Capitulo III - Sequestrada

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      Começo a acordar com barulhos intensos à minha volta, são como serras elétricas, escuto faíscas, minha visão começa a se abrir, vejo um porão escuro e velho com algumas teias de aranha espalhadas pelas paredes, teto e chão, vejo uma forma saindo da escuridão com um objeto na mão, ele é circular na ponta com vários espetos, talvez seja a tal serra que eu tinha escutei, finalmente reconheço a forma, é Kate, ela vem andando lentamente com um olhar de desprezo e decepção, ela caminha em volta de mim enquanto arrasta a arma na cadeira que estou amarrada, é uma cadeira de madeira grossa e algemas de ferro me prendendo, Kate não fala nada, só faz um barulho estridente arrastando a arma na cadeira, minha cabeça zombe, até que ela solta minhas algemas de me taca no chão, estou com minha face no chão sujo com um odor de cadáver muito forte, começo a me arrastar para frente, mas paro porque sei que é desnecessário, não vou conseguir fugir... Kate fala uma coisa:

  — Você vai ser minha última vítima...

  — Por que?... Por que não me mata?

  — Porque eu quero que você veja todas as minhas vítimas sendo mortas na sua frente...Quero que você veja o que você poderia parar mas não vai!

  — Será qu...

  Sinto meu cabelo sendo puxado fortemente para trás por Kate, e em seguida ela empurra minha cabeça com toda força no chão e desmaio novamente...
  Acordo, parece que passei horas aqui, quando abro meus olhos vejo o chão que eu estava largada, agora estou pendurada pelo pulso pelo o que eu acho que é uma corrente de metal, minha cabeça tá parando de zombir, minha dor de cabeça tá abaixando e tem um líquido escorrendo no lado direito da minha cabeça, que foi o lado que a Kate bateu no chão.
  Depois de alguns minutos eu raciocínio melhor o que está acontecendo, olho em volta e o lugar parece um porão, o chão está todo ensanguentado, mas eu sei que esse chão não é meu, está bem escuro, começo a me debater para me soltar, essa corrente é muito resistente, mas uma hora ela vai ceder! Continuo me debatendo para trás e para frente,até um momento que escuto um som de quebrando, nesse exato momento eu me jogo meu peso para frente e a corrente se solta, a corrente se solta e caio no chão com a corrente embaixo de mim e ela quebra, meus pulsos doem pra caralho, é insuportável, mas a dor passa rápido, começo a levantar e corro até uma mesa cheia de ferramentas afiadas apoiadas encima e pego uma serra, ando até as paredes e procuro um interruptor, acho um interruptor branco meio desgastado e pressionou, a maioria das luzes se acendem, elas são amarelas e aparentam ser velhas, isso com certeza é um porão, as paredes velhas ensanguentadas com mofo, tem varias mesas pelo porão, há corpos empalados e estripados pendurados por uma corrente presa no teto, eu estava presa em uma corrente dessa, o abdômen dos corpos está aberto e suas tripas estão para fora, é nojento, o sangue de dentro do corpo escorre pra fora e suja o chão todo, o sangue escorrido no chão segue um fluxo até um ralo no meio do porão, o odor é terrível, os pelos do meu nariz ardem quando respiro, no caso, não param de arder.
  Procuro uma porta mas eu não acho, ela deve ser secreta ou algo do tipo, examino os corpos e eles parecem novos, estão sem pele, face e cabelo, são só sacos de pele cheio de órgãos podres, a Kate arrancou a pele deles pra mim não saber quem é?! Ou ela vai usar para outra coisa? Continuo examinando o lugar até que escuto um barulho vindo de uma das paredes, me escondo atrás de uma mesa e continuo olhando para a parede, vejo uma fresta da parede abrindo, mas não tem ninguém abrindo! É um rato?! Exatamente, um rato abre uma fresta da parede, vai até o ralo onde está fluindo o sangue e começa a beber o excesso do sangue que fica em torno, eu me levanto e corro até essa fresta e me deparo com uma escada de concreto branco, a parte de dentro do porão é de madeira com um concreto mal feito, mas aqui fora não, a parede atrás da fresta, que é uma porta, é de um concreto bem feito e bonito, parecido com os das casas do bairro dos assassinatos! Eu começo a subir a escada, me deparo com outra porta, quando a abro eu vejo que não estou em das casas daquele bairro, é uma casa completamente diferente do modelo das que eu investiguei, está de tarde, o resto da luz do sol, que está se pondo, está clareando um pouco aqui dentro, olho por uma janela e vejo várias árvores, não estou tão perto de onde eu estava, saio andando pela cada com a serra empunhada, a casa é de concreto branco, alguns cômodos não estão pintados de branco e sim de cinza, os cômodos estão todos vazios, a cozinha tem um telefone, eu tento ligar para Angel, a casa aparenta estar sem energia, então não consigo ligar para ela, estranho... As luzes do porão funcionaram, será que era um gerador? Ou o telefone não funciona? Ele está em perfeitos estados, quase novo.
  Vou para o lado de fora da casa e vejo um carro, vou até ele, está trancado, quando me afasto dele de novo eu percebo que o carro do pai de Kate, imaginei, Kate teria que me trazer de algum jeito rápido e prático, olho em volta da casa e acho o interruptor da casa, eu o ligo, olho para cima em direção à uma janela de um cômodo do segundo, a luz acendeu, quando eu investiguei os cômodos vazios eles estavam sem luz, então agora o telefone deve funcionar, escuto uma porta rangendo atrás de mim, quando me viro na direção do barulho eu vejo uma pequena cabana de madeira, essa cabana está de costas, a porta dela deve ser para o outro lado, estou com uma serra, se for Kate eu não vou conseguir ganha-la...

O Caso de Kate CarsonOnde histórias criam vida. Descubra agora