3, Pupilas

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Diariamente reprimo o que sinto,
finjo, ou tento, não sentir.
Em algum lugar eles se escondem,
do grande monstro eles correm,
meu monstro pensador
detonador de sonhos,
meu grande monstro racional.

Meus olhos veem
onde eles se escondem:
no fundo do baú vermelho
que dizem ser o lugar de onde eles vêm.
Então, retornando ao seu local,
Reprimem-se,
Escondem-se,
fingem que nunca foram vivos
a ponto de eu os sentir a flor da pele.

Minhas pupilas dilatam
a procura de alguém que os tire do esconderijo,
o herói que os salvará,
pois uma vez que saem
não devem retornar.

No seu local de origem eles se apertam
a ponto de explodir-me por dentro.
Saudade do tempo em que eu não me matava internamente,
Mas sentia vividamente. 

Gritos Do Meu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora