Capítulo 11 - para além da amizade

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Arriscar: Expor à boa ou má fortuna; sujeitar ao arbítrio da sorte; aventurar: arriscar dinheiro num jogo; quem não arrisca, não petisca.

O verbo vem carregado de esperança, quem arrisca tem esperança de não se expor a má sorte mesmo que seja quase impossível saber o que nos levará aventurar-nos a águas desconhecidas.

Engfa sempre foi uma pessoa intensa em suas vontades, às vezes descomedida, era certo. Incontáveis vezes arriscou o que tinha, seguindo seu ímpeto.
Mas dessa vez, apenas dessa vez, ela quer calma, calma porque a consequência de suas ações atingem ela.

A cabeça da atual miss grand estava confusa, uma completa e desastrosa confusão que assolava suas noites. É incontestável os olhares diferentes, a veemência nas ires amareladas que enviavam irrefreavelmente ondas avassaladoras de sentimentos embaraçosos para a jovem mulher.

Mesmo ela estando imperceptível aos seus olhos, os arrepios percorriam seu corpo involuntariamente, deixando rastros de pelos eufóricos pela sensação de ser observada, admirada e talvez desejada.

Tudo isso pode ser um grande e belíssimo exagero da mulher, ora, até mesmo ela chega a duvidar das suas sensações. Mas ela não pode negar, mesmo que você não acredite,
é esmagador. Todavia em contradição é doce, leve e muito apreciável. O que nenhum dos princípios de relacionamentos anteriores tiveram.

Pelo supracitado, Engfa arrisca em devolver todos os olhares afetuosos, os toques discretos e atitudes desconcertantes que não tinha com nenhum outro alguém.

É estanho, mas ela gosta de compartilhar desse sentimento, da troca estabelecida silenciosamente que ambas sabiam existir, mas disfarçavam.
Contudo, ela abraçou a paciência, porque desse vez vale apena.

Engfa arriscará esperançando ardentemente não se arrepender.
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Narrador

Flashback on

Com o coração batendo acelerado, Engfa e Charlotte embarcaram no avião que as levaria a um final de semana especial. Sentadas lado a lado, seus olhares se encontraram com uma mistura de nervosismo e entusiasmo. Engfa tentou quebrar o gelo, com um sorriso tímido.

- Então, Char, estamos finalmente fazendo isso, hein? Uma viagem juntas, só nós duas - Disse entusiasmada

- Sim, porém sozinhas entre aspas, o P'Sun teve que vir - Charlotte meio que contrariada fez o bico que só ela sabia fazer.

Charlotte realmente acreditava que finalmente elas teriam um momento só delas, mas não seria dessa vez.

- Você sabe, Boss pediu para ele vir. E ele já disse que vai se comportar, vai ser como se estivéssemos sozinhas - A mais velha deu um sorriso largo e ajeitando o cabelo por trás da orelha de Charlotte tentando anima-la.

- Mesmo assim estou animada e também um pouco ansiosa - Charlotte sentiu seu rosto ruborizar com o afeto. Sem graça, olhou para baixo.

- Eu também estou nervosa, mas acho que é uma boa coisa. Significa que é importante para nós - Engfa falou timidamente se esforçando para manter a tonalidade normal de sua bochecha.

A mais nova assentiu e pegou um dos drinques que foram servidos a bordo. Ela deu um gole e olhou para Engfa para disfarçar o embaraço repentino.

Conforme o avião avançava pelo céu, Engfa e Charlotte enveredaram por conversas sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Riram, compartilharam histórias engraçadas e, aos poucos, a tensão inicial começou a se dissipar.

- Sabe, P'fa eu estava realmente ansiosa por essa viagem, mas agora que estamos aqui, me sinto muito mais à vontade - Charlotte compartilhou seu pensamento.

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