Cap. 2 - A ilha

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Soluço sentia um peso enorme em cima de si mesmo, quase como se estivesse se afogando, mal conseguia se mexer pela pressão. Quando abriu os olhos a primeira coisa que notou foram as escamas escuras e um leve ronco parecido com um ronronar acima dele.

- Banguela! sai de cimaa! Disse ainda um pouco sonolento. O dragão quase nem se mexeu se não fosse pelo outro o empurrando de cima. - Você é muito pesado pra ficar fazendo isso! Eu não lembro de você ficar fazendo isso antes! Disse um pouco indignado.

O dragão apenas deu ao que parecia um pequeno bufamento em contradição a sair da cama mas não se opôs as vontades do humano. 

Soluço realmente não entendia porque o dragão estava agindo daquele jeito, banguela sempre foi meio super protetor e nunca o deixava ir a lugar nem um sem ele, mas isso tinha se tornado muito pior a alguns meses depois de soluço tinha completado 18 anos, o dragão pareceu se tornar mais possesivo com o humano.


                                                                                       ~Mais tarde~


Soluço estava arrumando o barco que iria junto a eles para mais uma de suas aventuras, ele mal podia mascarar a sua empolgação para descobrir o que havia naquele enorme nevoeiro que pairava no mar e nunca saia do mesmo local, ninguém nunca tinha sido ousado o suficiente para tentar atravessar ou pelo menos nunca ouve historias sobre essa travessia.

- Soluço, temos que conversar antes de você ir meu filho. O chefe de Berk Stoico estava atrás do filho e as palavras que usou foram o suficiente para fazer soluço engolir seco.

- Pai. Disse Soluço meio cansado e já sabendo sobre o que se tratava. - Não acho que seja uma boa ideia conversar bem agora, eu quero partir cedo para voltar antes do anoitecer. Já era pelo relógio de pedra na aldeia umas 9 horas e ele não sabia ao certo quanto tempo demoraria a voltar.

- Eu só.... eu sei filho mas é importante, você será o próximo sucessor de Berk e precisa entender suas responsabilidades, como um bom casamento, sabe a sua a sua amiga Astrid parece ser uma boa escolha e parece interessada em você. Soluço deu uma corada com as palavras de Stoico e banguela ao som do nome da loira saiu de dentro do barco e se meteu entre soluço e seu pai rosnando com leves ameaças com a pata. 

- E de um jeito nele, parece que esta te tratando como parceira de acasalamento em vez de amigo soluço! As palavras do pai o deixaram sem jeito, não podia ser verdade soluço era humano, e bom dragões tinham apenas um parceiro para todo a vida e deixavam a marca em seu parceiro. O humano nunca pensou que banguela poderia sequer cogitar e pensar em soluço como parceiro para vida mas talvez isso explicasse alguns comportamentos mas deixou o pensamento de lado por enquanto, não havia como isso se tornar possível então apenas deu uma risada sem graça para seu pai e disse apenas que isso era impossível. 

O dragão que pareceu entender um um pouco a conversa e ficou apenas desanimado por que sabia das barreiras de suas espécies, nem podia marcar soluço por isso, banguela apenas entrou no barco quando soluço o chamou e depois das despedidas dos amigos e do pai para que ficasse seguro mas que confiava nele. Eles saíram pelo mar aberto. 

Um tempo depois soluço notou que o dragão estava muito quieto.

- Amigão, o que foi? Tá com fome? Soluço ofereceu um peixe de dentro de uma das mochilas que trouxe, ele apenas deu uma cheirada no peixe e afastou a cabeça para um canto. Soluço que não sabia ao certo o que causara aquilo apenas ofereceu um carinho pelas escamas do dragão, que virou-se para o humano e encostou a cabeça em cima das pernas dele.

Soluço odiava quando banguela ficava assim deprimido parecendo sem rumo mas sempre tinha atribuído isso a ele ser o ultimo da linhagem dele mas acho que tem outros motivos por trás.

O humano deu um longo suspiro e o dragão angustiado por perceber que nunca seria compreendido quase começou a chorar mas não queria preocupa-lo então só desejou que as coisas pudessem ser diferentes.

- Olha lá banguela! O nevoeiro. De cima a baixo a neblina era grossa o suficiente par mal ver a própria frente do  barco.

- Bom vamos lá né. Soluço olhou para banguela que soltou um leve muxoxo que não acreditava que iriam adentrar aquela neblina mas ele ainda sentia algo mais como se  fosse encontrar o seu próprio destino naquele lugar.

Ao entrar no nevoeiro tudo pareceu silencioso demais, os sons do mar pareciam ter sido abafados e não ouviam nada além do barulho da respiração e do próprio coração.

- Parando pra pensar não sei se era mesmo uma boa ideia né  banguela? Ao olhar o dragão ele parecia hipnotizado com algo, as orelhas a cima da cabeça tremiam como se sinalizassem algo.

- Banguela? Soluço ficou assustado com o comportamento dele, e ao longe ouviu uma voz serena como uma melodia. 

- Ah Jovem coração errante, não há poço mais profundo do que seu próprio desejo de mudar para em fim encontrar seu par. A voz parecia cada vez mais triste. - Quanta dor para esse coração que sabe que nunca conseguira o que quer, nunca terá o amor que anseia! Talvez eu possa ajudar esse coração! 

Ao fundo soluço e banguela conseguiram ver areia de um começo de uma ilha mas algo ali era totalmente anormal, a areia era totalmente composta por tons pasteis. 

Soluço se encontrava totalmente transtornado, aquilo era impossível, quantas vezes tentara entrar naquela neblina com seus amigos e tentavam por muito tempo encontrar algo, mas ali durante nem, bom ele não sabia exatamente quanto tempo tinha se passado mas não sentia que era muito.

Ao encostar o barco na areia da praia.

- Banguela eu acho melhor a gente ter muito cuidad..! O dragão sai em disparada para dentro da ilha como se sua vida dependesse disso. 

- Banguelaaa!

O verde em seus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora