11. A Tarde Inesquecível

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— Quarenta pontos a quinze. — professor Ravi grita. — Ana ganhou a terceira e última partida. Agora, descansem.
— Caramba. Você perdeu feio. — Matteo está sentado no banco em baixo do guarda sol. — Eu vou atender uma ligação! Já volto! — ele sai correndo, sem dar tempo de eu questionar quem seria.
— Ei! — Ana vem em minha direção. — O que ele faz aqui, Day?
— Day? — pergunto a ela quanto para mim.
— Sim! É meu apelido para você, bobinha! — sua risada sincera me fez abrir um sorriso.
— O que significa Violeta?
— É dia em inglês! — o significado me fez ter algumas dúvidas. — E, aliás, Violeta não é um apelido legal para se dar a uma amiga. — Eu e Ana Violet Lembo somos amigas? Pensei.
— Que tal... bem...vejamos... Já sei! Vivi! — respondi empolgada.
— Vivi? Gostei! — suas mechas claras brilhavam com o banho do sol de inverno neles.
— Mas, enfim. O que você queria falar? — sai daquele assunto de nomes e apelidos para voltarmos ao foco.
— Você namora o Matteo? — seu rosto franziu enquanto perguntava e eu apenas me questionava como ela sabia o nome dele.
— Ainda não! Mas, como você o conhece? — as primeiras palavras eu havia confirmado com confiança.
— Tenho dó de você. — ela coloca sua mão em meu ombro. — Ele e minha irmã são amigos. Para ser mais exata: eles foram colegas de classe.
— Sua irmã tem 16 ou 17 também? — perguntei curiosamente.
— Não! Ela tem 20! — sua mão sai do meu ombro com meu corpo paralisado.
— Mas, ele tem 16! — assustados, os alunos perto de nós vão saindo aos poucos.
— Diane, eles estudaram juntos no nono ano... — sem que ela termine o que havia começado, Matteo vem em nossa direção empolgado.
— Preciosa, seu jogo já acabou? — seus cabelos castanhos brilhavam que nem o de Ana. Além de brilharem, eles balançavam tranquilamente com a brisa calma.
— Essa foi à última partida. Por quê? — chego perto dele e consigo sentir o cheiro de sua colônia amadeirada invadir minhas narinas.
— Sabe o meu amigo Lorenzo? — pergunta ele, fazendo com que minha memória vasculhe em cada cantinho procurando a aparência dele.
— Aquele da segunda b? — atrás dele, vejo Ana com o celular no ouvido, em uma ligação.
— Esse mesmo! — exclamou empolgado. — Então, ele conseguiu ingressos para o show do Tancredi! E é claro, que eu já fui atrás dos nossos. — sua mão toca minhas bochechas suadas do treino.
— Quem é Tranquedi? — bebo um gole de água da minha garrafa.
— Tancredi! — ele ri. — Um cantor italiano muito bom, Minha Preciosa!
— Ah, não conheço. — meus olhos descem para meus tênis, porém, tristes.
— Não fique assim! — sua mão toca meu rosto, levantando meu olhar e minha tristeza. — Você vai amar, com certeza!
— Mas, qual a graça de ir a um show sem conhecer o cantor? — questiono.
— Com você, tudo tem graça. — sorrio. — Agora se troca para irmos à casa dele pegar os ingressos.
— Beleza, já venho!

[...]

Coloquei uma calça branca de perna reta, uma blusa de manga curta listrada e tênis branco.
Eu e Matteo estamos caminhando até o centro de Marina Grande. Já são seis horas da tarde e está fazendo 15° graus.
— Você gostou da minha roupa, Di? Esqueci de te perguntar. — seu rosto se virou ao meu enquanto caminhávamos de mãos dadas... Sim! De mãos dadas!

Ele está com uma blusa branca larga e de manga curta.
Junto a ela, um short verde da marca Nike com mais ou menos cinco palmos acima do joelho.
Também desta marca, um tênis Air Jordan Retro High na cor verde menta colore seus pés.

— Achei uma ótima combinação. Combina com você. — paro, abraço ele e beijo sua bochecha. — Na verdade, você combina com tudo! — continuamos a caminhar.
— Logo, logo, você estará beijando meus lábios em vez de minha bochecha. É só questão de tempo. — ele para, pois acabamos de chegar à casa de Lorenzo.
— Que atrevido! Mas, eu torço para isso acontecer a mais tempo que você imagina. — sorrio.
— Eu também, Minha Preciosa. — ele me abraça enquanto Lorenzo abre a porta laranja amadeirado e desce os degraus castanhos da casa.
— Eaí, mano! — ele abre o portão. — Não sabia que vinha com visita. Tudo certo, Diane?
— Oi, Lorenzo! — me solto do corpo de Matteo. — Tudo sim.
— Como não? Você não ouviu meu áudio? — pergunta meu menino.
— Aquele de três minutos? — Matteo assenti. — Ah, foi por isso. Um áudio de três minutos! Você ficou louco, só pode! — rimos.
— Podemos entrar? Está meio frio. — pergunto colocando meus cabelos em minha frente, para "esquentar".
— Claro! Entrem aí! — entramos enquanto o portão de grade preta se fecha.
— Que casarão! — exclamo. — Seus pais devem ser muito ricos, né?
— Na verdade, minha mãe. — ele ri enquanto atravessamos a porta para entrar. — Vou pegar os ingressos! O Matteo já é de casa.

Enquanto ele procura, observo a sala de estar que havia me deixado encantada: Um grande sofá bege no meio, mas o estilo dele era de canto.
Em cima do sofá, também tem algumas almofadas beges com diferentes desenhos em cada uma e um grande castiçal marrom.
Ao lado, algumas luminárias de chão iluminavam o ambiente.
Também no chão, um tapete "turmalina" marrom, deixava o ambiente mais bonito.

— Matteo, achei! — ele grita enquanto sai de um quarto.
— Ah, valeu mano! — sua mão toca nos ingressos enquanto ele pergunta: — É quando o show mesmo?
— Mais pro meio do ano. — o garoto nos leva até a porta. — Mas, se você quiser, eu te aviso uma semana antes.
— Eu quero. — Matteo e eu atravessamos a porta e em seguida o portão de grades pretas. — Agora vamos, Diane? Sua avó deve estar preocupada.

E estava mesmo.
Apesar de eu ter pedido para Vivi levar minhas coisas para casa e avisar que estava saindo, ela ainda estava preocupada e angustiada.
— Querida, a próxima vez que for sair me avise, por favor. — sua mão está secando as louças do café. — A Paula pediu para eu cuidar de você, então colabore.
— É que eu me perdi no horário, — enquanto falo, confiro meu pijama de Stitch no micro-ondas. — e também acabei brigando com o... Pietro.
— Desde quando brigar com os amigos é desculpa para sair sem avisar? — ela pergunta enquanto guarda as xícaras no armário. — E outra, por que você brigou com o Pietro? Justo o Pietro?
— Vó, — me aconchego na cadeira estufada marrom. — ele gosta de mim, mas eu gosto do Matteo. — enquanto falo, bebo um gole do meu café.
— Que Matteo? Não é o Matteo De Luca Grimaldi, né? — ela coloca a toalha de louça branca em cima da mesa, que está escrita Buon Natale!, Que significa "Feliz Natal!" em italiano.
— É esse sim. — bebo mais um gole do meu café, que já está frio.
— Diane Stuart! — ela berra comigo enquanto sai para olhar à vista pela janela. — Você sabe a história da família dele por acaso? — apesar de estar com a voz rouca de uma gripe que pegou recentemente, seus berros são perfeitamente entendidos por mim.
— Não. — a senhora volta à mesa, todavia furiosa. — O que tem a história dele? — pergunto.
— Diane, a mãe dele é a Caterina De Luca. — ela da uma pausa. — A boatos que ela foi uma das participantes do roubo a joalheria de luxo Harry Winston, em Paris!
— Mas, esse foi o maior assalto à mão armada da França. — falo as palavras dando algumas pausas. — Eles levaram em torno de... 80 milhões de euros.
— Exatamente! Olha com quem você está se relacionando.
— Vó, isso não pode ser verdade! — digo com lágrimas nos olhos.
— E tem mais! O pai dele é o Franco Grimaldi, um ex-agente do FBI aposentado. Ele morou nos Estados Unidos e se aposentou em 2010. — a idosa pega o bule com chá de camomila, e se serve. — Depois que se aposentou, começou a usar as técnicas do FBI para assaltar bancos, igual...
Sem que minha avó terminasse, subo para meu quarto chorando desesperadamente e quando chego lá, me jogo na cama e agarro meu coelho branco de pelúcia.
Durante esse tempo que cheguei aqui, eu só queria conquistar minhas coisas e ficar em paz comigo mesma.
Mas, não posso desistir agora. Ele vai me explicar por que seus pais fizeram isso e tenho certeza que foi por uma boa causa.

Apenas o tempo dirá quem perdeu quem.

Oie, pessoal!
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Votem e comentem muuuito!!

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