Capítulo 12

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O natal chegou e como de costume o Rei Henry não fez festa alguma, pegou a filha e foram para sua casa de campo, Sandringham Estate, no condado de Norfolk, na Inglaterra.

Diferente de Henry e Amelia, Oliver e Louis não gostavam nem um pouquinho dessa data comemorativa. Tinham horror de lembrar de todos os natais que tinham de bancar a família amorosa sendo que horas antes e depois dos jantares sempre acabavam do mesmo jeito: o pai bêbado agredindo a mulher e os filhos se escondendo debaixo da cama.

Depois da morte do antigo Duque nunca mais fizeram festa alguma, apenas se reuniam para um jantar entre os dois mas agora tinham a companhia de Katherine, agora esposa de Oli.

- Feliz Natal Louis! - Katie sorriu enquanto decorava a árvore que ficara guardada por anos.

- Feliz Natal Katie. - Respondeu dando um sorriso educado, caminhou até o o irmão e sussurrou - O que é isso?

- Ela insistiu em decorar a casa. - Coçou a cabeça - Katherine ama o natal.

O assunto foi cortado quando a cunhada chegou com um grande sorriso e um lindo arranjo de flores natalinas.

- Vocês estão lindos, o jantar será servido em breve. - Anunciou com alegria.

Katherine veio de uma família super religiosa que comemora os natais com a maior alegria pois era o momento de relembrar o nascimento do Salvador e passar com as pessoas as quais amavam.

Katie era doce e muito bem educada, todos os funcionários diziam que ela foi a salvação para a grande residência do Duque de Marlborough! Alegrava a todos que trocavam palavras com ela.

Foi criada em uma grande fazenda no interior da Inglaterra e era uma das pessoas da corte mais humildes que Oliver já havia conhecido, talvez seja por isso que ela conquistou aquele coração duro.

Katherine andava descalça pela casa, ajudava a arrumar os quartos e na hora de almoçar, quando o marido não estava, comia junto dos funcionários na cozinha.

Agora Duquesa de Marlborough cresceu com vários irmãos, odiava ficar sozinha, tinha cinco irmãos mais velho e três mais novos!

- Os pais são católicos ou anglicanos? - Louis perguntou cruzando os braços.

- Eles são católicos mas ela e os irmãos são anglicanos. - Oliver tomou um gole de whiskey.

- Os pais são irlandeses?

- São.

- Faz sentido.

- Não se irrite com a Katie, tá legal? - O irmão mais velho deu o último gole em sua bebida.

- Por que me irritaria? - Ficou confuso.

No mesmo instante ouviu-se um som no piano, era ela tocando "Last Christmas" da banda "Wham!", era muito fã do George Michael.

- Por isso. - Deu um tapinha nas costas do irmão mais novo - Sei que não temos memórias boas do natal, mas não quero que minha esposa e meus filhos também não tenham. Então tenta entrar no clima.

Louis apenas assentiu.

- Um dia você irá entender o que é o amor Lou.

O irmão mais velho sorriu e caminhou para junto da esposa que tocava piano lindamente, como era talentosa, eles eram lindos juntos. Nunca tinha visto Oliver olhar com brilho nos olhos para ninguém até que Katie chegou.

Com o copo vazio do irmão na mão, Lou lembrou da época em que sua mãe deixava os presentes debaixo de suas camas para continuassem acreditando no Papai Noel. Sorriu.

Sua mãe foi um anjo na Terra, não merecia passar pelo que passava.

Louis não acreditava que um dia de apaixonaria de forma arrebatadora a ponto de construir uma família, sempre imaginou que morreria solteiro com enfermeiras gatas cuidando dele.

***

Amelia e Henry abriram uma grande caixa velha cheia de fotos e memórias especiais.

Natal para o pai e para a filha era tempo de recordação e gratidão, era um momento onde aconchegavam-se no grande sofá em frente à lareira e abriam fotos, assistiam gravações e lembravam das gerações antes deles.

- Olha o vovô e a vovó! Como eu sinto falta deles. - Amy sorriu passando ao dedo pela fotografia velha - Tão novinhos.

- Papai foi um grande Rei, uma pena ter ido tão cedo.

- Olha, essa aqui é a bisa em sua coroação. - Riu enquanto observava os cabelos da época - Acho engraçado como a moda muda.

- Nos anos setenta eu queria muito me parecer o John Lennon, mas por ser o futuro Rei, papai não deixou. - Os dois gargalharam imaginando como ele ficaria - Ainda bem!

Pegando um álbum no fundo da caixa, Henry sorriu abrindo-o.

- Esse álbum contém todas as nossas memórias com você, Amy.

- "Para a nossa doce Amy, uma memória de como é amada". - Leu a princesa.

Folheando as páginas do álbum Amelia emocionava-se vendo fotos da mãe grávida dela, fotos do pai babando encima da barriga.

- O que é isso? - Apontou para um tufo de cabelo.

- Sua primeira mecha, sua mãe fez questão de guardar. Ai dona Isabella. - Riu sorrindo vendo a foto da esposa com a filha.

Passaram-se mais algumas folhas até que Henry parou em uma página que tinham fotos dele com a Amy pequena.

- Esse foi o seu primeiro Natal, como estava fofa de vestidinho vermelho. - Disse ele em um tom nostálgico - Me lembro de cantar com você Jingle Bell e a sua mãe ria te assistindo dançar.

Sentada ali com o pai, Amelia percebeu o quão sortuda era por ter Henry como figura paterna.

Com o celular nas mãos sentiu-o vibrar, havia chego uma mensagem. Confusa pensava, quem em plena noite de natal a mandaria mensagem? Então abriu o aplicativo e deu de cara com a notificação do Duque de Lancaster. Com um sorriso respondeu a mensagem de feliz natal que ele havia enviado.

 Com um sorriso respondeu a mensagem de feliz natal que ele havia enviado

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