- prologo

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NARRADOR POV

   Cellbit tateou o chão desesperado, enxergava o tom bege do barro no chão embaçado, não fazia ideia de onde seus óculos estavam, tinha sangue por todos os lados do corpo, e aquela arma que ele não fazia ideia do nome estava pesando sobre suas costas, seus olhos se encheram de lágrimas pela vigésima vez naquele dia, suas mãos tremiam e ele estava sozinho.

    De um lado do campo de batalha, BadBoyHalo flutuava sereno, observava a desgraça que a última batalha havia causado, corpos dilacerados espalhados pelo barro, corvos se aproveitando do banquete, não era nem de longe uma cena bonita, era na verdade, bastante bizarro, mas não era a pior coisa que aquele não humano havia presenciado em sua longa vida. Continuou seu caminho, o cantar dos passarinhos passou a ser a trilha sonora daquela cena, avistou de longe então, um corpo, uma pessoa. Não era um soldado comum, por mais que estivesse distante conseguia ver que era uma criatura magra demais para carregar armas tão pesadas. Parecia quase uma...criança. E aquela probabilidade o assustou.

    Cellbit continuava sua busca pelos seus óculos, tateava o chão, agora, frustrado, grunhia quando suas cicatrizes abertas tinham contato com a poeira que circulava pelo ar por conta do vento. Estava prestes a desistir e tentar se adaptar com sua visão turva, mas, ouviu algo atrás de si. De início pensou que fosse um soldado do Time inimigo, que estaria morto naquele momento, mas quando se virou, preparado para sua morte dolorosa, teve a visão de uma figura preta, não conseguia identificar o seu rosto e nem muito menos seu aspecto, mas recuou.

— Por favor não me machuca...por favor eu só to procurando meu óculos — colocou as mãos na frente de seu rosto tentando se proteger, se arrastou mais um pouco acabando por cair de costas algumas vezes, mas não sentiu nada além da presença da figura ainda parada em sua frente

— Parece que isso é seu — quando o loiro teve coragem suficiente para tirar as mãos do rosto, conseguiu enxergar de maneira ruim o seu óculos um pouco sujo nas mãos da criatura que não parecia um soldado. Isso o fez questionar se realmente ainda estava vivo.

   Assim que agarrou seu óculos, e conseguiu ver quem realmente era a coisa, ou pessoa em sua frente, sua reação instantânea foi agarrar a sua arma e apontar na direção daquela...coisa. BadBoyHalo não pareceu se intimidar — "é claro que ele não vai atirar!" — pensou confiante, mas foi surpreendido por um barulho estupidamente alto, um tiro que felizmente o garoto havia errado.

— Calma! Eu não vou te machucar! — movimentou as mãos tentando confortar o mais novo

— VOCÊ JÁ SE OLHOU NO ESPELHO CARA? VOCÊ É LITERALMENTE UM DEMÓNIO! — gritou desesperado ainda apontando a arma para a criatura a sua frente

— EU SEI QUE TE PARECE ESTRANHO MAS EU SÓ QUERO TE AJUDAR — colocou as mãos à frente do corpo em uma tentativa falha de se proteger do tiro, o loiro por sua vez abaixou a guarda, mas arqueou uma das suas sobrancelhas tentando entender a situação que se encontrava — quantos anos você tem garoto? —- os olhos azuis o encararam e Bad temeu a resposta

— 14...eu faço 15 em janeiro — era uma criança, quis mesmo chorar ao ver aquele pequeno corpo completamente coberto de sangue, carregando uma arma quando deveria carregar carrinhos de brinquedo e bonecos de super heróis. A vida era injusta, e BadBoyHalo sabia daquilo.

— posso saber o seu nome? — se agachou, examinando discretamente os ferimentos do garoto, nenhum extremamente grave, não que ele tenha notado

— Cellbit...meu nome é cellbit! —

Never grow up - gossipduoOnde histórias criam vida. Descubra agora