NARRADOR POV
Alguns anos se passaram, Cellbit por sua vez fez 15 anos, depois 16...cresceu, seus cabelos cresceram, sua barba começou a se mostrar presente assim como seus músculos, parecia um homenzinho e Bad estava muito orgulhoso! Se tornará um soldado exemplar, uma pessoa confusa e mortífera, disso Bad não se orgulhava nada.
Felizmente, a guerra parecia estar chegando em seus últimos suspiros, por outro lado os ataques se tornaram bastante frequentes e la estava cellbit, coberto de sangue regressando de um conflito, não tinha expressão alguma, não estava assustado, muito menos traumatizado com o que acabara de enfrentar, havia se acostumado com o sangue, com a dor, com aquele cheiro carniceiro, com os gritos e com os tiros, tinha se acostumado com todas as desvantagens que a guerra lhe trazia, até mesmo aos longos cabelos que passavam do seu ombro agora, no início foi uma das coisas aos difíceis de lidar.
BadBoyHalo o observou deixar a arma no canto da gruta e caminhar pensativo de um lado para o outro, continuava inexpressivo, o demónio não se deu o privilégio de se aproximar, esperou que o garoto se sentasse quando aí sim perguntou:— porque está tão inquieto — e de resposta obteve olhos azuis presos aos seus — Little boy, eu já esperei muito tempo para que você me contasse o que pensa quando tem esses surtos, já está na hora não? — o silêncio permaneceu na gruta por longos minutos, o loiro parecia paralisado por algum motivo, Bad por outro lado estava cada vez mais preocupado.
Cellbit passou mais algumas horas em um silêncio amedrontador, encolhido em um canto, pensativo, paranóico, estranhamente queria chorar, mas não conseguia. Tinha flashs do seu passado, de cabelos loiros, de olhos tão azuis quanto os seus, memórias, lotadas de saudades. Coisas que ele não podia esquecer, coisas que o lembravam porque ele estava ali.
— Eu vim pra guerra porque...— eram por volta das duas da manhã quando o loiro decidiu falar alguma coisa pela primeira vez depois de um tempo, os olhos curiosos de Bad se encontraram com a imensidão vazia e azul do menino — bem, meu pai foi embora muito cedo, eu, como o único homem da família fui convocado, não era obrigatório, claro que não mas...— se remexeu um pouco desconfortável — se eu viesse minha família receberia dinheiro, e a gente não tem la aquelas condições e eu queria que minha mãe pudesse passar mais tempo em casa com minha irmã — Bad o viu sorrir discretamente apenas com a menção de sua irmã, os olhinhos antes apagados brilharam e enfim Bad conseguiu achar algo que justificasse a presença do garoto na guerra — eu treinei muito durante muito tempo, por isso não sou tão ruim assim — deu de ombros envergonhado e voltou a encarar o chão
— qual é o nome dela? — se apressou o demónio simpático, se sentando ao lado do garoto, esperando ansiosamente para ver o brilho em seus olhos de novo
— Bem...da minha irmã? — a figura obscura assentiu positivamente — Bagi...o nome dela é Bagriela! — lambeu os lábios inconscientemente, juntou as mãos e se virou para Bad — ela é muito inteligente e simpática, ela é tudo que eu não sou...— o demónio quis muito abraçá-lo, mas sorriu colocando uma de suas mãos no ombro do loiro — eu sinto saudade...— tentou engolir o choro, tentou mesmo não permitir que as lágrimas que guardará durante aqueles anos não rolassem, mas não conseguiu — Eu sinto saudades dela, porra...— se crucificou passando a mão sobre as lágrimas quentes que, agora, corriam sem parar pelas suas bochechas, Bad nem sequer teve coragem de repreende-lo pelo palavrão, o acolheu em um abraço apertado, a primeira demonstração de afeto vindo do mais novo foi a retribuição — ela não me manda cartas, todos os outros soldados recebem cartas, mas eu não recebi uma sequer — lamentou, e o demónio não quis respondê-lo, se apegou ao abraço e achou que aquilo era suficiente
— está tudo bem! — murmurou em uma tentativa falha de conforto, o garoto se remexeu entre os braços fortes do o outro e assentiu tentando acreditar, verdadeiramente naquelas palavras
— ela tem que estar bem, não me perdoaria se não estivesse — era uma verdade que nunca conseguiria controlar.
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Never grow up - gossipduo
FanfictionNÃO É SHIPP A guerra não era o lugar de uma criança de 14 anos, por isso, ao ver um garoto loiro perdido entre tantas desgraças, q!BadBoyHalo, um demónio um tanto quanto simpático, decide ajudar q!cellbit, a tal criança de 14 anos ou Nenhum ser huma...