O verde em seus olhos

Cap. 3 - Algo mudou

Soluço não sabia ao certo o que fazer.

Depois que o dragão saiu correndo como louco, ele sabia que havia algo de errado ali, a areia em tons pasteis era muito estranha, a grama bem verde há frente e as folhas das arvores, notou soluço também eram de vários tons de cores claras, nada do que já havia visto antes.

- Banguelaa! Gritou soluço com todos os seus pulmões antes de perceber que não havia outra escolha a não ser ir atrás do dragão.

Ao encostar os pés na areia não sentiu nada de diferente, pegou uma das bolças que tinha trazido dentro do pequeno barco para ir atrás de seu dragão.

Ao ir adentrado a floresta tudo parecia radiante e estranhamente belo, pequenos animais observavam soluço ir cada vez mais fundo, a procura dos sons que ouvia de banguela cada vez mais perto.

O último som que escutou parecia igualmente um dos ataques de banguela de fogo que se transformou em um grito distorcido que parecia tomado de dor, soluço se pôs a correr mais rapidamente, o quanto suas pernas permitiam, até que chegou em um local totalmente diferente do restante da ilha, a grama que era extremamente vibrante de verde foi ficando opaca, e as arvores de tons coloridos foram ficando acinzadas.

Ao fundo o menino viu que as arvores formavam um circulo monocromático sombrio.

Se aproximando com a maior calma que podia soluço viu ao que parecia as assas de banguela totalmente em volta de seu corpo em forma oval, mas ao que soluço se lembrava o dragão nunca tinha conseguido cobrir-se inteiramente com suas assas.

- Banguela? Perguntou soluço quase sussurrando e tocando de leve as assas de seu amigo.

Por dentro das assas só conseguia ouvir leves gemidos de dor, a preocupação do menino se intensificou e ao longe ouviu uma voz surrando ao vento.

- O que foi feito não será desfeito, aceite as consequências do desejo egoísta de seu coração pequeno dragão.

O vento soprou após as palavras proferidas e as árvores começaram a se balança de um modo terrivelmente assustador para o garoto que sentiu um arrepio subir pelas costas.

- Temos que sair daqui banguela! Soluço tentou mexer no dragão para tira-lo do que quer que tenha acontecido com ele mas não deu nem uma mensura que sairia de seu estado, então soluço não teve outra escolha a não ser empurrar banguela até o barco. Estranhamente o dragão parecia pesar bem menos que antes, mas soluço não parou para pensar nisso por muito tempo.

Enquanto se afastava daquele local, a floresta voltava a tomar suas cores pasteis como se nunca houvesse acontecido algo mais a dentro, soluço notou pequenos coelhos e raposas brincado uma com as outra, um comportamento que nunca havia visto antes. Presas e predadores brincando entre si como se a lei na natureza de caça não estivesse sendo aplicada naquele local. Mas o mais estranho é ao que parecia não havia dragões naquela ilha ou pelo menos não tinha avistado nem um.

Ao chegar ao pequeno barco soluço colocou a bolsa de suprimentos estranhamente mais leve do que quando a levará com sigo e nem havia percebido o quanto havia ingerido até achar banguela pois ali o tempo parecia passar de maneira estranha, não havia sol acima que desce para olhar apenas neblina e mesmo assim a ilha inteira parecia estar sempre em uma pequena tarde ensolarada.

Soluço ergue-o banguela para coloca-lo no barco e voltar para Berk.

Enquanto a pequena embarcação ia tomando rumo para longe da ilha, soluço se deparou ao fundo na praia já distante uma figura que ao que parecia era humano, porem que demonstrava ter enormes assas atrás das costas dando ao que parecia um sinal de tchau e escutou um sussurrar.

- Que vocês encontrem o seu final feliz e não voltem nunca mais a esta esta ilha.

A "pessoa" ao fundo movimentou fortemente suas assas que fez a mare empurrar o barco extremamente mais rápido para longe. Deixando soluço totalmente a mercê da curiosidade, espanto e de deslumbramento de encontrar um ser totalmente novo.

- Arg! ahn! O menino ouviu a suas costas banguela com sons de dor que o deixaram com medo do que essa nova coisa que encontraram teria feito ao dragão.

- Banguela? Disse fazendo um leve carinho nas assas escamosas dele.

Enquanto o barco se dirigia para fora da neblina soluço apenas rogava para que nada de mal tivesse sido feito a ele.