A Loba e o Corvo - Leah Clearwater ( Tradução )✓

Simulacro

17

As estrelas brilhavam intensamente no ar fresco da noite. As luzes ao longo de cada lado da rua brilhavam alegremente e refletiam no oceano escuro abaixo, cujas ondas podiam ser ouvidas, misturadas com risadas, canções e alegria dos foliões. O banquete, embora fosse uma pobre imitação daqueles compartilhados em Asgard, ainda era um bálsamo para as almas dos enlutados Aesir.

Eles eram tão poucos agora. Os poderosos Aesir, agora despojados de seu poder, eram pouco mais do que camponeses agricultores e pescadores aproveitando o máximo que podiam para sobreviver na gélida e indesejada costa de Midgardiana. No entanto, por uma noite, eles poderiam fingir que esqueceram suas perdas e, em vez disso, reviveram suas memórias. À medida que a cerveja fraca fluía, os contos, canções e poemas antigos também fluíam livremente pelo grande salão onde eles se reuniam. Na tradição antiga, eles podiam se lembrar da bravura e dos corações daqueles que caminharam pelas terras dos vivos. diante deles e inspirar-se a enfrentar suas próprias buscas por valor, como era costume de seu povo.

À medida que as festas da noite chegavam ao fim, Loki apoiou os passos estridentes do Rei de Asgard, que cambaleava instável pela estrada de paralelepípedos e se agarrou ao ombro de Loki em busca de apoio. Uma antiga balada saiu da boca barbuda de Thor para todos ouvirem e Loki conteve o riso quando a voz estrondosa de Thor trouxe aplausos de algumas das casas e janelas pelas quais eles passaram ao longo do caminho. Outros se juntaram à sua música e cantaram junto com ele enquanto voltavam para a residência de Thor.

Agora, vestido com sua melhor armadura, Thor parecia mais o rei que pretendia ser. Loki ficou boquiaberto a princípio quando Thor parecia mais com Odin do que Loki jamais sonhou ser possível, mas quando seu sorriso brilhante apareceu em seu rosto, o ataque subjacente de alegria era todo de Thor.

Depois de muito mais monólogos emocionantes e refrões de baladas do que Loki jamais desejou ouvir, ele finalmente conseguiu depositar o Rei de Asgard em sua cama. Os roncos de Thor encheram sua casa recém-limpa antes mesmo de Loki fechar a porta da frente.

Loki aproveitou seu momento de solidão e a caminhada de volta pela cidade lhe permitiu vagar em seus pensamentos. Ele vagou sem rumo pela cidade, apreciando os sons familiares dos instrumentos e melodias asgardianos flutuando no ar fresco da noite e, se fechasse os olhos, quase poderia fingir que estava vagando pelas ruas da cidade que antes considerava seu lar.

Ele estava tão perdido que não percebeu a sombra ágil que se esgueirava silenciosamente por uma porta aberta, com a espada na mão. Ele se assustou ao voltar a si ao sentir o uru frio e afiado em sua garganta.

Não foi a primeira vez que a lâmina encontrou seu alvo direcionado à sua jugular. Ele arqueou uma sobrancelha enquanto seguia a ponta afiada até o punho e depois até a mão mortal que a empunhava. No instante seguinte, outra mão agarrou-lhe a gola da túnica e puxou-o pela soleira da porta. A porta se fechou e trancou atrás dele.

Ele mal teve tempo de notar a sala mal iluminada antes que a espada caísse no chão junto com o corpete de um vestido finamente feito. Lábios familiares o forçaram contra a porta e dedos experientes puxaram os fechos e laços de sua armadura formal, implorando para que seu peito nu encontrasse o dela. Os lábios percorreram cada pedaço de pele livre de tecido e couro com uma intensidade desesperada antes de encontrarem apoio em seus lábios novamente.

Era uma dança à qual ele estava acostumado há muito tempo - uma dança que muitas vezes enchia noites semelhantes após tais festas, onde duas almas solitárias e esquecidas, sem palavras, davam consolo temporário uma à outra. Os dois desajustados da elite Asgardiana fingiam que tinham um lugar juntos.