capitulo 03.

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"I wanna be your vacuum cleaner
Breathing in your dust
I wanna be your Ford Cortina
I will never rust
I just wanna be yours"
I Wanna Be Yours — Arctic Monkeys.

5 anos trás.

Salem, Massachusetts23 de outubro, de 2018

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Salem, Massachusetts
23 de outubro, de 2018.

Nunca sabemos ao certo quando que nós nos apaixonamos por alguém, nunca sabemos direito se é amor, ou apenas uma sensação maluca pelo corpo. Acho que um dos sentimentos mais confusos de se desvendar e descobrir, é o amor. Como que nós passamos de um olhar amigável e doce pra um loucamente apaixonado? Como que nós passamos de leves toques em pirasses-esconde, ou pega-pega, para mãos dadas por baixo de lençóis ou mesas de jantar? Como que nunca nos questionamos o porque ter raiva todas as vezes que qualquer garota se aproximasse do seu amor? Talvez negar tanto o fato de que era amor, fosse pelo medo de que se aquilo fosse realmente amor, seria um caminho sem volta.

Era inverno na cidade, não se passava das 20:02 da noite, já podia se vê as estrelas no céu e o nevoeiro se iniciar pelas florestas a vista, e eu estava escorada no estofado que ficava ao lado da enorme janela de vidro, segurando um livro nas mãos, que eu estava doida para ler, mas que até então não tinha nem me dado ao trabalho de ler alguma palavra ali. Eu estava ansiosa demais, um de meus pés balançavam freneticamente para cima e para baixo, olhando as horas em meu telefone a cada segundo.

Já estava na hora dele aparecer, ele sempre vinha por volta das oito, ou oito e meia; mas ele sempre chegava em ponto; e ele sempre vinha, não teve um dia desde os meus 11 anos que ele não veio me visitar aqui, no meu quarto; querendo me levar para longe daqui, querendo me mostrar o mundo dele e o que poderíamos fazer com nossos sobrenomes.

Me desvencilhiando dos pensamentos nervosos de que talvez ele não viria hoje, já arrumando algum meio de não deixar que meu coração se apertasse com aquela ideia. Pude ouvir pedrinhas sendo jogadas em minha janela e sorri; olhei rapidamente as horas, e sorri mais ainda, ao ligar os pontos, 20:10.

Abro rapidamente o vidro, empurrando para o lado, esperando que ele subisse de algum forma, como ele sempre fazia, não sei como ele subia ali, mas ele conseguia todas as vezes, eu tinha muita dificuldade de me pendurar na árvore e da árvore a casa; até minha janela, mas ele sempre me segurava e me apoiava, sempre dizendo que nunca me deixaria cair.

—— Oi pequena. — meu coração amolece em segundos.

—— Oi bry, você veio! — eu sorrio, e vejo que ele faz o mesmo, mostrando suas covinhas mais fofas do mundo.

—— Vem cá, vem. — ele pede, abrindo os braços em minha frente, assim que entrou pelo quarto, e eu rapidamente me aconchego em seu aperto.

𝖻𝗈𝗋𝗇 𝗍𝗈 𝖽𝗂𝖾.Onde histórias criam vida. Descubra agora