Capítulo 1

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                                                                                Fragmentos de Amor

A tempestade de areia que cobria as montanhas de Xerathis batia em meu rosto com uma força moderada, mas que era sentida até mesmo em meus poros.Não conseguia manter meus olhos abertos devido as areias que insistiam em me segurar caso ficasse de olhos abertos por tempo demais.

Não comia já havia três dias, os caçadores enviados pelo feiticeiro do oeste ainda me perseguiam, até mesmo por sonhos eu não tinha descanso, as mensagens enviadas por ele me deixavam assombrado até mesmo durante o dia.

Em meu último sonho, onde nele ainda o reino de Axtria estava de pé tudo começava comigo e Viggo em nosso último dia em que fui permitido a paz até os acontecimentos mais recentes, onde nos encontrávamos no jardim do Carvalho dourado, foi quando olhando para a imensidão do mar de Daria eu via o navio de Tyson logo ao horizonte; mas o mais assombroso era que embaixo da árvore do carvalho existia alguém, ou algo, com uma túnica negra e seu cajado da antiga árvore do mundo empunhados. Eu reconheceria o Cajado das imagens da grande biblioteca real antes de tudo ser queimado em chamas negras, do livro do primeiro alquimista Leander Maquiavel.

Em um momento ele estava parado no outro, ao piscar os olhos, ele estava apontando seu objeto deformado para Viggo e lançou algo como um relâmpago em sua direção, perfurando seu peito do lado esquerdo onde pude sentir seu último batimento enquanto sua vida esvaziava pelas minhas mão, o que doía mais em minha alma era saber que o disparo não o acertaria, pois fora direcionado em minha direção e eu jamais me perdoaria caso isso acontecesse com ele de verdade.

Nas duas semanas que se prosseguiram minha cabeça valeria mais do que um reino menor de Galopius, quem a conseguisse teria dinheiro suficiente para dez gerações seguintes.

— Qual o problema, Kai? — Ele havia notado, sempre notava, desde que havia fugido comigo, Emeric nunca havia tirado seus olhos de mim, sempre com seu rosto em volto de panos negros deixando somente seus olhos a mostra, olhos pequenos e ameaçadores que escondiam segredos que talvez eu jamais saberia.

— Não há problemas Emeric, só tenho pensado em quais passos iremos tomar daqui em diante. — tentei transparecer confiança e não gaguejar, afinal ele era treinado para isso, para saber os medos e anseios dos inimigos.

— Sabe que sei quando está mentindo, não é? — ele era como um irmão mais velho chato e certinho demais, sempre em um interminável interrogatório até que uma das partes cedesse, e esse sempre seria eu. — Teve outro pesadelo? Estão mais frequentes...

Não queria contar para Emeric sobre meu pesadelo, e foi o que fiz, havia mais em jogo do que simples pesadelos, afinal não passavam disso. E essa tempestade de areia seria uma questão que estava a me atormentar, as rajadas de areia de encontro ao meu rosto não permitiam que eu enxergasse quase nada a um palmo de distância somente dunas de areia a sobrevoar o céu.

— Segure minha mão, você pode se perder! — Ouvi a voz grave de meu guardião em advertir.

Por um momento eu pensei: " e se esses ventos me carregassem para longe de tudo isso?". Mas eu sabia que se fizesse isso jamais encontraria as pessoas que amo, ficaria longe deles para sempre, mesmo que houvesse momentos que não queria assumir para meu próprio ego. Não poderia esconder de meu próprio coração aquilo que sentia.

Mas sendo sincero não saberia dizer por qual dos dois eu estaria tendo esses sentimentos, Viggo ou...

— Fique parado! — Foi uma ordem dada por um general, que a um tempo eu não via, ele estava se preparando para a batalha, sabia disso tinha visto esse mesmo olhar em seu rosto a cinco meses atrás.

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