I need a cake

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POV Sophie

Eu e o Simon estávamos sentados no banco que tem no jardim de casa. Eu não sabia como começar a falar e o Simon me olhava esperando que eu fizesse isso.

– Então...? - Ele começou. Suspirei.

– Mesmo o erro não sendo meu, nem pense em falar que não tenho erro nenhum, eu... - Limpei a garganta. - Eu... Peço desculpas.

– Sophie Bieber pedindo desculpas pra mim? - Ele disse rindo.

– Para de piadinha. Eu to falando sério.

– Fiquei até com medo agora. - Simon disse ainda rindo.

– Para de ser babaca. É sério. - Ele suspirou.

– Tá... Desculpa. E eu não fui lá.

– Lá onde?

– Na casa da Karen no domingo.

– Hm... E aconteceu uma coisa. - Ele continuou me olhando. Mordi o lábio olhando pra baixo. - Lucas me procurou.

– Vocês vão voltar? - Fiz que não com a cabeça.

– Só achei que você devia saber. - Ficou um silêncio totalmente constrangedor. Eu olhava pra tudo quanto é lugar, menos pra ele. Mas sentia o olhar dele em mim. Eu senti que corei. Ele deslizou a mão dele e grudou na minha. Eu estava tão corada, que estava me dando dor de cabeça. Pelo amor de Deus! Eu já dormi na mesma cama que o Simon! Óbvio que não rolou nada. Se eu tinha 12 anos era muito.

– Tá com frio? - Ele perguntou quando me arrepiei.

– Um pouco. - Ele me puxou, me fazendo ficar de costas pra ele, mas abraçados.

– Adoro você. - Sorri. - Apesar de você ser chata pra cacete. - Me virei pra ele.

– Eu chata? E você que vive enchendo o saco? - Ele me deu um peteleco na cabeça!

– Olha como fala, pirralha.

– Nossa, falou o vovô!

– Sou mais velho que você.

– Nem dois anos, Simon.

– E daí? Continuo sendo mais velho. - Ele disse rindo, me fazendo rir junto.

– Quero entrar. To com frio. - Ele concordou com a cabeça. - Espera. - Ele parou e ficou olhando pra mim. - O que a gente agora?

– Toda vez você vai perguntar pra mim? - Dei de ombros. - Ainda não sei. - Mordi o lábio.

– Eu sou...

– Única? Sempre foi. - Sorri. - Vem. Vamos entrar. - Peguei na mão dele e entramos.

(...)

– Mãe, um dia só! Eu compenso depois. - Disse pela milésima vez. Ia ter a festa do ano sábado e minha mãe não quer deixar eu ir por causa do castigo.

– Tu é que nem teu pai. Acha que tudo dá pra compensar. - Sentei no sofá do lado dela.

– É um dia só.

– Você não vai. Para de encher o saco.

– Maldade sua.

– É. Me traz uma capa que agora eu virei uma bruxa. Alias, a capa tem que ser gigante, porque se estiver frio, ela vai ter que fechar né. - Revirei os olhos.

– Mãe, não viaja. Pensa na festa.

– Só se você comprar um frango frito pra mim. - Revirei os olhos.

– Não.

– Tá vendo! Você não colabora!

– Você não pode comer fritura. Compro bolo recheado, pode ser?

– Não sei. Vou pensar.

– A festa é amanhã!

– Então! Posso te falar mais tarde.

– Tá né. - Fui pro meu quarto. Peguei o celular e liguei pro Simon.

– Preciso de dinheiro. - Disse quando ele atendeu.

– Oi pra você também. - Ele disse e eu revirei os olhos. - E você fez eu parar o jogo só pra isso?

– Só vou na festa se eu comprar bolo recheado. E tem que ser da padaria porque eu já conheço minha mãe.

– Que feio, menina! Fica comprando tua mãe.

– Ela que sugeriu, não eu.

– Ela pode comer bolo?

– Não sei. Um pedaço não vai matar ninguém. Você vai me ajudar né? - Ele ficou em silêncio.

– GANHEI! - Ele berrou no meu ouvido!

– Ganhou o que, menino?

– Nada. É no jogo. Ganhei do Scott. E só tenho dinheiro pros convites. - Bufei.

– Preciso de um bolo.

– A gente pode fazer.

– Ah, claro! Simon, você imagina algum de nós dois cozinhando algo comestível?

– Bom, é óbvio que eu tenho problemas na cozinha. - Capaz de ele botar fogo se tentar cozinhar alguma coisa. - Mas... Sua vó é dona de um restaurante. Vai me dizer que não sabe nada? - Já disse que eu tenho vontade de beijar esse menino?!

– Algumas vezes, você é a pessoa mais inteligente que eu conheço! Te ligo mais parte pra gente combinar sobre como eu vou sair daqui.

– Sophie, eu não entendi. - Ele resmungou isso. Ou acho que resmungou.

– Bye! - Desliguei e liguei pra minha vó.

– O que você quer dessa vez? Se livrar do castigo? - Nossa, que meiga.

– Oi pra você também, vovó.

– Tem festa hoje?

– Hm... Por que?

– Porque eu te conheço. - Revirei os olhos.

– Preciso de um bolo.

– Aniversário de quem?

– Ninguém! Eu só preciso.

– Vou ver aqui... Preciso desligar.

– Ok. - Murmurei.

– Te amo.

– Também te amo.

– Agora que você tá com o Simon, não esquece de ler o livro que te dei!

– Eu não vou ler esse livro, vovó.

– E por que não? É sempre bom saber coisas novas.

– É um livro sobre sexo. E mesmo que eu quisesse... Meu pai confiscou, lembra?

– Eu te dou outro.

– Não precisa! Bom, você tem que desligar, né? Beijo! - Desliguei. Agora é só pensar em como sair daqui amanhã a noite.


I Hate You - 2 season {TERMINADA}Onde histórias criam vida. Descubra agora