2° CAPÍTULO

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MARIÁ FERREIRA

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MARIÁ FERREIRA

Só podia ser um sonho, ou melhor, um pesadelo. Meu corpo de enrijeceu quando o vi. Não pode ser verdade, ele não pode ter voltado. Não agora, não nesse momento da minha vida.

- Sai, por favor. - Me aproximei da bancada e falei baixo pra ninguém ouvir.

- Calma, gatinha. Estava com saudade. - Disse dando um sorriso nojento em minha direção. Ele estava vestindo um conjunto preto de moletom e suas mãos estavam nos bolsos.

Queria ter esquecido dele. Do rosto dele. De tudo que tivesse relação com ele. E agora, no momento mais importante da minha vida, o meu maior pesadelo voltou.

- Não me chama assim. - Falei em um tom um pouco mais alto fazendo algumas pessoas que estavam dentro da doceria olharem em nossa direção. - Nunca mais vou deixar você abusar da minha inocência pra suprir o seu desejo de merda. - Continuei.

Com treze anos descobri que tinha um grau baixo de infantilismo. E isso me deixa um pouco inocente de vez em quando. Tipo quando eu fico sensível demais ou feliz demais. Mas, mesmo com tudo isso, eu ainda sou uma mulher de vinte e três anos que não está mais no ensino médio.

Quando conheci Anthony, achava que ele era o amor da minha vida. Até pegar ele transando com outra na nossa casa. No lugar que deveria ser o nosso cantinho. E não um motel.

Ele me usou de todas as formas. Achava que por ser um lutador famoso e rico, eu iria ceder e aceitar tudo que ele fizesse comigo. Mas não, eu posso ser inocente, mas não sou burra.

Achava que depois que eu saísse do Rio Grande do Sul, nunca mais iria vê-lo pessoalmente, mas eu estava enganada, muito enganada. As vezes, quando ele aparecia na televisão, eu sempre desligava rápido, pra não ver a sua cara.

E hoje, ele está dentro da minha doceria. Infernizando minha vida de novo.

- Qual é preta - Colocou seus braços cruzados em cima do vidro onde ficavam os doces. - Eu ainda te- - Cortei ele quando ia continuar falando.

- Você jurou pra mim que seria meu porto seguro, e depois agiu igual um covarde. - Tive um pouco de coragem e me aproximei de seu rosto. - Esse seu rostinho precisa de uma bela surra pra aprender a ser um homem de verdade. Agora sai. - Apontei pra porta de saída.

Ele se afastou da bancada mas antes deu um sorrisinho.

"Você vai voltar a ser minha." - Foi o que ele disse antes de passar pela porta de saída. Mas eu não ia voltar a ser dele, nunca.

Soltei a respiração que nem havia percebido que tinha prendido. Toquei meu rosto e notei que leves lágrimas saiam de meus olhos.

Que droga.

Mesmo depois de três anos do que aconteceu, eu continuo chorando por causa disso. Mas não por saudade dele, e sim por raiva de mim. Por ter deixado ele conhecer minha inocência.

Só que, eu não posso ficar chorando. Hoje é pra ser um dia feliz, ou pelo menos era. Até minutos atrás.

Agora, nesse momento, queria estar em casa abraçadinha com o Abu e assistindo algum desenho animado na televisão. Só sendo eu. E não precisando me preocupar com essa coisa de gente grande.

Parei de pensar em tanta coisa e sorri para uma senhora que se aproximou para fazer um pedido.

E assim se seguiu meu dia.

Tentando, de todas as formas, ignorar que Anthony estava próximo de novo.

[•••]

NOTAS DA AUTORA

Está aí o segundo capítulo, espero que tenham gostado, realmente fiz com muito carinho. Se tiver algum erro, mil perdões.

Será que o Anthony vai aparecer de novo? É um desgraçado mesmo, não é? Tomara que leve uma surra de alguém.

Aproveitem o capítulo e comentem o que acharam, isso me inspira muito pra continuar escrevendo. Até o próximo capítulo.

Beijinhos da Mii. <3

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