A vida na casa dos La Selva estava agitada, principalmente para o casal mais velho. Além de muitos afazeres na empresa e em casa, os dois estavam com um humor estranho. Não tinham necessariamente brigado, mas Irene sovava um pão com tanta força que Angelina quase acreditou que a mulher seria capaz de quebrar a mesa com as próprias mãos e Antônio andava batendo todas as portas da casa após entrar. Nenhum dos dois sabia exatamente porque, mas andavam irritados com os mínimos acontecimentos. Quem estava por fora podia ver claramente qual era o problema: com problemas na plantação, Antônio estava passando as noites fora enquanto tentava descobrir como solucionar os problemas de irrigação, voltando apenas pela manhã, quando sua esposa já estava se levantando para os afazeres do dia, fazendo com que os dois se encontrassem pouco e nem dormissem juntos por um tempo.
Essa situação afetava como nunca o humor dois dois, pois nenhum conseguia dormir sem o outro. Todo mundo podia sentir o mau humor dos dois de longe e preferiam se manter afastados, não sabendo quando a bomba explodiria. Naquele dia, Antônio decidiu que não sairia durante a noite e dormiria com a sua mulher. Trabalhando dobrado durante o dia, o homem conseguiu deixar tudo ajustado e resolvido para que os funcionários dessem conta do serviço noturno sem sua supervisão. Pronto para cair na cama e dormir uma boa noite de sono, Antônio acabou por surpreender Irene, que ao entrar no quarto estranhou a presença do marido.
"Não vai trabalhar hoje?" perguntou a mulher enquanto retirava suas joias, tentando parecer desinteressada
"Tô cansado demais, preciso dormir" respondeu o homem
"Aqui estava eu pensando que você queria passar um tempo comigo. Mas o que esperar de você, né Antônio?"
Sem dar tempo pro homem reagir, Irene entrou no banheiro para aproveitar de um longo banho. Sim, ela estava brava por Antônio não sentir falta dela, mas não podia negar que estava pulando de felicidade por ter pelo menos uma boa noite de sono depois de semanas. Saindo do banho, decidiu colocar uma lingerie confortável e se deitar.
Eles não sabiam se tinham passado minutos ou horas, mas o fato é que nenhum dos dois conseguia pregar o olho. Antônio até tirou um cochilo, mas Irene se mexia tanto e bufava alto, o que o acordou e o impediu de voltar a dormir.
"Ô Irene, que foi? Tô tentando dormir, mas você não para de se mexer" disse Antônio
"Eu também queria dormir, mas não consigo. Estou cansada, mas parece que não é o suficiente pra me fazer dormir. Vou tentar parar de me mexer, boa noite" respondeu a mulher
Antônio sabia exatamente do que ela precisava. Não era muito comum, mas ele sabia que grande parte da vida dela era tediosa, às vezes ela precisava liberar um pouco de energia, e ele conhecia o melhor jeito de fazer isso. Quando o homem se sentou, Irene não pensou muito sobre isso, achando que ele iria ao banheiro ou algo assim, mas foi surpreendida pelo marido virando-se pra ela, se aproximando cada vez mais.
"Antônio, o que você ta fazen-"
Ela não conseguiu terminar a frase, sendo interrompida por um beijo de tirar o fôlego. Passando a surpresa inicial, a mulher colocou os braços ao redor do pescoço do marido e o trouxe mais pra perto, beijando-o como se não houvesse amanhã. Irene não sabia como, mas apenas a proximidade com o marido fazia o corpo dela entrar em combustão, passando da inércia para um forte desejo de tê-lo em poucos segundos.
Logo, as mãos de Antônio passavam pelo corpo dela, sobre a simples camisola que ela usava. Irene já se sentia desesperada por ele e tentou apressar o processo de tirar a roupa, mas foi segurada por ele, deixando claro quem estaria comandando o show naquela noite. Os dois se separaram quando a necessidade de respirar foi maior, mas aquilo não impediu que Antônio deixasse beijos pelo pescoço dela, descendo por todo o seu corpo. A mulher já estava queimando por dentro, desejando um contato de pele mais efetivo com o marido, que a beijava por cima de sua camisola.