Capítulo II- Inocente?

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                    AGATHA FELIX

  Acabei de acordar, a manhã está fria e nublada, minha mente está sobrecarregada com o acontecimento de ontem, quem envenenou Raquel?! Por que fariam isso?! Ela se matou?! Mas deixo as ideias de lado e me levanto ao escutar o sininho do café da manhã, visto um vestido longo cinza junto de meus anéis de prata e deixo meu cabelo preso em um coque.
  Ao chegar na área do café da manhã avisto Angel, ela está conversando com o garçom, o que ela está fazendo aqui? Ela deveria estar na delegacia, depois converso com ela, me direciono até a mesa do café da manhã, pego uma xícara de café com duas delicadas colheradas de açúcar, um ovo mexido e dois bacons, melhor combinação, me sento em uma mesa no canto e começo a comer meu café da manhã, enquanto como analiso as pessoas no salão, uma mulher alta de cabelos pretos longos e lisos, pele branca bronzeada, vestida com um roupão dourado com detalhes em preto, ao lado dela está um homem gordo e baixo, cabelo ralo e grisalho, ele veste um terno cinza, ele aparenta estar indo para uma reunião de trabalho e antes de ir ele beija a mão da moça, minha visão é bloqueada por Angel, ela se senta em minha frente com uma xícara de chá, aparenta ser de camomila, eu inicio a conversa:

  — Bom dia delegada

  — Bom dia detetive, tenho algo a falar

  — O quê?

  — Kate Carson desapareceu

  — Como assim?!

  — Liguei para cada um dos suspeitos, todos atenderam, menos Kate, ela disse que iria para a casa de Cassandra, mas a Cassandra disse que ela não está lá!

— Que merda! E ago...

  Sou interrompida pelo toque de celular da Angel, alguém está ligando pra ela, ela atende rapidamente, ela fala "bom dia", deixa a pessoa falar, "Que bom, tchau". Angel se vira para mim novamente e diz:

  — Kate acabou de chegar na casa de Cassandra, diz ela que foi comprar ovo para o café da manhã, me preocupei por nada

  Minha mente acha que Cassandra está mentindo, ela escutaria Kate saindo de casa, Kate a avisaram que estaria saindo, será que ela matou Kate e faliu que ela está lá para mentir? Mas então ela não teria dito que Kate não estava em casa mais cedo. Vejo o relógio na parede do salão e percebo de já são 10:50, perdi muito tempo, faltam três horas e dez minutos para o resto dos depoimentos.
   
                             12:12

  Estou no meu carro dirigindo até a casa de Cassandra, não sei como esses idiotas desses policiais deixaram duas garotas sozinhas na cena do crime, mas pelo menos já retiraram os corpos, o que é um alívio.
  Chegando em frente a casa, percebo o silêncio na vizinhança, Angel me disse que as pessoas estão se mudando para outras cidades ou bairros, eu faria o mesmo, mas antes eu teria descoberto a causa do problema, comigo não tem poucas palavras, estacionou o meu carro, saio e caminho até a porta principal, quando bato na porta e toco a campanhia ninguém me atende, tento abrir e a porta estava destrancada, ao entrar eu pergunto:

  — Alguém em casa?!

  Um silêncio ensurdecedor é minha resposta, passa um frio na minha barriga, empunho minha faca, infelizmente deixei meu revólver no carro, achei que não precisaria usar, caminho pelo primeiro andar e não acho nada, vou subindo a escada preparada para o que der e vier, checo a primeira porta a minha frente, o escritório, ao abrir não vejo nada de novo, o sangue seco, marcas de lutas e a mesa meio bagunçada, saio e deixo a porta aberta, vou até o quarto de Kate, ao abrir eu vejo uma cena horrível, o corpo de Cassandra decapitado no chão quarto, apoiado em uma cômoda que está encharcada de sangue, consigo ver suas veias pulsando lentamente, me aproximo enquanto olho em volta, será que Kate a matou ou fugiu?! O recinto está com o cheiro podre do corpo de Cassandra, sua cabeça foi decapitada pela mesma lâmina que foi usada nos outros corpos, a assassina está usando a katana da casa da Kate, preciso pensar, tô deixando algo escapar...
  Continuo procurando alguém pela casa, não acho ninguém, até eu tentar abrir a despensa, puxo a maçaneta e está trancada, empurro, empurro, continua trancada, vou arromba-la, dou alguns passos para trás, e em seguida, corro até a porta e dou um forte chute contra ela, fazendo-a abrir, quando a porta abre eu vejo que a Kate está ali, no chão, amarrada e chorando com alguns cortes nas pernas e nos braços, quando me vê ela começa a tentar falar comigo, mas sua boca está colada com uma fita isolante, tiro a fita de sua boca e começo a desamarra-la, então, eu a questiono:

  — O que aconteceu?!

  — O assassino entrou aqui e me prendeu enquanto matava Cassandra!

  Não falo mais nada, por que o assassino mataria a Cassandra e não a Kate, só se o assassino for o pai de Kate, ele não a mataria, mas pelo visto cortou seus braços e pernas, a levanto, ela se mantém em pé mas bem machucada, eu a pergunto:

  — Você sabe que sua amiga morreu?

  — O QUÊ?!

  —0 ...

  A menina começa a chorar descontroladamente, ela se ajoelha novamente e põe as mãos no rosto, abafando o choro, sigo em frente e caminho de volta ao quarto do corpo, enquanto caminho no corredor percebo que a porta se fechou, mas eu a deixei aberta, volto andando de costas lentamente, me viro para Kate e digo:

  — O assassino está aqui..

  — Eu sei...

  Kate se levanta e perfura minha barriga com uma faca de churrasco, revido com uma facada no braço dela, fazendo-a largar a faca, em seguida fecho a porta da despensa, quando vejo que ela está tentando abrir eu abro a porta com tudo na cara dela, mas quando abri a porta, eu não a vejo, procuro em volta e não a acho, a despensa está escura, quando acendo a luz não vejo ninguém, mas escuto um estridente barulho de vidro quebrando vindo de fora, corro até o tal barulho, que está vindo do quarto do corpo de Cassandra, quando chego lá vejo a já ela arrebentada, olho através dela e nada, será que alguém realmente pulou daqui? Pensava eu antes de receber uma pancada na cabeça, caio no chão meio tonta, quando olho para cima, vejo Kate com uma panela na mão, minha cabeça está doendo, mas consigo ameaçar ataca-la com minha faca, ela pula pra trás para desviar do "ataque", me levanto segundo firmemente minha faca e olhando em volta procurando algo pra me ajudar, vejo uma tesoura com ponta encima de uma cômoda, o corpo de Cassandra que pode ser usado como defesa, por que deixei a porra do revólver no carro?!
  Kate avança com a panela em minha direção, fazendo um ataque diagonal da esquerda à de direita, consigo ir pra trás para desviar, em seguida seguro o pulso da mão de Kate, que está segurando a panela, e o levanto, abrindo a guarda dela à força, a garota está sem reação, dou um corte em sua barriga, não quero machuca-la ou mata-la, só quero prende-la, ela é jovem e tem muito a aprender, a garota grita comigo estridentemente:

  — Morre, sua detetive de merda!

  Ela mostra uma força vinda de repente, talvez de ódio, ela solta minha mão de seu pulso e me bate com a panela no meu braço, começo a andar de costas até a cômoda para ela não perceber a tesoura, estou suando, estou com medo de não sobreviver, minha barriga está sangrando e a garota continua vindo até mim segurando a panela com tudo, a veia de seu braço fica marcada de tanta força, finalmente chego na cômoda, apoio minha mão desarmada na cômoda e digo:

  — Por que tudo isso, Kate?

  — Por que tudo isso?! POR QUE TUDO ISSO?! No início era por dinheiro, existem muitos cidadãos ricos nesse bairro, me aproveitei disso, meu plano estava dando certo, mas minha a mãe descobriu e meu pai... A matou...

  — Mas não poderia mantê-la viva?

  — Não... Ele estragou tudo...

  — Mas como?!

  — Não devo satisfação, sua inútil!

  A menina avança com o braço levantado segurando a panela, mas eu sou mais rápida, e pego a tesoura com ponta e perfuro seu braço, onde já estava machucado por causa da facada que eu dei à alguns minutos atrás.
  A menina grita de dor, mas não se deixa por vencida, ela dá mais uma pancada em mim com a panela, fico mais tonta que antes, está tudo girando, minha cabeça está latejando de dor, tento me arrastar para fora do quarto enquanto o sangue da minha barriga suja o chão todo criando um rastro de sangue, Kate se ajoelha e aproxima sua boca de meus ouvidos e sussurra de uma forma fria e psicopata:

  — Esse não será seu fim, morte é muito pouco pra você... Te encontro mais tarde...

  A pouca visão que eu tinha é apagada, Kate me deu o último ataque com a panela, que me desmaia imediatamente, não sei quanto tempo ainda tenho, mas sei que é pouco...
 

O Caso de Kate CarsonOnde histórias criam vida. Descubra agora