Capitulo Quatro

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    DOMINGO
"Nora"
Próximo a praia, ainda na água. Alguém abre os olhos e se queixa de dor. O sol ainda ardia forte talvez não fosse mais do que 13:00 horas.
- onde está ele? - perguntou ela para si mesma, e gritou: - Sam meu filho, onde você está??
Olhou, e nada. Sua obsessão para encontrar seu filho ali no mar, próximo a ela era tão grande que suas mãos tremiam, de ansiedade. Seus pensamentos iam além..
De costas, não havia notado a ilha. Quando se virou, se sentiu tão bem que era como se estivesse encontrado seu filho.

- Estou chegando Sam, mamãe vai te achar eu prometo.

Em momento algum ela imaginou a morte de seu filho, e isso justifica a sua felicidade em ver a ilha.
Uma das melhores sensações desse mundo, é ter quem amamos se preocupando com a gente e  é Sam é tudo para ela e ela é tudo para ele. E em algum lugar de sua cabeça, afirmava a mais concreta certeza de que seu filho está bem, e a salvo naquela ilha, junto aos outros.

    Julia sentia fortes dores no abdômen e na perna esquerda. Tinha muito medo de sentir câimbra e temia a possível presença de predadores. Olha para o fundo e enxerga apenas aquele azul intenso do mar é assustador. Até mesmo as coisas mais belas desse mundo, tem seu lado aterrador. Avistou alguns destroços não muito longe e nadou até lá. Agarrou firme com ambas as mãos o que restou da embarcação, bateu seus pés com grandes intervalos de descanso até que chegasse a praia.
Ao sentir seus dedos tocarem a areia, ela caminhou três passos e caiu de quatro sobre o chão. Julia olhou em volta e não avistou ninguém, o Sol também não ajudará muito pois a areia da praia refletia a forte luz solar causando fortes dores de cabeça e uma visão muito turva a qualquer um que na ilha estivesse.
Julia levantou-se e rapidamente colocou as mãos sobre cada um dos joelhos e vomitou.. caminhou mais alguns passos e quando achou que não conseguiria mais continuar, viu-se uma pequena pessoa, provavelmente uma criança. E isso a fez continuar mais um pouco. A essa altura a criança já havia notado a aproximação da mulher, caminhou de encontro também, mas não demonstrou pressa, era quase como se estivesse com indiferença a toda aquela cena.

- me ajude! Po..r favor - disse Julia momentos antes de desmaiar

A criança que estava muito próxima agora, segurou a Júlia antes mesmo que está fosse de encontro ao chão de novo.

- eu te peguei, está tudo bem. Como você está? - Lisa de imediato percebe que a mulher estava apagada mas não demorou muito para que a Júlia voltasse a si

- meu filho, é você ? - Julia estava totalmente confusa, não notou que estava sobre os braços de uma garota - moça eu me chamo Lisa. Você precisa sair desse Sol, na verdade nós duas precisamos. Está vendo aquelas árvores ali adiante? - perguntou  Lisa apontando para o local e olhando fixamente para Julia. - é para lá que eu estava indo, tem bastante sombra. Me ajude a te levar até lá. - tudo bem.. - concordou Julia.

Lisa colocou o braço de Julia sobre seu ombro e a abraçou na cintura com um de seus braços, e de vagar as duas foram até às árvores.

- a minha visão está escurecendo aos poucos...
- você vai ficar bem, já estamos chegando. Aguente mais um pouco - Lisa sentiu que precisava conversar com a mulher para que ela não desmaiasse mais uma vez - a propósito, como você se chama ?? - perguntou.
- Julia - disse ela começando a rir suavemente
- por que está rindo? - perguntou confusa
- não é nada demais, é que os papéis se inverteram. Você está cuidando de mim, eu é quem deveria está cuidando de você.
- verdade, mas são outras circunstâncias. Você está em boas mãos, não se preocupe.
- sabe, você é uma boa garota, é Gentil.
- obrigada. Bom, chegamos..- Lisa a encostou no troco da árvore e se agachou para conversar com ela mais um pouco.
- você me confundiu com seu filho, como ele se chama ?
- Alexander.
- entendi - respondeu com uma serenidade, seu rosto transmitia total amparo 
- Me ajude a encontrar ele por favor- disse a Júlia elevando a voz assustada com uma possível recusa da garota. 
- ei fique calma, eu vou ajudá-la. Se você tem certeza que ele está bem, então ele está bem. Mães sabem das coisas não é mesmo?! Eu vou encontrá-lo, confie em mim. - disse Lisa tocando suavemente a testa da Júlia e notando sua febre.
- o que acha de descansar um pouco, eu não vou demorar muito. Acho seu filho, o deixo com você e vou atrás de água e se possível encontro também, algo para comermos. - disse Lisa
- simples assim - falou desanimada a Júlia
- sabe, eu não sou muito, mas sou tudo o que você tem. E vice versa. Precisa depositar sua fé em mim.
- desculpe, você tem razão. Eu queria poder ajudar... mas eu sinto muitas dores
- onde dói - perguntou Lisa. Julia então levantou um pouco a blusa e mostrou seu abdômen para Lisa.
Estava nítido que a situação não era nada boa, suas veias estavam bem destacadas, e seu abdômen estava deveras roxo, aquilo não era nada bom e as duas sabiam disso. Julia abaixou a blusa e desejou sorte a garota.
-Tome cuidado...
- pode ficar tranquila eu volto logo - disse lisa se afastando
- espera! - gritou Julia quando a garota já estava um pouco distante. Lisa voltou o rosto para trás e Julia disse com um rosto em lágrimas :
- Sam...
- como ? - perguntou confusa
- Sam... assim que ele gosta de ser chamado

Lisa sorriu para Julia e está sorriu de volta.
Dizem que apenas o amor de uma mãe pode ser comparado ao amor de Deus por nós.
Sam está vivo como sua mãe disse que estaria, Lisa realmente o encontrou como disse que faria.
Antes que Lisa se retirasse de vez, Julia perguntou sua idade

- tenho dezesseis anos.. porque?

- você seria uma ótima nora..

As duas se olharam por uns instantes e riram, aquele pequeno momento foi de felicidade.

- se seu filho for pouquíssima coisa parecido com o Paul Newman, a senhorita pode ter certeza que haverá um casamento nessa bendita ilha haha - disse a Lisa entusiasmada e de novo as duas riram. - Bom eu tenho que ir agora, sogra haha. Não sai daqui, volto já com o Alexander... digo, Sam. Que Deus me ouça... tchau tchau. - disse a Lisa se retirando

- adeus, Lisa.. - disse a Júlia com uma feição totalmente feliz, olhando a garota de beleza andrógena se afastar.

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