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A música traduzida que será apresentada é "Slay" do grupo "Everglow", caso queiram escutá-la durante a leitura. Boa leitura <3.

A sala estava mergulhada em um silêncio profundo, e a penumbra era dissipada pela luz da lâmpada suspensa no teto e pelo brilho da tela do notebook, que permanecia acesa. O suave rangido da porta de madeira se abrindo ecoou na sala, rompendo o silêncio que pairava.

Da porta emergiu um indivíduo de não muito alto, com cabelos castanhos e um pouco encaracolados que caíam suavemente sobre sua testa. Ele fechou a porta com um movimento firme e dirigiu seu olhar ao ambiente um tanto desorganizado. Seus olhos pousaram na mesa repleta de pastas, papéis e alguns origamis coloridos de tsuru feitos de post-it, alguns deles espalhados pelo chão. Além de notar um jovem deitado com a cabeça afundada sobre os braços.

A figura se aproximou da mesa, fechando o notebook lentamente. Com um gesto suave, sacudiu o garoto que estava jogado sobre ela.

— Jeongin, acorda. Já está quase na hora de fechar. — Como resposta, recebeu apenas murmúrios incompreensíveis.

Jisung não desistiu e sacudiu um pouco mais forte. Desta vez, Jeongin acordou com um sobressalto, seus olhos se arregalaram e ele olhou ao redor da sala com uma expressão confusa e ligeiramente assustada.

— Hã? O quê? — ele balbuciou, ainda meio atordoado pelo sono repentino.

— Calma, respira. Sou eu, Jisung.

Ele coçou os olhos e olhou ao redor da sala, tentando reconhecer onde estava. Seu olhar finalmente pousou nas pilhas de papéis na mesa, sem expressar nenhuma emoção particular.

Jisung seguiu o olhar de Jeongin e então focou sua atenção nos origamis de papel espalhados pela mesa.

— E como está sua ansiedade? Anda dormindo direito? Tomando seus remédios certinho? Não minta pra mim, Yang Jeongin — Jisung falou, cruzando os braços e encarando o amigo com seriedade.

Jeongin suspirou e passou a mão pelo rosto, tentando espantar o restante do sono e se concentrar nas palavras de Jisung.

— Está tudo bem, Jisung. Não precisa se preocupar tanto — respondeu Jeongin, esboçando um sorriso fraco. — E, pra responder às suas perguntas, a ansiedade tá sob controle, mais ou menos, e sim, tô tomando os remédios direitinho.

— Hum… — assentiu, mesmo desconfiado. — Você está aqui até essa hora? Não devia estar em casa?

Jeongin suspirou novamente, passando a mão pelos cabelos bagunçados.

— Desculpa, é que as notícias do caso não me deixaram em paz. E você? Não sabia que você tinha hora extra hoje

— Eu preferi ficar para revisar algumas coisas e analisar melhor os resultados da perícia — ele disse, pegando um dos origamis e brincando com ele. — O Minho quase me mata — riu fracamente, lembrando do drama do namorado sempre que ele decidia ficar até tarde no trabalho. — Ele diz que não faz bem ficar acordado até tarde no trabalho — falou, dando ênfase.

Jeongin fez uma careta.

— Eu já entendi, Jisung. — Ele suspirou, parecendo cansado.

— Não parece, quantas horas você dormiu hoje?

— Talvez umas cinco...?

Jisung lançou um olhar repreensivo para Jeongin, que levantou as mãos em rendição.

— Já entendi, senhor Han Jisung. Não precisa vir com mais uma bronca.

— Acho bom mesmo. Você tem que maneirar no trabalho, eu sei que você quer se dedicar por ser seu primeiro caso grande e tal, mas você tá exigindo muito de si mesmo — disse Jisung com preocupação.

Black Swan || HyuninOnde histórias criam vida. Descubra agora