- Te amo. - Gelei. - Tudo bem... Desculpa.
- Não! Simon, eu...
- Não precisa responder. Não era pra sair isso.
- Mas, Simon...
- Sério, não precisa. Vamos passar no caixa pra pagar essas coisas e eu te deixo em casa. - Mas...
- Eu não quero magoar você.
- Não to magoado, Sophie. Já disse. Não era pra sair aquilo. - Parei na frente dele, obrigando ele me olhar.
- Eu gosto de você. Tipo, mesmo.
- É diferente...
- Eu sei que é diferente do que você sente. - Disse interrompendo-o. - Eu não quero mentir pra você. E lembre-se: essas coisas acontecem aos poucos. - Ele riu irônico. Eu odeio quando fazem isso pra mim!
- Nos conhecemos a mais de 10 anos, Sophie!
- Sim, mas eu só te via como meu melhor amigo! Tenta me entender! - Ele não falou mais nada. Simon é mais complicado que eu! Chegou a nossa vez no caixa e a garota ficou cheia de sorrisinhos. Vadia.
- Vai querer parcelar? - Ela perguntou.
- Sim. Dinheiro não nasce em árvore. - Simon resmungou.
- Quer meu telefone também?
- Como é? - Perguntei e ela me olhou.
- Algum problema? - Ela disse pra mim ainda com um sorrisinho na cara.
- Todos os problemas do mundo! E pode tirar esse sorrisinho de vadia da cara. É só pra passar as compras. - Ela revirou os olhos.
- Mais alguma coisa?
- Não. - Disse seca e peguei a sacola.
Entramos no carro e o Simon dirigiu até a saída do estacionamento. Ele riu e eu olhei assustada pra ele. Isso aconteceu enquanto ele subia a rampa do estacionamento que fica no subsolo. Vai que o carro desce.
- Simon?
- Você quase voou na menina do caixa!
- Para de mentir!
- Não to mentindo. Para as outras pessoas, você com ciúmes dá um pouco de medo por ser agressiva. Mas eu acho totalmente fofo.
- Cala a boca. - Disse e empurrei ele sem muita força. Ele ainda ria, me fazendo rir também. Ficamos um tempo em silêncio. Pra quebrar o gelo, liguei o rádio. Depois de uns cinco minutos, ouvi ele respirar fundo. Eu me fazia de desentendida com o rosto virado pra janela.
- Hoje você vai lá pra casa. - Ele disse sorrindo.
- Vou? - Simon fez que sim com a cabeça. - E vai ter o que pra eu comer lá? - Ele olhou de relance pra mim e sorriu malicioso.
- O que você quiser.
- Simon! - Ele riu. To chocada.
- Ué, você perguntou.
- Eu perguntei na inocência, seu tarado! - Ele ainda ria.
- Tem salgadinho e bolo de chocolate com recheio. E... Tem coisa pra fazer mousse.
- E você espera que eu faça?
- Espero que você me ajude. Sabia que o bolo fui eu quem fiz? - Tive que rir.
- Deve ter veneno, então. Ou vai me dar disenteria.
- Então, não come. Mas já vou avisando que você vai ficar na vontade.
- Veremos.
(...)
- Poxa, Simon, um pedacinho só. - Eu estava quase implorando por um pedaço de bolo. E pois é... Ele realmente não quer me dar um pedaço. Absurdo.
- Você não disse que tem veneno? - Revirei os olhos. Ele fazia o tal mousse e eu estava sentada na bancada dando apoio moral. Ou observando. Chamem como quiserem.
- Odeio quando você me deixa na vontade, sabia?
- Você sempre me deixa na vontade e eu não reclamo. - Parecia que todo o meu sangue tinha ido parar nas minhas bochechas. Bom, Simon era experiente. E eu... Eu nunca vi um menino sem calça na minha frente. Desde a semana passada, nossos beijos tem ficados mais intensos. Mas é óbvio que não vai passar disso, apesar do idiota sempre ficar mandando indiretas iguais a essa.
- Para. - Disse e ele riu, provavelmente, das minhas bochechas coradas. Simon adora rir de mim.
- Não quero pressionar você.
- Que bom né. Tá há quanto tempo sem? - Ele olhou pra mim.
- Sério que você tá me perguntando isso?
- Responde logo.
- A Ruth foi a última. - Ele disse baixo. Nossa, Simon, que nojo.
- E a Karen?
- O que tem a Karen? - Então não teve uma segunda vez com a vadia...
- Nada não.
- Lembra daquela viagem que o povo da minha sala estavam pensando em fazer? - Fiz que sim com a cabeça. - Falei com a minha mãe ontem.
- Então vocês vão mesmo? - Ele assentiu. - Quando?
- 26 de dezembro. Vamos passar a virada do ano em Los Angeles. - Desde quando eu me conheço por gente, passamos o fim de ano juntos. - Você podia ir.
- Ah, claro. To no aeroporto esperando você já. - Disse irônica.
- Eu peço pra minha mãe falar com a sua.
- Nem eu dando um bolo minha mãe vai deixar eu viajar sozinha com um bando de adolescentes irresponsáveis.
- Um deles sou eu!
- Piorou! - Ele colocou o mousse na geladeira e veio até mim, colocando as mãos no meu quadril.
- Eu quero que você vá. - Simon falou baixo. Mordi o lábio.
- Eu também. - Respondi no mesmo tom.
POV Justin
- Vocês enlouqueceram?! - Perguntei quase tendo um ataque cardíaco! Deixe-me explicar o que aconteceu: Sophie chega aqui em casa com o Simon e ele pede pra falar com a gente. Eu já achava que ele ia pedir oficialmente a Sophie em namoro. Como não era isso, duvido que ele vá pedir pra mim algum dia.
Mas voltando... Ele e sei lá quem vão viajar no ano novo. E ele veio pedir pra Sophie ir junto. Imaginem minha filha viajando sem nenhum adulto por perto e ainda com esse franguinho?! Esses dois querem me ver na cova!
- É só uma viagem. - Sophie disse e abaixei a cabeça, colocando uma mão no rosto, já que a outra estava pousada em cima da mão da Jenny.
- Minha filha tem estrume no lugar do cérebro.
- Pai!
- Que é? - Perguntei. - Não adianta perguntar de novo e ficar enchendo meu saco, a resposta é não.
- Não é nem uma semana. E não vamos pra Ibiza. É só Los Angeles.
- Não.
- Mãe!
- É quase um absurdo você pensar que íamos deixar. - Jenny respondeu.
- Posso ver filme na casa do Simon pelo menos? - Sophie perguntou irritada. Ri.
- Pode. - Respondi e, pouco tempo depois, ouvi a porta fechar. - Estamos sozinhos. - Sussurrei no ouvido da Jenny.
- Hm... Foda-se.
- Qual é, Jenny?! - Perguntei indignado. Ela riu.
- To cansada. - Ela respondeu ainda rindo.
- Fica me negando. - Ela levantou e pegou na minha mão, me puxando.
- Vem, idiota. - Sorri.
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I Hate You - 2 season {TERMINADA}
FanfictionDoze anos se passaram, mas praticamente nada mudou. Pra loucura da Sophie, a mãe da Jenny continua a mesma e o ciúmes do pai só ficou pior. Jenny tem de lidar com isso, com as loucuras da filha, com um chefe insuportável no trabalho... Será que a Je...