❅ It's Cold - chaelisa

VI

Chegando com o capítulo que havia prometido!

Não esqueçam de votar e comentar.

Boa leitura.

Ah, tenho uma discussão com vocês lá embaixooo ⬇️

-------------------------------------------------------

O mundo treme ao seu redor, pulsa como o órgão pesado em seu peito, e Lisa entra o mais silenciosamente possível. Ela deixa cair as chaves na mesinha ao lado da porta e tira o casaco, o cachecol e as luvas de maneira bagunçada. Ela opta por deixar os sapatos calçados porque tentar tirá-los só resultaria em sua bunda bater no chão. Suas pernas parecem gelatina embaixo dela, seus pés não são confiáveis enquanto ela caminha pelo apartamento. As paredes estão vivas, empurrando-se em direção a ela e voltando para dentro e para fora e para dentro e para fora e para dentro de novo. Ela tropeça, para no corredor e pressiona o rosto na superfície fria da parede. Fechando os olhos, ela respira fundo e tenta forçar o mundo a ficar quieto novamente.

Quando ela não sente mais que um passo poderia fazê-la cair no chão, Lisa coloca um pé na frente do outro novamente. O corredor parece algo saído de um parque de diversões, quilômetros e quilômetros compactados em poucos metros de espaço, e ela rasteja ao longo de sua extensão com os dedos apoiados na parede. Isso a mantém fundamentada e equilibrada.

Por que ela achou uma boa ideia beber até quase entrar em coma, ela não sabe, mas está pagando caro por isso agora. Seu estômago se contorce a cada passo, seu jantar líquido se espalha por dentro enquanto ela cambaleia pela porta do banheiro no final do corredor. Seus joelhos batem no chão segundos antes de ela derramar o conteúdo do estômago no vaso sanitário.

É silencioso, exceto pelos sons silenciosos de engasgo no fundo de sua garganta e pelo respingo de líquido na porcelana. Ao contrário de Jennie, que frequentemente soa como um animal moribundo quando vomita, Lisa sempre ficou bastante quieta quando estava enjoada e, neste momento, ela está agradecida. Ela não suporta a ideia de Bex acordando e encontrando-a bêbada e de joelhos, vomitando em uma noite cheia de muitos encontros próximos.

Seus braços mantêm o cabelo longe do rosto até que ela termine de vomitar, e então Lisa solta um suspiro amargo e desliza para descansar o rosto em chamas no chão frio do banheiro. É agradável e ela fica tentada a fechar os olhos e se descansar. Mas seus ossos e articulações não agradeceriam pela manhã, então, depois de alguns momentos, ela se levantou do chão e foi até a pia.

Ela enche e reabastece um copo Dixie, bebendo cada gota até que sua garganta pare de queimar e sua cabeça fique significativamente menos confusa. Então ela gargareja um pouco de enxaguante bucal antes de seguir pelo caminho curto até seu quarto.

A porta aberta é como uma barreira invisível, e Lisa se vê incapaz de cruzar a soleira. Ela fica na moldura, com as mãos apoiadas na madeira, e olha para o quarto escuro, para a protuberância coberta em sua cama. Ela fica olhando, imóvel, até que seus pés começam a doer e ela começa a se sentir mal novamente. Ela não pode entrar lá. Ela não pode estar lá, nem naquela cama, nem com Bex. Não quando sua cabeça está cheia de imagens de outra pessoa. Não quando seu corpo ainda está vibrando com um quase beijo e suas bochechas e mandíbula ainda estão manchadas pelo calor das pontas dos dedos de Rosie. O sal das lágrimas de Rosie ainda cobre suas palmas e sua garganta ainda está apertada, engasgando com a única palavra que Lisa nunca foi capaz de dizer a ela
de verdade. Aquele que ela ainda não consegue formar à força em sua língua - adeus.

Ela não pode estar aqui.

O corredor não está tão distorcido como antes. Lisa caminha de volta para a sala de estar. Suas pernas ainda balançam embaixo dela, mas pelo menos o resto do mundo parou de tremer.