VIII

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Encarava o Shiva que comia tranquilamente junto as suas esposas e meu pai, no momento não encostei na comida apenas o encarando até que seu olhar veio ao meu. 


Shiva - O que foi? - me olhou confuso - 

- Uvinha. - sorri fazendo todos me encararem mais confusos - : Seu novo apelido, uvinha.- vi ele sorriu ao entender o porque do apelido - 




    Arrumava minhas coisas para ir embora junto com Rudra.


Shiva - Por que vocês não moram aqui? - fez bico - 

Rudra - Não podemos. - sorrimos -

Shiva - Então levam um presente, [Nome] poderia buscar ele comigo? - me olhou e confirmei - 


  Caminhamos até um quarto um pouco longe, quando chegamos ele me deu uma bolsa pequena. 

- Pronto? - o olhei que negou - O que mais tem? 


  Ele se aproximou me beijando, fiquei parada tentando raciocinado, pensei em para-lo mas nunca mais íamos nos ver novamente então retribui e fechei os olhos sentindo seu corpo me empurrar levemente contra a parede, Shiva pediu passagem para a língua e apenas aceitei mesmo sem saber o que tinha que fazer então apenas deixei ele comandar. 

 Sua mãos apertavam minha cintura enquanto as outras alisava minha bochecha, ao separar o Deus iniciou beijos nos meu pescoço, tentava não fazer barulho mas era praticamente impossível. 



- Melhor voltarmos, tenho que ir embora. - sussurrei - 


 Ele se afastou com um sorriso. 

Shiva - Certo vamos.




°°°



   Comia o doce que o Rudra tinha comprado enquanto observava as pessoas andando de um lado para o outro.



Rudra - No que tanto pensa? - me olhou dando uma mordida na sua comida - 

- Em nada. - dei os ombros - 


  Suspirei fundo inclinando a cabeça olhando para o céu claro. 

- Quando vamos voltar para casa? 

Rudra - Não sei, provavelmente amanhã. 



 Enquanto comia olhei para rua vendo o mesmo homem do baile do outro da rua me encarando, achei estranho mas não me importei muito.


 Estávamos no mundo humano, é incrível como que o Rudra gosta daqui, assim que terminamos voltamos a caminhar tranquilamente em direção a um lugar para dormir. 




°°°


- Será que irei ver o Shiva novamente? - sussurrei olhando para o teto - 


  Fechei os olhos deixando aquela ideia de lado, era óbvio que não iria o encontra-lo novamente e caso encontrasse não iri acontecer nada, aquilo tinha sido apenas uma brincadeira.

  Tentei dormir por mais que era impossível esquecer daquele beijo. 














Vilarejo divino
[ 3 anos depois ]




  Rudra - Querida você sabe que não precisa fazer isso. - repetiu - 

- Pai, eu preciso, não se preocupe comigo. - dei um sorriso confortante que não adiantou muito -



   Três anos atrás os Indianos queriam expandir seu território mas claro que não ia ser barato, por a Ásia ser o local mais perto decidiram fazer um acordo com os Deuses de lá, mas por os Asiáticos adorarem diversos Deuses de diversas mitologias complicou, felizmente ou infelizmente conseguiram fazer um acordo, em troca do país Asiático divino eles queriam uma alma para ser entregue a um Deus japonês para viverem para sempre e gerar herdeiros. Mas como os indianos são espertos não queriam que uma Deusa se casasse com ele pois misturaria as mitologias então me entregaram a ele, por eu ser uma humana não suportaria nem uma noite de lúxuria com um Deus, assim morrerei e não terá frutos deste casamento para romper a "paz". 


  Ao saber disso Rudra iniciou uma discussão em minha defesa mas pedi para parar, não queria confusão, desde então venho me preparando, não conheço aquele que irei me casar mas sinceramente nem me importo, só quero que acabe com isso logo.

E sobre o Shiva? A três anos não o vejo, a três anos fiquei me perguntando como ele teve coragem de concordar com isso, a três anos venho tentando esquece-lo, a três anos que me arrependo de ter aceitado quele maldito beijo. 


Serva - Senhorita, peço que se apresse, o seu futuro marido está a sua espera no jardim. - ouvi um voz feminina - 

Rudra - [nome].

- Pai. - o olhei vendo a pura tristeza no seu olhar - 

 Senti um abraço forte dele de puro carinho e preocupação. 

Rudra - Se ele fizer algo me avise que quebro a cara dele. - beijou minha testa - 


  Concordei com um sorriso. 


 Segurei em sua mão indo em direção ao jardim. 


Estou indo me encontrar com o meu futuro marido que nunca vi para comermos juntos e nos familiarizamos para a próxima semana que será o casamento. 

 Ao chegar no local vi Brahma, Hidra, Ganesha e o Vishnu, junto com outros Deuses que não conheço, creio que seja japoneses. 

 Ao entrar no local vi um homem vestido a um kimono se levantar e me encarar, seus cabelos pretos eram grandes e lisos, seus olhos azuis me olhavam com atenção junto a uma expressão neutra. 


Brahma - [Nome] esse é seu noivo. - disse sorridente -


 O tal noivo se aproximou de mim pegando minha mão e se curvando a beijando, após o ato seus olhos focaram aos meus com um sorriso discreto. 


Susanoo - Prazer bela dama, me chamo Susanoo. 




A fatal lenda de uma sonhadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora