3° CAPÍTULO

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MARIÁ FERREIRA

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MARIÁ FERREIRA

Estou terminando de limpar a última mesinha que tem. Agora está tudo vazio dentro do meu espacinho, ainda não está completamente escuro lá fora e ainda da pra ver muitas pessoas nas ruas, mas eu já fechei as portas da doceria.

Minha mãe havia me feito prometer que eu sempre estaria em casa até às 20:00, e que depois disso, qualquer lugar se tornava perigoso. Ainda mais para uma mulher preta.

Meu coraçãozinho estava saltitando. Tirando o último episódio que houve a uma semana atrás com Anthony, tudo estava correndo muito bem, mas eu tenho certeza de que ele nunca mais vai me incomodar.

Eu poderia contar a minha mãe sobre o que havia acontecido, mas ela surtaria e seria capaz de vir atrás dele, e eu não quero causar problemas, então a melhor decisão é esquecer tudo isso.

Suspirei cansadinha depois de organizar tudo. Peguei minha bolsa e todas outras coisinhas que iam pra casa junto comigo, apaguei a luz da doceria e tranquei a porta.

- Eai - Ouvi alguém falar perto de mim, alguém não. Eu sabia bem quem era, muito bem. Mas eu ignorei e me apressei em sair dali, mas não adiantou nada. Ele continuou andando atrás de mim.

- Qual é, fala comigo - Disse de novo.

Continuei o ignorando, não estou com paciência pra isso agora.

- Me escuta, Mariá - Puxou meu braço fazendo com que meu corpo grudasse no dele.

- Me solta, agora. Já disse que não quero você perto de mim. - Falei tentando o empurrar pra longe, mas ele era bem mais forte do que eu.

- Nós podíamos ter dado certo. - Falou enquanto segurava minha cintura e tentava descer suas mãos pra minha bunda.

- Vai à merda, seu babaca. - Falei cuspindo em seu rosto. - Agora me solta, antes que eu comece a gritar pra todo mundo ouvir. - Mesmo com o meu pedido, ele não ligou. Apenas se aproximou mais de mim e cheirou meu pescoço me fazendo o empurrar com toda força que eu tinha.

Seu alito transbordava cheiro de álcool e cigarro. Era nojento, muito nojento e chegava a me dar calafrios.

- Eu gosto quando você grita. - Disse enquanto tentava me beijar. - Fica mais gostosa ainda.

- Sai de perto de mim. - Falei já sentindo meus olhos lacrimejarem.

O mais incrível de tudo isso, era que as pessoas passavam, olhavam para o que estava acontecendo, mas não faziam nada, absolutamente nada. Não tentavam impedir o que estava acontecendo, apenas seguiam seu caminho.

Havia um grupinho de pessoas perto da gente, mas ninguém mexeu um dedo pra me defender.

- Aí - Ouvi uma voz grossa dizer perto da gente. - Ela mandou você soltar ela. - Olhei para o lado e havia um homem vindo até a gente.

Ele era lindo, incrivelmente lindo. Sua pele era escura igual a minha, seus olhos eram castanho escuro e ele estava usando uma roupa toda preta.

- É mesmo? - Anthony perguntou o olhando de cima abaixo. - E se eu não soltar, vai fazer o que? - Questionou apertando mais ainda minha cintura.

A essa altura eu já estava começando a chorar. Sentia meus olhos arderem e meu coraçãozinho acelerar.

Só que Anthony me soltou quando o homem largou a mochila que estava usando e começou a se aproximar dele.

- Vou quebrar a tua cara na frente de todo mundo. - Disse chegando perto do meu ex.

Eu precisava impedir isso. Sabia que se Anthony brigasse com ele agora, iria o matar, mesmo estando meio bêbado. Meu ex é um lutador conhecido quase que mundialmente, e perdeu pouquíssimas lutas em toda sua vida.

- Para Anthony. - Falei apertando a alça da bolsa. - Ele não tem nada a ver com isso. - Disse com a voz embargada.

- Aí mina, relaxa. - O cara disse vindo até mim. - Tá de boa, não vou te machucar. Na próxima rua tem um barzinho - Falou baixo enquanto segurava meu rosto limpando as lágrimas que desciam de meus olhos. - Quero que vá pra lá e procure por uma senhora chamada Malu.

Enquanto ele falava isso, só conseguia prestar atenção no seu toque na minha bochecha. Não era algo desconfortável, bem pelo contrário, eu me sentia bem.

Nunca fui de me aproximar assim de alguém. Mas, diferente das outras pessoas, ele me defendeu. E isso deixou meu coração quentinho. Podia estar sendo tudo muito rápido, mas eu acreditava que ele não me machucaria, se fosse fazer isso, já teria feito.

- Entendeu? - Perguntou e eu acenei com a cabeça concordando. - Daqui a pouco eu já vou lá. - Disse e se virou de volta pra Anthony.

Eu queria ficar, queria o ajudar. Mas sabia que não poderia fazer muita coisa, e ele parecia bem convicto do que estava dizendo, parecia que conseguia lidar com a situação.

Então eu fiz o que ele mandou. Comecei a me afastar deles, mas antes peguei sua mochila que estava no chão. A última coisa que ouvi antes de chegar na outra rua, foi Anthony gritando pra mim.


[•••]

NOTAS DA AUTORA

Está aí o terceiro capítulo meus amores. Fiz com muito carinho, espero que tenham gostado.

Quem será que é esse homem? Só digo uma coisa: ele é foda.

Tô amando tanto escrever essa história, Mariá é a minha protegida, espero que estejam gostando tanto quanto eu.

Aproveitem o capítulo, comentem, votem, interajam. Isso me dá muito incentivo pra continuar escrevendo.

Boa noite.

Beijinhos da Mii <3

INSTAGRAM: @autoramii
Me sigam lá gente, por favor. <3

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⏰ Última atualização: Sep 20, 2023 ⏰

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