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📄 NOAH URREA

8 meses depois...

Oito meses se passaram entre idas e vindas e chamadas de vídeo finalmente estávamos juntos para uma das nossas maiores aventuras. Os meses se passaram como dias e o dia de hoje se passava como um ano graças a minha ansiedade.

Eu iria me casar, finalmente eu iria me casar.

Como diversas vezes em que sonhei com esse momento e como achei que ele jamais se repetiria em minha vida eu estava feliz, apesar de todo medo, eu estava feliz.

A semana que antecedeu o dia de hoje foi abarrotada de trabalho para que eu pudesse tirar os dias da minha lua de mel com Any, minha pequena, eu não sabia dizer quem de nós dois estava mais ansioso.

Não nos víamos desde ontem, minha irmã havia sequestrado ela para uma despedida de solteiro enquanto Josh e seus estranhos amigos me levavam para o mau caminho.

Mas eu não conseguia deixar de pensar que hoje definitivamente seria um dos dias mais felizes da minha vida.

——— Já está pronto querido? – perguntou minha mãe adentrando o quarto com seu vestido vermelho esvoaçante.

——— Sim, só falta a gravata. – murmurei pegando a mesma e minha mãe se aproximou tirando—a de minhas mãos.

——— Eu coloco para você, afinal, quando terei essa chance novamente já que nunca me deixa cuidar de você. – resmungou e revirei os olhos.

——— Sem drama dona Wendy. – sorri.

——— Me lembro como se fosse ontem a primeira vez que usou uma gravata, no dia do baile da escola, lembra? Ficava reclamando que a gravata apertava e que nunca mais usaria uma, agora já está se casando. – suspirou emotiva.

——— Mãe, não acha que já chorou demais nos últimos dias? Nem no casamento da Lin você chorou tanto.

——— É diferente meu filho, você é meu rapaz, e já se machucou tanto com essas coisas que é inevitável transbordar ainda mais de alegria por esse momento, ainda mais com uma moça tão incrível como Any, ——— afirmou terminando o nó da gravata e acariciou meu rosto. – Eu te desejo toda a felicidade do mundo meu filho.

——— Eu sei mãe. – sorri lhe abraçando. – Agora vamos antes que você comece a chorar novamente. – afirmei, mas, já era tarde demais, dona Wendy já se debulhava em lagrimas em meio ao sorriso e limpei seu rosto tentando não arruinar sua maquiagem. – Você me acompanha até o altar? – sorri beijando sua mão e minha mãe bateu em meu ombro.

——— É claro, ninguém ousaria acompanhar meu filho até o altar além de mim. – afirmou secando o rosto e entrelaçou seu braço ao meu para finalmente sairmos do quarto.

O caminho do quarto até o elevador e do elevador até o salão de eventos do hotel que havíamos reservado para o casamento não foi o bastante para aquietar meus batimentos ansiosos.

Quando a música tocou indicando que deveria entrar e que o momento de a ver estava mais próximo eu já não pude controlá—lo. E com o coração descompensado eu segurei na mão da minha mãe e segui pelo tapete vermelho até o altar enfeitado com belas flores.

Eu pude contar cinco minutos até que o instrumental da música que Any havia definido como nossa começou a tocar e quando ela apareceu tudo ao meu redor se tornou invisível.

Se há alguns anos me perguntassem se eu me imaginaria aqui novamente eu responderia não com toda a certeza do mundo, mas agora eu não poderia imaginar lugar melhor para estar.

Urrea ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora