- Mãe, eu não vou levar isso. - Ela queria que eu levasse aquelas coisas exóticas (não falo erótica porque aqui tudo é) e que parece que só prostituta usa.
- É alguma data comemorativa? Ou uma despedida de solteiro? - O vendedor perguntou. Eu pareço mais nova do que aparento então? Ou ele tá me chamando de encalhada por fazer uma despedida de solteiro com essa idade?
- Aniversário de casamento. - Minha mãe respondeu.
- O que mais sai?
- Pra aniversário de casamento ou namoro, o que mais sai são fantasias. - Ele apontou pra uma cabine que tinha mais pro canto da loja.
- Isso é constrangedor. - Murmurei e minha mãe olhou feio pra mim.
- Aquilo é o mais normal que tem. - Ela disse. - Ele não gosta de basquete?
- Que que eu vá de que? De bola? - Perguntei irritada.
- Não, idiota, de líder de torcida.
- Pelo amor de Deus, eu não tenho vinte anos.
- Mas ainda tá gostosa. - O cara disse e olhamos pra ele. - Desculpa. - Pelo menos minha auto estima tá bem elevada agora.
- Tem como provar esse pedaço de pano? - Perguntei pegando o troço.
- Tem. - Ele me levou até o provador e eu me troquei. Me olhei no espelho que tinha lá. Isso não vai prestar. Bom, essa é a ideia, certo?
- Mãe, chega aqui! - Chamei abrindo uma fresta da porta. Não ia deixar o cara me ver assim né. - Como ficou?
- Bom.
- Só isso?!
- Quer que eu diga o que? Que você tá linda e gostosa? O homem que tá atendendo a gente já disse. E olha que ele não te viu assim. - Ela não precisava berrar pra América inteira ouvir.
- Quer foder me beija né. Fala mais baixo! - Sussurrei e ela revirou os olhos. - Ela saiu do provador e eu coloquei minha roupa. - Vai isso mesmo. - Disse pro cara e fomos pagar.
(...)
- O que acha dessa? - Perguntei sobre a cesta pra minha mãe. A loja já estava quase fechando e as vendedoras queriam matar nós duas, porque só tinha a gente na loja.
- Acho muito simples.
- E essa cheia de frufru?
- Justin é um homem. - Senhor... Dai-me paciência.
- Mãe, eu tenho que ir embora logo. Ainda tenho que despachar a Sophie.
- Ela vem comigo. Olha essa que bonitinha.
- Já pegamos o vinho, os morangos...
- Vai levar chantilly?
- Não quero nem saber o que eu faria com isso. Enfim, já pegamos as velas também... Acho que nem precisa de cesta.
- É... Talvez. Bom, vamos ou as vendedoras vão expulsar a gente a vassouradas daqui.
- Acho melhor fazer tudo hoje. Onde eu vou esconder a roupa? - Perguntei pra minha mãe já pagando.
- Você que sabe...
(...)
- Cheguei! - Disse entrando em casa. - Sophie, você vai pra casa da sua vó. - Disse quando a vi jogada no sofá comendo.
- Imaginei pela data. Arrumei uma mochila pra mim já.
- Ah... - Até ela lembrou e eu não. - E cadê teu pai?
- Não chegou ainda. Oi vó!
- Oi, meu amor. - Sophie olhou para as sacolas na minha com uma careta.
- Não acredito que você foi pra esse lugar!
- Que lugar, menina?
- É uma sacola preta.
- E daí?
- Sacola preta é muito coisa de sex shop. - Minha mãe riu. - Você esqueceu e não sabia o que fazer né? - Ri nervosa. - Mas tudo bem. Papai nem vai ligar.
- Que bom né.
- Vó, posso sair com o Lucas hoje?
- Ô, garota, você tá de castigo. - Disse.
- Mas eu vou tá na casa da vó. A responsabilidade é dela, certo?
- Só no seu mundo.
- Vó!
- Eu não tenho nada a ver com isso. Vocês que são brancas que se resolvam. - Eu e a Sophie olhamos pra ela. Minha mãe é mais branca que folha de sulfite. Ok né.
- Bom, tchau pra vocês duas. - Expulsei elas de lá e subia pra tomar um banho rápido. Acendi as velas no quarto e apaguei todas as luzes da casa. Coloquei aquele pedaço de pano e vi que dentro da embalagem tinha dois pompons. O que eles esperam que eu faça com isso?
- Jenny? - Ouvi a voz do Justin no andar de baixo e depois a porta da sala fechar. - Faz massagem no meu pé? To cansadão. - Ouvi a voz dele agora no corredor. Minha vontade foi de pegar uma vela e atacar naquela cabeça loira dele. - Cadê você? - Ele abriu a porta do quarto e sorriu. Quando ele me viu, arregalou os olhos e eu escondi meu rosto nas minhas mãos. - Tá com vergonha?
- Talvez. - Minha voz saiu abafada. Senti a sua respiração junto com a minha. Ele tirou minhas mãos do meu rosto e botou nos ombros dele, logo depois colocando suas mãos na minha cintura e grudando meus lábios no seu.
(...)
- Você tava linda. - Justin disse acariciando minhas costas e eu ri.
- Lógico que tava. Você não gosta de pano. - Ele que riu dessa vez.
- Mas por que você adiantou?
- Porque eu não sabia onde guardar as coisas.
- Hm... Então, agora a minha surpresa. - Ele disse e se levantou, indo até o paletó. - Eu acho que você vai gostar.
- Devia ter certeza. - Falei e soltou uma risadinha. Ele voltou com um envelope. - É a chave de uma casa?
- Não fode né, Jenny.
- Chave de um carro? - Perguntei esperançosa. Meu carro tá pedindo pra morrer já.
- Não. - Ele disse rindo. - Abre logo. - Abri. Minha boca se formou num perfeito "O" quando vi o que era.
- Não acredito que vamos pra Vegas! - Pulei no pescoço dele.
- Vamos ficar no mesmo hotel que aquela vez. E dessa vez, vamos sozinhos, claro. - O beijei. Isso é perfeito!
- Quando vamos?
- Amanha é sexta? - Fiz que sim com a cabeça sorrindo. - Então, amanhã. - Abri ainda mais o sorriso e ele sorriu abertamente também.
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I Hate You - 2 season {TERMINADA}
FanfictionDoze anos se passaram, mas praticamente nada mudou. Pra loucura da Sophie, a mãe da Jenny continua a mesma e o ciúmes do pai só ficou pior. Jenny tem de lidar com isso, com as loucuras da filha, com um chefe insuportável no trabalho... Será que a Je...