Flashback

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Flashback on

(Minutos depois do desembarque da viagem de Samui) Bangkok 📍

Engfa aguardava a van do MGT que viria buscar-lhe no aeroporto. Era uma novidade ela estar sozinha naquela situação. Geralmente, o p'sun estaria por perto com seus costumeiros óculos de grau e suspensório, tagarelando sobre assuntos inúteis para ela. Mas depois da viagem a Samui, que serviu de vela, e da volta em que Engfa e Charlotte se comportaram como duas pedras de gelo, ele se conformou em ir para casa com todas as malas de sua amiga e chefe. Os olhos de engfa estavam fixos nos movimentos ao seu redor seguiam em todas as direções, talvez com receio de estar sendo filmada sem seu consentimento. Ao observar as horas no relógio de pulso, percebeu que alguns minutos haviam se passado desde que suas companhias se foram.

Ao tentar pegar o celular para ligar para o chefe, teve sua atenção desviada por uma voz que vinha atrás de seu corpo.

- Não sei mais o que dizer para a senhora me compreender... - não era sua intenção ouvir conversas alheias, mas algo no tom da voz prendeu sua atenção na conversa, que ela nem mesmo sabia de quem era.

As cadeiras estavam coladas, mas em direções opostas. A de Engfa estava apontando para a saída e entrada do aeroporto, enquanto a da mulher, que ela supôs ser bem jovem, estava voltada para o corredor de embarque, o que lhe permitia ouvir o som da chamada inevitavelmente.

- O que você pode me dizer além de falar que desistiu dessa ideia ridícula? você não está pensando na sua família imagine a vergonha do seu pai - a voz soou irritada, arrepiando os pelos do pescoço de Engfa. Ela não tinha noção do que estava ocorrendo, nem do tipo de situação que poderia levar a uma reação tão agressiva. No entanto, ela sentiu a sensação de empatia que apitava em direção à garota.

- E você? Algum momento você pensou em mim, mãe? E o meu pai, por que eu deveria respeitá-lo se sabemos que ele nunca me viu como filha - a mágoa se espalhava nos ouvidos da mulher mais velha que estava sendo uma intrusa em uma conversa tão íntima entre mãe e filha.

- Foi confortável fingir para a mídia durante anos que essa família era o exemplo de perfeição, foi confortável para vocês, porque para mim, ah, vocês nunca me enxergaram como igual. E, pela primeira vez, estou sendo feliz... - Engfa não notou, mas escorria um pingo de lágrima molhando sua bochecha com as confissões dolorosas - Não vou abrir mão dela, não vou perder mais um segundo de minha liberdade. Durante muitos anos, eu acreditei que esse era meu objetivo, que eu seria feliz, mas estava equivocada, você sabe por que, mamãe?

- Estou vendo minha felicidade caminhando em minha direção com a nossa passagem de classe comercial para a Suíça. O sorriso de dentes brancos chega a fechar seus olhos verdes, tamanho a alegria que domina a face da mulher que eu quero acordar todos os dias ao lado. Não vou me perder novamente. Até algum dia - O som de encerramento tocou em conjunto com a chegada de uma mulher alta com um vestido florido e cabelos presos em um coque bagunçado com uma flor vermelha, passando pela porta de vidro que estava de frente para Engfa. A imagem afetou diretamente a Miss Tailândia. Por uma fração de segundo, os olhares se cruzaram. A mulher sorriu lindamente para Engfa, entregando sua delicadeza.

Ela se aproximou ainda mais, o que deixou Engfa apreensiva com a proximidade da desconhecida.

- Desculpe, acredito que você precise disso - ela colocou um lenço em sua mão e seguiu adiante.

Engfa utilizou a descrição para se virar e ver a moça que lhe entregou o lenço, abraçada a uma mulher de estatura mais baixa e traços típicos tailandeses, provavelmente a dona da conversa que ouviu há pouco. Um contraste belo, uma vez que a mulher recém-chegada apresentava uma aparência atípica. Parecida com charlotte, provavelmente é uma mestiça.

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