My dear moon

0 0 0
                                    

Saudade daquela madrugada
Aquela noite bem gelada
O meu cigarro fumava
A lua observava
E para ela eu falava

Lua
Minha querida Lua
Tenho que te confessar
As vezes sinto saudade de amar
As vezes quero chorar
As vezes quero alguém para abraçar
Mas apesar de tudo, eu ando bem

Minha querida Lua
Eu sinto muito sozinho
Não que eu esteja triste
Mas a monotonia tomou conta de mim
Parece que minhas paranoias não tem fim
Dormi feliz
Acordei confuso
Com a minha cabeça faltando alguns parafusos
Sou um maldito poeta carente
Cheio de paranóias na mente

Minha chuva de lágrimas não molha meu deserto da carência

Minha querida Lua
O que eu faço?

Minha querida Lua
Peço perdão por ter que me ouvir
Ouvir que não sei por onde seguir
Se eu fosse um bom poeta?

Minha querida Lua
Qual o meu problema?
Me vejo nesse repetitivo dilema
De continuar e desistir
De acordar e dormir
E quando eu parar de olhar o horizonte onde vejo apenas insegurança e ansiedade
Aonde espero encontrar apenas medo e maldade
Será que serei feliz?
Ou será que desistirei da vida louca de um miserável sonhador
Como é fácil falar de dor
Mas como é difícil escrever sobre amor
Talvez nem possa citar tal palavra
Talvez nem saiba seu real significado
Engraçado
Realmente engraçado
"Solidão" é um anagrama de "Isolado"
Me vejo imerso
Imerso nos versos
Imerso nessa imensidão do mar azul
Céus molhem meu rosto seco que já não se corre gotas salgadas d'água

Mas me diga minha amada Lua
Se eu fosse um bom poeta?
As pessoas me ouviriam de forma correta?
E se eu fosse um bom poema?
As pessoas chorariam de emoção, ao ver que não sou um problema?

Mas minha querida Lua
Fico feliz por ter pessoas em quem me apoiar
Um motivo para diariamente eu não desistir de acordar
Fico feliz de ter ao meu lado pessoas incríveis
E que uma delas disse que "Sonhos não são impossíveis"
E que disse que "o que nos mata é esse capitalismo psicopata"

Noite escura, por favor permaneça
Não mude, não desapareça
Pois a Lua me acolhe, me abraça
O Sol me cega, e quem ousa chegar perto se queima
Por isso sigo com os pés no chão
Caminhando na madrugada fria
Guiado pela lua, nessa terrível escuridão

Poemas ChoramOnde histórias criam vida. Descubra agora