Capítulo 2 - Mudanças

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Por favor, entenda que estou tentando o meu melhor.
Minha cabeça está uma bagunça, mas eu estou tentando de qualquer maneira
Ansiedade é um problema infernal.
Ela está se agarrando a mim, não consigo resolver.

Consume - Chase Atlantic


Desperto com a merda do meu celular tocando, anunciando que devo levantar para ir à escola, mas continuo imóvel e com os olhos fechados

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Desperto com a merda do meu celular tocando, anunciando que devo levantar para ir à escola, mas continuo imóvel e com os olhos fechados. Minha cabeça dói e provavelmente meus olhos estão vermelhos, estou chapada ainda, o efeito das drogas pode durar por mais de 24 horas, ou seja, quase sempre estou sob os efeitos de entorpecentes; mesmo não aparentando. O pior é que essas merdas nem estão mais fazendo o mesmo efeito de antes.

Eu não precisaria estar assim, poderia ter procurado um profissional na área da psicologia que iria me ajudar com a ansiedade e com as crises de pânico. Porém, em vez disso, comecei a fumar cigarros para me acalmar, e ajudaram muito por um tempo, até que eles se tornaram insuficientes. "Preciso de algo mais forte" disse para mim mesma, e fui atrás de Connor porque sabia que ele vendia drogas ilícitas para alguns alunos da Freedom. Comprei maconha, depois cocaína e MD. Ninguém além dele sabe que uso drogas, é um segredo nosso. Nos tornamos amigos por conta dessa aproximação. Tudo isso por não querer ter de explicar toda a situação de merda que meus pais me colocaram, para não aparentar ser um fracasso aos olhos de minha mãe e de meu pai. Por amor.

A família de Connor não é tão rica, então ele trabalha em um bar para pagar a mensalidade da escola, e vende drogas para ter um pouco mais de dinheiro, pois precisa ajudar com as contas da casa. Já ofereci ajuda para ele encontrar um emprego que lhe pagariam melhor e que não fosse perigoso, mas ele sempre recusa. Então, sempre cuido dele de longe, caso eu perceba algo anormal, falarei com ele e o ajudarei. É o que os amigos fazem, não é? Ajudar uns aos outros. Sei que não é o suficiente, mas estou tentando dar o meu melhor. Infelizmente, estou quebrada demais para ser boa o bastante para alguém.

Me levanto sentindo minha cabeça latejar e vou em direção ao banheiro, me olho no espelho e vejo que estou certa sobre o que havia constatado. Eu estou com os olhos vermelhos e meu cabelo está tão bagunçado que um passarinho faria um ninho nele com facilidade. O estranho é que estou fedendo, parece que não tomei banho por uns dois dias. Abro o chuveiro e, com nojo do que me tornei, me enfio debaixo da água fria, esfrego meus braços e minhas coxas já irritada com a situação suja, tento tirar a sensação de sentir o toque dele, mas isso parece ter se impregnado em mim, vejo vermelho. A água gelada apenas me irrita mais, então opto pela mais quente, mas a mesma faz minha pele arder. Só então vejo meus braços e pernas sangrando com arranhões e cortes que não lembro de ter feito, só posso estar ficando louca, como não vi isso tudo antes? Volto para a temperatura anterior com rapidez, tentando parar com a ardência. Após alguns minutos, fico tonta e me apoio na parede, exagerei tanto assim? Tanto faz, respondo a mim mesma, agora já está feito, não há como voltar atrás.

Reencontro - Livro 1 da Série: Amor pela Segunda vez Onde histórias criam vida. Descubra agora