhecer. Só eu mesmo...

Marcela: Estica essa canga ai. - jogou pra mim. - Eu vou molhar os pés... - Daniel tinha chego, enfiou as mãos no bolso e ficou olhando a praia a uns 3 metros de nós.

- Que molhar os pés o que... Tem que molhar o corpo inteiro! - gargalhei e comecei a tirar a roupa, ficando só de sutiã tomara que caia e uma calcinha preta, corri pro mar enquanto Mônica e Daniel riam. Empurrei a Marcela que caiu de bunda na água, ela correu atrás de mim por longos metros, afinal, estávamos nos divertindo!

Eu e Marcela, estávamos igual crianças dentro do mar, mergulhando nas ondas e respirando o ar salgado, de longe vimos Formiga chegar com seus acompanhantes... Dênis, Alan, a loira, Thiago. Formiga apertou a mão do Daniel e Marcela acenou da água, e ele de volta.

Marcela: Tem uma parada pra nós... Uma erva fina!

- Vamos torrar isso ai... - saímos da água e eu senti o frio bater.

Abracei meu corpo e a loira me encarou feio, dei de ombros e tentei desviar o olhar, enquanto isso, Dênis me olhava e mordia os lábios a loira tentava fazer com que ele parasse de olhar, eu passei direto tentando não criar mais caso.

Daniel: Que mergulho, em... - disse rindo, e tragando outro cigarro.

- Você fuma muito. - sussurrei, cerrando os olhos no cigarro, ele riu. - Vou no carro, já volto.

Enquanto Marcela bolava uma erva ,eu vestia a saia longa preta e fui guardar o cropped no carro dela. A porta estava aberta e aproveitei pra dar uma respirada e notar o quanto aquela noite seria foda... No sentindo difícil, nada de legal.

Ouvi passos do lado de fora, em seguida uma breve tosse rouca, coloquei a cabeça pra fora e dei de cara com os sapatos do Dênis. Ele me encarou sem dizer nada, me olhava diferente, dessa vez sem raiva, ou ironia, me agarrou, entrando no banco de trás por cima de mim, segurou meu cabelo da nuca e me deu um beijão. Não sei o motivo, mas eu continuei revidando esse beijo, agarrei os cabelos dele, deixando o boné cair de lado, puxei aqueles lábios enquanto ele alisa cada centímetro do meu corpo, me fez soltar um gemido... Acordei pra realidade e empurrei.

- Tá doido? - ele se levantou.

Dênis: Como assim? Achei que a gente ficasse, ou tô te atrapalhado com seu novo amigo? - rolei os olhos.

- Tá com ciúmes? Se for isso, para. É ridículo. - bati a porta do carro e apertei o alarme, iria deixá-lo ali sozinho, antes que eu desejasse voltar no tempo e ser beijada de novo.

Dênis: Calma ai. - me segurou.

- Calma ai nada! - empurrei a mão dele. - Você não precisa respeitar ninguém... Nem você e nem a loira ciumenta lá, mas me respeita... Ou você se decide, ou eu me decido! - bati o pé, cheguei a sair furiosa de lá. Não é ciumes... É raiva desse aspecto nojento masculino. Credo!

Pisei na areia e Daniel acenou pra mim, sorri e fui na sua direção. Formiga tocava e cantava alguma coisa, no violão, enquanto os outros acompanhavam. Sentei do lado de Daniel, apoiei os cotovelos no seu joelhos e encarei ele de cima pra baixo, ele olhava fixo pro violão e mexia os lábios devagar, cantando baixinho. Era um fofo...

Formiga: E agora vem dizer, morena... - cantou puxando outra música. Marcela o olhava com total dedicação e amor, aquilo era lindo.

linda, louca & mimada [2] - Mariana JeveauxOnde histórias criam vida. Descubra agora