Eyes of Wolf

Capítulo 2

Ônibus Escolar - Estrada 36, 27 km de Beacon Hills.

Liam estava apavorado.

Ele nunca imaginaria que uma excursão de escola teria tantos problemas.

Eles estavam em dois ônibus, as três turmas do segundo ano juntas, voltando de uma Convenção Histórica.

Do nada, um dos ônibus - o que não era o seu - parou na estrada. Liam escutou a porta do ônibus abrindo, e duas vozes falando coisas sem sentido. Ele não conseguia entender muito bem, ainda estava em fase de treinamento, não dominava muito os seus poderes de lobisomem.

Os faróis apagaram.

O motorista do seu ônibus encostou e foi até lá investigar o que havia acontecido. E foi aí que começou.

Sons de tiros e gritos de pavor tomaram conta do local, ecoando por toda a estrada.

Max, o motorista, fez sinal para que alguém fechasse a porta do ônibus, e depois sinalizou para que todos se abaixassem. Liam estava no antepenúltimo assento do ônibus, ao lado da janela. Do seu lado estava Kitty, sua colega de turma.

- Eu estou com medo. - murmurou ela, para que só ele escutasse.

- Todos estamos... - respondeu ele - Apenas tente ficar calma.

Ele a abraçou.

Minutos depois, os gritos cessaram.

Os faróis do outro ônibus se acenderam outra vez, mas era só para mostrar a terrível batalha que acabara de ser encerrada. Através das janelas agora iluminadas, via-se um mar de corpos mortos, vítimas de sabe-se lá o que.

E Liam os viu. Eram dois. Um homem e uma mulher.

Altos, cabelos escuros, com jaquetas de couro marrom, botas pretas ao estilo coturno, e armas. Imensas armas.

Um deles - o homem - atirou na porta do ônibus em que Liam estava, fazendo com que ela se abrisse.

- Tomara que tenhamos mais sorte nesse aqui. - falou o homem. - 43 crianças e nenhuma com o dom que procuramos... Lamentável.

- Concentre-se, Carl. - repreendeu-o a mulher que o acompanhava. - É meio óbvio que ele estará aqui.

- Eu não entendo o por quê da sua afirmação, mana... - ele contestou.

- Apenas cale a boca, certo?! - falou ela.

Ela fungou.

- Está aqui, eu sabia! - falou ela, empolgada.

- Se sabia, por que não veio direto nesse aqui? - falou o homem, que era supostamente seu irmão. - Não precisaríamos ter matado todas aquelas crianças.

- Foi apenas diversão. - falou ela. - Agora é hora do trabalho de verdade.

Ela olhou para todos no ônibus, todos esboçavam a mesma cara de pânico, afinal era de se esperar.

Seu olhar foi de um em um, parando exatamente nas poltronas 38-39. As poltronas de Liam e Kitty.

- Achei. - disse ela, com um imenso sorriso ameaçador. - Apague todos, menos aquele dois. - Ela apontou para eles.

- Por onde começo? - perguntou Carl. - Esquerda ou direita?

- Tanto faz, apenas faça. - falou ela. Quer saber, eu te ajudo, assim acabamos mais rápido.

- Tudo bem, maninha! - disse Carl.

- Eu fico com a direita. - disse ela.

E outra vez o tiroteio começou. Kitty voou para baixo do banco, espremendo-se ali, para se abrigar dos tiros. Liam sabia que seria inútil.

Ele suava frio, não aguentava assistir aquilo. Ele precisava fazer alguma coisa, precisava tentar ajudar.

Seus olhos se iluminaram, o tom de amarelo mais intenso já antes visto.

- É você! - exclamou a mulher, maravilhada.

- O que você quer? - perguntou ele.

- Só um minuto... - disse ela. - Tenho que acabar o meu trabalho. Seria falta de educação fazer o trabalho pela metade, não acha?!

O último tiro foi em Kitty. Seu corpo já encolhido de espanto, apenas teve a gota que faltava para entregar-se ao pavor eterno. Ali, naquele ônibus, ela partiu. E Liam assistiu tudo, e não pode fazer nada.

- O QUE VOCÊ QUER COMIGO? - exclamou ele.

- Calma, lobinho. - falou Carl.

- Quieto, Carl. - disse a mulher. - Perdoe o meu irmão, ele é 3 minutos mais novo.

- Quem é você? - perguntou Liam. - O que vocês querem aqui?

- Ah, que falta de educação a minha. - falou ela. - Eu sou Samantha, e vim aqui pegar você. - ela sorriu, triunfante.