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📄 NOAH URREA

O fim de semana passou depressa ocupado pelo caso extenso que tinha em mãos, um transplante cardiopulmonar era sempre a nossa última opção, mas infelizmente no caso de Debbie era a única.

Eu não via Any desde que a tinha deixado em casa no sábado de manhã, após a noite que tivemos muitas conversas se seguiram, porque estar com ela era assim, era fácil, leve ao mesmo tempo em que tê-la na cama com todo o seu jeito submissa a mim era excitante e enlouquecedor.

Any parecia ser simplesmente completa de todas as formas e estar com ela me fazia tão bem quanto eu achei que faria.

É impossível não sentir vontade de cuidar, estar lá para ela em todos os momentos, porque é assim que eu sou, da mesma forma que me proponho a cuidar dela inteiramente na cama, também me proponho a fazer na vida.

Mas, não poderia afirmar que sou seu dominador, ou que ela é minha submissa, nossa relação não tinha estabilidade para isso, então no momento tudo ainda era indefinido e me peguei pensando que talvez eu não goste muito disso.

Assim que cheguei ao meu consultório no hospital, Amanda entrou logo depois com alguns papéis em mãos.

——— Bom dia. – sorriu. – Os exames da manhã estão bem melhores. – afirmou me mostrando os resultados recém adquiridos.

——— Sim, ela está tendo alguma melhora se seguir nesse ritmo o próximo órgão que aparecer pode ser dela. – afirmei olhando para os papéis.

——— Eu tenho que confessar. – começou baixo. – Estava com saudade de trabalhar com você. Lembro que costumava ser nada comportado quando trabalhávamos juntos. – sorriu.

——— Amanda. – suspirei deixando as folhas na mesa.

——— Eu tento parar, juro que tento. – sussurrou. – Mas, às vezes, sinto falta de tudo que fazia comigo. Sinto falta de como me deixava frágil ao me dar prazer. – confessou.

——— Eu estou saindo com uma pessoa. – murmurei sem nem me dar conta. Mas eu sabia, sabia que se não desse um basta agora eu seria sempre aquele que pareceria esperar por ela, e eu não queria mais isso.

Voltar a ativa com Any me fez resgatar esse lado que eu havia sufocado por três anos, eu não tinha que me sentir mal pelo que aconteceu, algumas pessoas simplesmente não tem capacidade de segurar suas calças no lugar, o problema é com ela, não comigo.

——— Você... está saindo com alguém? Tem uma nova sub? – me encarou desconcertada.

——— Eu estou seguindo em frente Amanda, você devia se concentrar em sua relação com Nate e no trabalho que temos que fazer aqui. – afirmei reunindo os papéis. – Não ultrapasse os limites. – aconselhei e Amanda mordeu o lábio inferior.

——— Me puniria se eu o fizesse? – perguntou baixinho.

——— Eu não sou mais o seu noivo ou o seu dom Amanda, você não tem mais direito nem as minhas punições. – expliquei calmamente abrindo a porta do consultório para começar a ronda da manhã.

Any conversava animadamente com Beth perto da recepção do balcão da enfermagem e me aproximei parando ao seu lado.

——— Oh, bom dia doutor Urrea. – Beth sorriu e sorri educadamente para a senhora à minha frente.

——— Bom dia Beth, linda como sempre. – elogiei a senhora que sempre ruborizou.

——— E o doutor galanteador como sempre. – brincou batendo em meu braço. – Eu vou pegar o carrinho para a ronda. – avisou se afastando.

Urrea ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora