❅ It's Cold - chaelisa

IV

Raramente eu apareço aqui de dia assim mas tava sem fazer nada derretendo no calor e decidi soltar logo esse capítulo para as minhas únicas 3 leitoras que ainda estão acompanhando...

Não esqueçam de comentar e curtir!

Boa leitura.

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Great Grounds faz um excelente macchiato de caramelo e um bolinho de baunilha ainda melhor; ou pelo menos costumavam fazer. É por isso que ela está se afastando vinte minutos do caminho. Ela não está deliberadamente pensando na possibilidade de esbarrar em Rosie. Não. E ela definitivamente não irá porque aquela costumava ser a cafeteria favorita de Rosie. Sem chance.

Ela tem um desejo. É isso. Isso é tudo.

O fato de o lugar ficar do outro lado da cidade — a vinte minutos de caminhada congelante do caminho de seu novo escritório — é completamente irrelevante. O fato de ser o horário de almoço de Lisa e de Rosie sempre tomar seu café ao meio-dia, em vez de logo pela manhã, também é totalmente irrelevante. O fato de o estômago de Lisa não ter parado de revirar desde que ela saiu do trabalho...

Lisa passa pela porta e encontra sua ex na fila, balançando no lugar ao som da música no alto. E de repente, todas essas coisas irrelevantes parecem terrivelmente relevantes.

A campainha toca com a entrada de Lisa e Rosie se vira, quase como se esperasse que Lisa estivesse lá. Seus olhos se encontram. É automático, magnético e não é a primeira vez. Na verdade, desde o reencontro horrível e estranho na galeria de Rosie, é a terceira vez em dez dias que elas se encontram.

A primeira foi na loja de conveniência da esquina, no centro da cidade, onde costumavam comprar caixas de macarrão ramen por três dólares. É uma lojinha de baixa qualidade, desordenada e não exatamente
limpa, mas conveniente. Um dos poucos lugares que vende doces clássicos que, de outra forma, seriam difíceis de encontrar.

Elas se esbarraram na entrada, Rosie saindo e Lisa chegando, e houve um momento, é claro. Elas pararam, a porta aberta no cotovelo de Rosie e o universo parando quase violentamente, mas nenhuma disse uma palavra. Era como se tivessem esquecido como falar. Em vez disso, elas apenas se entreolharam. Então Rosie deu um leve sorriso e foi embora.

Na segunda vez, simplesmente se cruzaram na calçada. Perto de uma faixa de lojas e de um antigo café que costumavam frequentar com a mãe de Rosie. Lisa tentou não se virar, tentou não olhar para trás depois que Rosie passou, mas não conseguiu se conter. Quando ela olhou por cima do ombro, Rosie estava olhando para ela também. As palavras saltaram dos lábios de Lisa antes que ela pudesse impedi-las.

"Está frio", ela gritou por cima do ombro, esperando que Rosie não deixasse o momento morrer no vento. Seus lábios rachados quase se partiram com o sorriso quando Rosie a respondeu de volta.

"É lindo!"

Lisa diz a si mesma que os encontros são apenas uma coincidência, que ela está apenas voltando aos velhos hábitos e rotinas dos anos em que morou aqui antes. Parte dela sabe, porém, o que realmente está fazendo - procurando a única pessoa que não deveria. Uma parte dela sabe que deveria se sentir culpada, mas ela não se sente. Ver Rosie, estar perto dela, é bom demais - certo demais para estar errado.

A fila no balcão é longa e, assim que Lisa assume seu lugar no final, Rosie se vira para a frente novamente. Várias pessoas preenchem o espaço entre elas, mas de alguma forma parece que são as únicas ali. O ar fica mais denso quando Lisa olha para a nuca de Rosie, para seu cabelo despenteado pelo vento. Ela praticamente pode senti-lo escorrendo pelos dedos, como antes. Ela examina as linhas curvas de seu corpo, sobre seus ombros macios e quadris cheios. Coxas grossas. As pontas dos dedos de Lisa se contraem. Certa vez, ela mapeou cada centímetro.