❅ It's Cold - chaelisa

I

Olá minhas gatinhas lindas! Como prometido, aqui uma nova história pra vocês!

Queria explicar só uma coisinha:
Quando tiver um trecho da história em itálico significa que é uma memória do passado, então não confundam nem se percam ok?

Espero contar com o apoio de vocês mais nessa aqui.

Não esqueçam de votar e comentar!

Boa leitura.

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"Você está linda."

"Você deveria estar dormindo."

"Você está chorando."

"Estou indo embora."

"Eu sei."

"Temos certeza de que é isso que queremos fazer?"

"Acho que é o que temos que fazer. Faz mais sentido, não é?"

"Nada fazia sentido até você."

"Você tinha uma medalha de oradora da turma pendurada no espelho retrovisor e uma bolsa de estudos quando me conheceu. Então algumas coisas devem ter feito sentido."

"Estou tentando expressar meus sentimentos."

"Estou tentando não desmoronar."

(...)

Roseanne Park pisca lentamente para acordar, com dor no peito e cabeça latejante. Ela enxuga os olhos embaçados e sente a pressão úmida das lágrimas que deve ter chorado durante o sono. Soltando um suspiro cambaleante, ela olha para o espaço ao lado dela.

Ele ainda está dormindo.

Ela dá um suspiro de alívio antes de sair silenciosamente da cama. Pegando o roupão no gancho na porta do banheiro, ela o veste por cima da calça do pijama e da camiseta e depois segue pelo sótão até a cozinha. Um gemido suave sobe por sua garganta enquanto ela prepara um bule de café e o aroma toma conta dela. Ela coloca algumas colheres de chá de açúcar e leva o café com ela para o outro lado do loft. Ela não vai dormir mais esta noite.

O estúdio seccionado, acessado por uma grande porta deslizante de metal vermelha, está, como sempre, trancado com cadeado. Rosie pega a chave de um pequeno gancho na parede. Assim que a porta é destrancada, ela a abre e respira o cheiro de tinta, óleo e carvão. Reconfortante.

O sonho, ou melhor, a memória, ainda a assombra, puxando dentro dela lugares que apenas um lápis ou pincel foi capaz de alcançar. Ela tem que tirar isso. Ela arruma o cabelo loiro bagunçado em uma bola na parte de trás da cabeça e o prende com uma das duas ligas que mantém no pulso esquerdo. Suspirando, ela se senta em seu banco em frente a uma tela limpa e pega um pincel.

Todos os seus traços são pretos ou brancos, misturando-se em tons de cinza - as curvas dos quadris nus, as sombras nas costas fortes, os ângulos agudos das omoplatas e as cascatas de cabelos despenteados. Às vezes ela ainda consegue sentir os fantasmas daquelas mechas bagunçadas entre os dedos. Às vezes. Um brilho fino e amarelo, que aparece através das grandes janelas com painéis onde as pontas dos dedos permanecem e a respiração embaça, é o único toque de cor.

O som dos nós dos dedos batendo na porta de metal traz Rosie de volta à realidade, e ela enxuga rapidamente o rosto molhado, sem dúvida manchando-o com tinta. Descendo do banquinho, ela vai até a porta, abrindo-a apenas o suficiente para passar, e então a fecha atrás de si. Há anos que ninguém via o interior do seu estúdio, desde que era um quarto.