Capítulo 3 - A proposta

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Oh, estou uma bagunça, uma bagunça, para alguns
Mas eu sei que não sou seus lábios, lábios, lábios, seus lábios são perfeitos Eles são perfeitos pra caralho
Eu faria qualquer, qualquer coisa
Eu faria qualquer coisa para que isso, isso fosse perfeito
Mas eu não valho a pena

LIPS - Jxdn

Eu realmente detesto esses professores que dão trabalhos tão extensos

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Eu realmente detesto esses professores que dão trabalhos tão extensos. São os que mais te dão dor de cabeça e trabalho, acompanhado de estresse como um lindo brinde. Mas se quero continuar no time preciso me dedicar ou então perco todas as chances possíveis de continuar sendo o capitão, e isso é o que mais almejo, continuar fazendo o que mais amo, ser o capitão do time de futebol americano da Freedom.

Sou bom em tudo que faço, as notas boas e o fato de eu já ter sido escolhido pelo treinador para esse cargo no ano passado e estar na lista dos possíveis capitães, dão credibilidade ao que digo e penso. Preciso ser o melhor em tudo que puder ser. É uma forma de agradecer ao casal que me deu seu sobrenome após me adotar. É uma forma de esquecer o passado fodido que tive e tentar ser menos quebrado.

Paro de pensar no passado e foco no presente, no trabalho tedioso que preciso entregar amanhã. Se pudesse enfiar a cabeça do Senhor Peterson em uma privada eu o faria com um belo sorriso estampado na cara, odeio aquele homem. Amo ler, mas ele torna a matéria chata demais, não entendo como tem alunos que gostam tanto daquele velho. Pensando nisso, involuntariamente, lembro-me de uma garota que ama livros e provavelmente gosta muito de ter aula com ele, a qual admiro e tenho uma pequena paixão platônica desde que a vi nos corredores da escola há um ano atrás. Aqueles olhos castanhos hipnotizantes, aquele sorriso lindo que quase nunca aparece, o cabelo longo e ondulado, que quase sempre está preso, as curvas do corpo escultural que na maioria das vezes são escondidas por roupas mais largas.

— Eu poderia ficar uma eternidade admirando você, bela moça — suspiro ao sussurrar isso e perceber na merda que me meti no instante em que meus olhos encontraram os dela. Aqueles segundos, aqueles malditos segundos.

— William, vá dormir, você tem aula amanhã cedo! — diz minha mãe, escorada no batente da porta, tirando-me de meus pensamentos com sua voz repleta de carinho e ternura. Amor esse que não recebi até meus 9 anos de idade.

— Preciso entregar isso amanhã, mas assim que terminar, vou dormir.

— Tá bom, filho — ela hesita um pouco.

— Estou ansiosa pra conhecer sua namorada — formo um sorriso meio sem jeito. Eu também, mãe.

— Boa noite, filho!

— Boa noite, mamãe! — nós dois sorrimos e ela vai para seu quarto.

Fecho a porta trancando-a em seguida, hábito da pessoa traumatizada que me tornei, ainda sinto medo, ainda tenho pesadelos com ele. Sento-me na cadeira em frente do computador e não paro até terminar todos os deveres. Já passa da meia noite e estou sem sono algum, vou até a sacada e procuro por alguma luz ou alguém saindo da janela na casa que fica perto da nossa, mas não vejo nada. Talvez seja por que os horários das saídas e, às vezes, chegadas, variam. Pergunto-me porque ela faz isso? Porque foge tanto? Qual o motivo de todo esse medo? Será que seu padrasto é rígido demais e ela tenta fugir? Mais e mais questionamentos preenchem minha mente, me deixando preocupado com ela. O comportamento dele, há três dias atrás, foi estranho demais, e eu fiquei puto por não poder fazer nada.

Reencontro - Livro 1 da Série: Amor pela Segunda vez Onde histórias criam vida. Descubra agora