Capitulo 1

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— sobre a porta...— grito mais a mesma não me deixa terminar

— nem pensar, já conversamos sobre isso. Esse dinheiro é para os seus estudos — fala entrando no carro
— A querida... — seu tom de voz muda para um tom mais sério e melancólico e já sei exatamente onde ela queria chegar — é aniversário de morte da sua mãe, comprei algumas flores pensei que seria legal ir visitar o túmulo dela, eu até iria com você se...

— tudo bem tia, eu entendo, pode deixar eu passo por lá — do um sorriso simpático, ela me olha por alguns segundos com seu olhar carinhoso e finalmente vai embora

Subo as escadas até meu quarto e jogo a mochila no canto. Tiro a roupa no caminho do banheiro fazendo com que a roupa fique espalhada por cada canto do meu quarto. Entro da água morna e a deixo percorrer meu corpo inteiro e me permito relaxar.

Após realizar a lista de tarefas da tia emy coloco a comida para esquentar e me sento no sofá e acomodo minha cabeça no encosto,  fecho os olhos por alguns minutos é uma onda de flashbacks atinge minha cabeça tudo ao mesmo tempo

—Não, você não pode me deixar— uma onda de lágrimas atingem meu rosto — você também não por favor

Corro pelo quintal gargalhando enquanto uma figura feminina com cabelos castanhos e olhos escuros me persegue com os braços abertos até cair nós duas na grama

Eu aos 14 anos embainhando uma espada de pura prata que cintila ao sol, gritos e  sons de flechas cortando o ar
— eu estou com você, estou aqui, sempre vou estar

" o curso da vida é como o mar minha pequena dore, alguns mergulham para evitar ser derrubado pela onda, alguns surfam sobre elas e alguns apenas à espera trazer de volta à terra firme, voce só precisa saber o que fará  quando as ondas da vida vier até você"

— eu te amo minha pequena dore

— eu não sou mais pequena mamãe— choro ao ver seus olhos se fechando
— como pude esquecer disso senhorita dore — diz recitando nosso bordão — você... sempre  será... minha...pequena....

Me levanto em um um salto e sinto meus olhos encharcados vou até o microondas mais de repente não sinto mais fome volto a embalar a comida,  reparo no lindo buquê de rosas azuis e amarelas, as cores favoritas da minha mãe.
O cemitério estava silencioso como todas as vezes que eu viera, o que faz sentido já que mortos não falam, caminho entre os túmulos até chegar ao da minha mãe. Agacho e passo a mão em sua lápide depositando as flores

— sinto saudades mamãe — volto a me levantar deixando as flores

— eu também sinto a falta dela — escuto uma voz masculina que eu conheço bem, sem pensar duas vezes desfiro um golpe que o coloca no chão em segundos

— Que raios você está fazendo aqui — sinto meu coração acelerar e o sangue em minhas veias ferverem

— rápida como sempre, tudo bem eu acho que mereço isso, não sou o pai do ano — fala se levantando batendo a mão em seu sobretudo por cima do terno preto

— Você me mataria se eu não fosse um Deus? Esquece, eu sei a resposta. Precisamos conversar — fala agora de pé de ante de mim

—🌓—

— pode esquecer! você literalmente ficou sentado vento todas as pessoas que eu amo morrer e acha mesmo que eu vou simplesmente ajudar você ?— falo o olhando incrédula com a cara de pau do mesmo, tomando um café a minha frente como se fôssemos pai e filha normais

— sabe que eu não posso interferir na vidas dos mortais, não posso decidi quem vive e quem morre. Nem ades faz isso

"Regras são regras", é fácil falar isso quando é um Deus e se pode ter tudo que quer, na hora que quer. Não faço a mínima ideia de como minha mae conseguiu se apaixonar por um babaca desses, minha mãe foi a mulher mais doce e simpática que eu já conhece, e ele é autoritário e presunçoso " olha pra mim eu sou o Deus dos mares, me reverencie". Descobri que eu era filha de Possêidon aos 9 anos, não muito comum aos chamados semideuses que normalmente são reclamados aos 12,13 anos por seus pais, para proteger o Olimpo através de dons dados por suas parte meio deuses, mas diferentes deles minha mãe não tento me esconder a verdade aos nove anos quando eu a perguntei quem era o meu pai, nunca descobri se eu a agradeço ou a odeio por isso. Aos nove anos quando sua mãe fala que você é filha do Deus dos mares você pensa, uau isso é incrível, mas acredite não é. Conheci meu pai aos 10 anos e a primeira frase dele foi, " você já manejou uma espada?" Um pouco fora das expectativas de uma garotinha de 10 anos, mas uma grande abertura para problemas psicológicos. Manejei minha primeira espada aos 11, descobri os montros aos 12, ganhei uma espada de presente do próprio Possêidon aos 13, tudo isso junto com literalmente uma centena de primo( de cada tio diferente ), poderes aquáticos, montros querendo literalmente te matar a toda hora é uma mãe com câncer. Era muito para uma garotinha de 13 anos, pelo menos até conhecer Thomás cooper, meu melhor amigo, e filho de Zeus.

Senhorita dore Onde histórias criam vida. Descubra agora