XIII

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- Susanoo. - tentei acalma-lo - 


   O Deus estava sentado no chão abraçando em suas pernas enquanto chorava muito.


Susanoo - Eu sou uma aberração, eu sou uma humilhação para os Deuses. - chorou  encolhido -


- Isso não é verdade, você é especial. - fiz carinho em seu cabelo -


Susanoo - Por que eu não posso ser normal? - praticamente gritou entre choros -


  Eu não sabia o que falar para acalma-lo, confesso que queria rir mas isso só iria piorar as coisas, apenas o abracei como se fosse um bebê, ficamos um bom tempo naquela posição enquanto eu ouvia ele chorar e chorar sem parar.


                                                                                         . . .                                                                                                                                                                                                       

 

  Observava ele dormir igual um anjo enquanto pensava no que fazer em relação ao nosso casamento, minha mente não se passava nada além do Shiva, não entendia o motivo de eu estar pensando tanto nele e isso me irritava.

  Me deitei ao seu lado fechando os olhos, não demorou para eu apagar completamente.





  Acordei com  alguém  me sacudindo com delicadeza, assim que abri os olhos me deparei com o Susanoo tentando me acordar.


- O que houve? - me sentei na cama -


Susanoo - Você estava dormindo tanto tempo que achei que tivesse morrido. - coçou a nuca envergonhado -


- Não tem problema, são que horas? - bochechei -

Susanoo - nove da noite. - ele riu com o meu desespero -

-  Oque? Mas eu fui dormir era dez da manhã. 

Susanoo - Por isso que eu achei que você estivesse morta. 


   Me levantei observando que o Deus estava apenas de toalha mostrando que ele tinha acabado de sair do banho, pena que é gay.


Susanoo - Eu fiz para você. - me entregou uma bandeja com frutas, suco e alguns salgados -  


- Ah, obrigado. - sorri -



 Comecei a comer saboreando o sabor, notei que ele observava tudo que eu fazia, por um momento pensei que essa comida estivesse  envenenada mas o sorriso carinhoso dele tirou essa duvida de minha mente.


Susanoo - O que acha de uma noite de filmes? 

- Adoraria, mas primeiro vou tomar um banho. - terminei de comer e beber indo ao banheiro -



  Enquanto tomava banho flashs de quando o Shiva me beijou começou a invadir minha mente trazendo sensações estranhas no meio de minha pernas, mordi os lábios lembrando da suas mãos puxando minha cintura para perto de si, escurei minhas costas na parede sentindo a água quente escorrer pelo meu corpo, um calor me invadiu quando recordações daquele maldito olhar que fez todos meus pelos corporais se arrepiarem, mesmo com a água ainda sentindo meu corpo suar, não conseguia respirar normalmente, não tinha oxigênio o suficiente me fazendo abrir a boca em busca de mais ar, mudei a temperatura sentindo a água quente ficar fria.

 
Minha mão lentamente escorreu para o meio de minhas pernas mas antes de acontecer algo ouvi batidas na porta.


Susanoo - Bela dama, desculpe atrapalhar seu banho, mas você é alérgica a alguma coisa? - acordei com sua voz -


 - Sou alérgica a canela. - ouvi ele suspirar aliviado e frustrado -  Por que? 


Susanoo - Eu tinha feito pipoca doce com canela mas eu lembrei que Rudra tinha falado que você era alérgica a alguma coisa e vim conferir, fiquei com medo de te matar. - choramingou -

 
- Mas você pode comer, eu posso comer outra coisa. - ri do seu drama -

Susanoo - Não, quero comer com você, tem medo de algum filme? 


- Não tenho medo de nenhum filme, não se preocupe. - o ouvi murmurar algo impossível de escutar -



  Ele saiu e continuei o banho tranquilamente, tentei desviar a minha mente de tudo e apenas continuei a me lavar.





. . .



  Eu olhava para o filme na tela em minha frente, mas porque não conseguia prestar atenção? Por que eu só conseguia pensar no Shiva?  


  Meu peito começou a doer ao lembrar dele, não entendia por que fiquei tão triste sendo que a poucos minutos eu estava era excitada ao lembrar dele, abaixei minha cabeça com imagens do seu sorriso, suas palhaçadas de anos atrás, fechei meu punho com força tendo minha visão embaçada com as lágrimas, eu devo estar de tpm. 



Susanoo - Credo sua burra. - gritou com a mulher do filme - [Nome] você viu? Que mulher burra. - ele se calou - [Nome]? Meu Deusa, o que houve? Você está bem? Eu fiz algo? Desculpe, eu...  - ri do seu desespero o calando novamente -



- Não é você relaxa. - enxuguei as lagrimas que escorreram - Eu só lembrei de alguém que não queria. - sorri triste -


Susanoo - É ele não é? - o olhei confusa - A uva passa de quatro braços - Ri do apelido - 


- Sim. - sussurrei - 

Susanoo - Quer saber o que eu acho? - confirmei - Você o ama? 


    Fiquei calada sem saber a resposta de sua pergunta.


Susanoo - Sua mente te diz para esquece-lo mas seu coração o quer por perto? - confirmei - A confusão é o pior sentimento em relação a alguém, você o ama mas ao mesmo tempo o odeia, quer vê-lo morto mas ao mesmo tempo quer colocar uma aliança em seu dedo, mas quando se decide do que realmente quer e decide escutar seu coração percebe que aquilo só era ilusão. - sorriu fraco e triste abaixando a cabeça - As vezes você está no bosque certo mas está na floresta errada, viva como se fosse seu último dia, se tem perguntas sobre seus sentimentos sobre ele as responda sem medo, se no final você estiver apaixonada pela pessoa errada deixe tudo para trás e viva sua nova vida, mas lembra-se, aproveite cada minuto com ele, por que você não sabe se no final ele vai ser só uma estação. - me abraçou - 


  Retribui seu abraço e escondi meu rosto no seu peitoral sentindo um misto de emoções dentro de mim.   



A fatal lenda de uma sonhadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora