➳06| Possessive

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Oii, tô muito animada pra escrever os próximos capítulos. Adhara vai finalmente sair do quarto e nós teremos personagens novos aparecendo!

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Você é minha até o fim do tempo de posse

Possessive| Crhis Brown| Tradução alterada

Mansão Blackwood, România07 de setembro, 2022

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Mansão Blackwood, România
07 de setembro, 2022

Me arrumo para partir, faltam apenas dois dias para a lua cheia e é melhor eu estar bem longe daqui nesse período. Lua cheia é um período de festa para nós. Mesmo os vampiros que vivem aqui sabem que a noite é nossa nessa época do ano.

Sem leis, sem regras, sem restrições.

Trouxe Adhara com alguns dos meus guerreiros para a casa de campo, todos acham que estou mantendo-a prisioneira para descobrir informações sobre a alcateia rival. Com exceção da minha irmã e dos gêmeos, ninguém mais sabe que Adhara é minha predestinada. E nem podem descobrir.

Predestinados são o que os humanos chamam de almas gêmeas. Esse tipo de ligação é rara e mais ainda quando acontece entre um humano e um lycan.

Viro o copo de whisky que é como água para mim, aparentemente quanto mais velho você fica, mais difícil é se embebedar. Ainda mais com as bebidas atuais, nada comparadas às bebidas escocesas de antigamente.

Faço uma careta ao pensar que nem minha própria bebida é capaz de tirar essa coisa que sinto na presença dela.

Caminho até o quarto em que Adhara está, engulo seco, já esperando o sermão da minha irmã, eu estava cego pelo ódio. Meu corpo todo grita perigo quando estou perto dela, e quando ela me desafiou acabei perdendo a cabeça. Não estou acostumado com pessoas debochando da minha cara.

Observo minha irmã cuidando dela. Ela já está limpa e está tomando medicação na veia. Observo seu corpo perfeito, mais magro do que geralmente. Sinto ódio por vê-la assim, ódio por saber que fui quem fez isso com ela e mais ódio ainda por me importar tanto.

Lïæz me encara, seu rosto mostra total apatia e o meu é inexpressivo, frio, como nos últimos séculos da minha miserável existência. A lycan caminha até mim com o mesmo olhar de uma mãe raivosa e por um ínfimo momento a diversão corta meu olhar.

- Veio aqui ver a desgraça que fez?- Ela diz com a voz variando entre raiva e deboche.

Não respondo e deixo que ela continue.

- Eu não sei que tipo de criatura fria e insensível que você está se tornando, mas se continuar assim, vai ficar igual ao seu pai, um monstro cruel e insensível, tão miserável quanto sua própria existência. Sinto falta do meu irmão.

Trinco meu maxilar. Não evito que minhas presas saiam e meus olhos se escureçam.

As memórias do meu pai maltratando minha mãe me fazem fechar os pulsos. Ela era pura, doce e gentil, seu maior erro foi ter Khälæ como companheiro. Um dos maiores alfas da sua época, um lycan terrível, cruel e sanguinário. Um covarde que não valorizou sua companheira e a prendeu em uma vida de abusos e mentiras. Um covarde que não conseguiu olhar nos olhos da própria prole enquanto eu o matava. E se minha mãe está morta hoje, a culpa é dele, e inteiramente dele.

Entro no quarto vendo-a indefesa deitada na cama. Os cabelos morenos estão molhados e se espalham pelo travesseiro. Apesar do cheiro do sabonete, consigo sentir sua fragrância natural e isso me enlouquece. Uma energia atravessa meu corpo da ponta dos pés e corre até meu último fio de cabelo.

O quarto está claro. Adhara está sedada deitada na cama, sua respiração é calma, mas seu olhar é perturbado. Sua pele é pálida, doente. A pele macia está marcada por hematomas e arranhões.

Fecho meus punhos com força, já sentindo minhas garras saindo. Eu fiz isso com ela, mesmo que não diretamente, fui eu que a prendi, fui eu que a machuquei, fui eu que a fiz lembrar do passado miserável no qual não consegui protegê-la porque estava ocupado demais destruindo a vida de outras pessoas. Eu sou um fardo que ela não merecia em sua vida, uma escora que ela não precisa lidar, e é por isso que ela não pode saber a verdade. Para o bem de nós dois, eu preciso ficar o mais longe possível dela, mas como me manter afastado quando o universo parece conspirar contra mim?

Eu sou um monstro que não pode ser consertado. Alguém cuja alma está manchada há muito tempo. Um ser perdido na escuridão, abandonado pela deusa há muitos anos. Uma alma enjaulada que clama por liberdade, uma liberdade inexistente. E Adhara está em cada parte dessa jaula, como um fantasma, um parasito irritante que me faz acreditar que talvez algum dia eu possa ser feliz novamente. Que algum dia poderei segurá-la em meus braços e torná-la minha. E que a deusa a proteja, porque quando isso acontecer, eu nunca mais vou deixá-la.

Por anos eu a vigiei de longe, como um lobo espreitando sua presa. Puni todos que a machucaram, garanti que ela teria uma vida digna e discreta. Uma vida feliz, longe de mim e do meu mundo. Fiz questão de me afastar e afastar todos os homens que mostraram interesse nela, porque se eu não posso tê-la, ninguém mais pode. Ela é minha e, só minha, e será minha mesmo depois de sua morte.

Fiz de tudo para afastá-la de mim e do meu mundo, mas agora ela está aqui, machucada, indefesa, sensível e frágil, deitada na cama da minha própria casa. Algo dentro de mim parece queimar de agonia por vê-la assim, mas essa mesma coisa que me faz querer revindicá-la e cuidá-la, queima em um ódio intenso.

Enquanto parte de mim quer tê-la em meus braços, a outra parte quer rasgar sua garganta, sentir o gosto de seu sangue fresco e quente na carne macia. Eu sou uma besta sanguinária e nunca deixarei de ser; por isso, é mais seguro para nós dois que fiquemos afastados, longe o suficiente para não sermos afetados pela ligação. Enquanto o ódio dela for maior que qualquer tipo de afeto que ela um dia poderia me dar, nós dois estaremos seguros.

Caminho até a porta e a fecho, puxo as cortinas, deixando o ambiente parcialmente escuro. Tiro minhas roupas na mesma velocidade que me transformo. Assumo minha forma lupina e aspiro seu cheiro novamente. Caminho até a beirada da cama e farejo seus ferimentos, antes de lambê-los um por um, para acelerar o processo de cicatrização.

Uma onda de excitação, seguida com o arrepiar dos meus pelos, gerbera pelo meu corpo quando minha língua toca a sua pele. Meu pau endurece e eu seguro um rosnado. Meu corpo todo a reconhece como minha e me afastar é quase uma tortura.

Assim como fiz no meu quarto, marco todo o território como meu, não com urina ou fezes, mas com uma espécie de esperma infértil. Não sinto prazer e isso não alivia meu tesão.

Lïæz abre a porta e eu automaticamente fico em posição de ataque. Rosno para ela, mas deixo a lycan passar. Não preciso dizer nada para que ela entenda que é para cuidar da Adhara. Abro a janela e salto por ela indo em direção à floresta, seguindo a localização que Damæn me mandou.

Em breve eu nunca mais voltarei a vê-la e será como se nada disso tivesse acontecido.

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