Primeira parte

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 Entre as rochas da praia, um jovem rapaz está inconsciente e gravemente ferido

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 Entre as rochas da praia, um jovem rapaz está inconsciente e gravemente ferido. Seu corpo, coberto de hematomas, banhado pelas ondas do mar. Era fim de tarde, um momento perfeito para sentar na areia da praia e contemplar o mar com sua companhia favorita.

As pálpebras se abrem e Sam desperta, tossindo a água salgada do mar. Confuso e desorientado pela dor e sede, ele olha ao redor e vê apenas uma enorme ilha aparentemente infinita. A leste, uma enorme estrela laranja brilha no céu, cercada por tons de vermelho, lilás e negro. A lua, não muito distante, surge do mesmo destino que o Sol. Cheia e gigantesca, seu brilho metálico é hipnotizante, e as estrelas brilham como nunca antes. Sam  nunca viu nada tão belo como aquele céu. Ele sussurra quase como um pensamento: "Noite estrelada... Van Gogh." 

Um silêncio incrível reina, enquanto uma leve brisa sopra, causando arrepios em seu corpo e trazendo consigo os aromas puros da flora local, que delicadamente invadem suas narinas. Sam se levanta, com lágrimas nos olhos, pensando no quanto seu corpo doía. Ele chama por sua mãe, gritando até que sua garganta doa. "Mamãeee! Mamãeee!" ele grita, em vão... Sam decide seguir o melhor caminho em direção à praia. Seu olho esquerdo está completamente vermelho. Sua camiseta, rasgada e ensopada. Ele já não tem mais o sapato do pé direito, então decide se desfazer do outro também. Segue caminhando com dificuldade, sentindo desconforto ao pisar na areia que é diferente das praias de seu país. No entanto, a praia daquela ilha é linda, iluminada pelos poucos raios de Sol que já permitem a luz lunar reinar.  Há uma vegetação verde desbotada que separa a areia da selva, com muitos coqueiros-anões, alguns araticuns e uma quantidade impressionante de palmeiras que parecem muralhas, protegendo e guardando o interior da ilha. As folhas das palmeiras dançam com sutileza. Sam observa tudo atentamente e percebe que quanto mais olha, mais intimidado fica, o medo e a impotência dominando todos os seus pensamentos. Ele ouve sons, grunhidos da fauna. Parece haver uma competição entre as cigarras para ver qual delas canta mais alto, cantam incessantemente em busca de uma parceira.
Sam sorri, um sorriso inexistente, como o de Monalisa. Já não sabe como se sente em relação a tudo que está acontecendo. Onde estão todos? Onde está sua mãe?
 Continuou caminhando, com dificuldade e, não sabia para onde estava indo, mas sabia ter que continuar; "Alguém vai aparecer" pensou. Não achar sua mãe caída na praia causava uma grande confusão de raciocínio "Será que ela ainda está no mar?" "Será que ela veio para nessa mesma ilha?" "Tem outras ilhas por perto?" são dúvidas que chicoteavam com avidez a sua positividade. O garoto só queria ver o rosto de sua mãe, sentir seus dedos entre seus cachos morenos, cantarolando "Happy"¹ para ele como ela sempre fizera...Lembrar disso o fez começar a cantar baixinho está mesma canção e de alguma forma isso o acalmou um pouco e ele caminhou ainda mais, durante alguns minutos. Sentiu-se confortável para se sentar e descansar um pouco em um pedaço de tronco gélido. Ele comtemplou o mar e se sentiu perturbado porque olhá-lo era como olhar o infinito e isso dava-lhe a sensação de estar muito longe de casa,  ainda sentado virou-se com o auxílio de suas pernas para a ilha e não se sentiu melhor com isso. A ilha tinha seu ar misterioso, soprava uma brisa gelada entre as folhas das árvores e tudo lá era escuro, as trevas já reinavam. Sam decidiu sentar na areia, tudo estaria mais agradável que aquele tronco de gelo. Juntou os joelhos em um abraço, apoiou sua cabeça em suas coxas com o rosto virado para o colo e fechou os olhos. Imaginou o sorriso de sua mãe. E assim ficou durante um momento, sem se mover, como uma estátua ficou naquela posição, estava entrando em pânico, chorou... Literalmente como uma criança, mas uma voz veio da densa mata, pareceu que a brisa a trouxe a seus ouvidos.- Ei, garoto... Venha até aqui, acho que sei onde está sua mãe - foi o que ele ouviu.

¹ canção do Michael Jackson

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