Capítulo 5

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- Eu não posso deixar você se envolver.- Digo, virando para o deviante.


Eu me aproximo dela, retirando uma pistola convencional do coldre. Seus olhos me observam em silêncio, profundos, eles me seguiam conforme eu caminhava até ela.


Paro diante dela e a entrego a arma, junto a dois carregadores. Aquela altura, essas coisas seriam inúteis para mim, então que pelo menos eles a protejam.


- Você vai precisar dela, caso encontre com algum deles.


Um leve sorriso escapa de seus lábios, tornando mais evidentes os cortes ao longo do seu rosto. Ela aceita a arma, se levantando ao pegá-la e se vira e se afasta de tudo aquilo. O som dos seus passos se afastando, aliviam o meu coração.


- Só não morra.


Um leve sussurro, mas o som dos gritos da criatura, o alertavam que nada daquilo havia acabado.


Nesse instante, ele se ergue completamente regenerado, seu corpo estava tomado pela escuridão do abismo, o tornando escuro como a noite. Não há nada que eu possa fazer contra ele, a não ser ganhar tempo. Se ao menos eu encontrasse o seu núcleo, eu conseguiria ter uma chance de matá-lo, mas só me restam 3 tiros. Ainda tenho mais uma arma, uma submetralhadora, presa ao meu peito por uma bandoleira, mas ela seria incapaz de feri-lo.


Um rosto desfigurado, repletos de olhos amarelos, que me observam em meio a tudo aquilo. Onze olhos que me seguem ao mesmo tempo, fitando todo e qualquer movimento meu, enquanto o mesmo permanece imóvel.


De repente, quatro braços rasgam as suas costas, dilacerando sua carne e fazendo o sangue voar para todas as direções. Sangue impuro, assim como as outras criaturas do abismo. Ele grita de dor, um grito de desespero, representando o seu último suspiro de humanidade.


Seus onze olhos me observam no momento em que retiro a submetralhadora do coldre. Após isso os seus quatro braços vieram ao meu encontro, eu corro deles, mas os mesmos se alongam à medida que corro, me perseguindo. Me abaixando, os vejo voarem pelo céu. Esquivo deles, me abaixando e avanço contra o corpo principal, não conseguiria causar danos significativos, mas ao atirar em seus olhos o ser recua. Sangue imundo escorre pelo que uma vez foi considerado seu rosto, se destacando pela coloração amarelada que se destacavam em meio a escuridão que cobre o seu corpo.


Como chicotes, seus braços voltam para o seu corpo, reduzindo de tamanho conforme voltavam. A criatura grita de dor, protegendo seus olhos com os braços. Uma oportunidade, algo perfeito que não havia imaginado que pudesse acontecer, tal ser possuía uma fraqueza. Os seus olhos, possivelmente, eram a parte mais sensível do seu corpo, mas isso seria o bastante para fazê-lo revelar o seu núcleo?


Sem me importar com mais detalhas, guardo a pistola e ergo a submetralhadora na sua direção. Apoiando a coronha ao ombro, aperto o gatilho disparando uma rajada de tiros na direção dele. Os estojos das balas caem sobre o chão a cada disparo realizado, se acumulando aos meus pés, enquanto descarrego a arma. O cheiro da pólvora se espalha pelo ar, bem como o som dos tiros que ecoam ao meu redor.

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⏰ Última atualização: Sep 17, 2023 ⏰

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Sorriso Insidioso ( sendo reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora