Ela é imprevisível. Ele vai descobrir que adora não saber o final da história.
Naomi Vidal é uma garota rebelde que vai parar em um internato, o renomado Felicienne, após mais uma das suas imprudências. Disposta a odiar cada segundo e tudo nesse lu...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— Acorda, Naomi! — Sinto Evie me balançar pela milésima vez. — Vai se atrasar para o café da manhã e para a sua primeira aula.
— Eu ainda estou com sono — protesto, colocando o travesseiro em cima da cabeça.
— Se não tivesse ficado acordada até tarde no celular ouvindo música, estaria descansada.
— Parece a minha mãe falando — atiro.
— É o papel dela por aqui. — Escuto a voz de Andrea.
Eu esperava poder faltar hoje. Fingir que perdi a hora ou algo assim. Só que Evie é um alarme humano.
Levanto a cabeça e olho na direção das duas. Estão de uniforme e fazendo uma maquiagem aparentemente básica. Meu Deus. Acho que as minhas ideias de ficar no quarto o dia todo não irão funcionar. Não com colegas de quarto tão pontuais e dispostas a ajudar o próximo. Nenhum espírito egoísta. Bom para mim, né?
Ontem, depois do banho, comi apenas um pacote de biscoitos de trouxe na mala e não desci para o jantar. Minha bateria social estava praticamente esgotada. E o cansaço da viagem me fez querer ficar deitada, ouvindo as músicas que costumava escutar antes de dormir em Los Angeles.
— Não demora — Evie avisa, ajeitando a gravata xadrez nas cores roxo e azul-marinho, saia no mesmo tom de azul e, diferente de Andrea que usa o blazer azul, está apenas com uma blusa branca de botões e mangas curtas. O coque deve ser o seu peteado oficial, mas hoje está com algumas mechas caídas ao redor do rosto. — Te esperaremos no refeitório para o café da manhã.
— Tá. — É somente o que consigo dizer quando finalmente me coloco sentada na cama, o meu cérebro ainda processando tudo.
As duas saem do quarto e um silêncio estranho brota de repente.
Tomo um banho rápido e retorno para o quarto de roupão. Abro o meu armário ainda vazio, pois sequer desfiz as malas, e vejo o uniforme dependurado. É o mesmo blazer e saia azul, uma calça como opção, a gravata, porém, além da blusa de mangas curtas, existe a versão de mangas longas. Por que todo uniforme é sem graça? Bom, nada de saia.
Visto a calça, que contorna as minhas curvas perfeitamente, a blusa de mangas curtas e a gravata. Deixo o meu cabelo solto e calço um tênis branco, que é primeiro que encontro na mala. Opto por uma maquiagem básica, pois ainda não são nem sete da manhã. E o carnaval já passou.
Pego a minha mochila e abandono o quarto. O caminho até o refeitório é um pouco mais demorado, pois simplesmente não sei onde fica. Só que, seguindo um aluno qualquer, chego ao meu destino. É questão de segundos para avistar as mãozinhas de Evie e Andrea balançando, chamando-me. Tem um garoto na mesa também.
Vou até elas.
— Ficou muito bonita com o uniforme — Evie elogia.
— Deve ser a primeira pessoa que o corpo fica tão gostoso no uniforme. Pelo menos, o uniforme recatado das garotas. — Andrea sorri, segurando um copo de suco.
