𝐔𝐦𝐚 𝐃𝐨𝐜𝐞 𝐄𝐬𝐩𝐞𝐫𝐚𝐧ç𝐚 • 𝐓𝐨𝐦 𝐑𝐢𝐝𝐝𝐥𝐞

𝐃𝐨𝐜𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐨 𝐜é𝐮

Anastasia se achava a menina mais comum de Hogwarts. Ela não conseguia enxergar seus talentos, suas habilidades e sua beleza estava fora de cogitação. Então porque uma Lufa-Lufa comum seria relevante na mesa do salão principal para o grande Tom Riddle? Ele nem olhava para ela, mesmo que os olhos dela sempre estivessem perseguindo por ele, era definitivamente uma paixão não correspondida, e ela tinha certeza que não importava quantas coisas ela fizesse para impressionar ele, isso se tornaria um fracasso absoluto no final.

Ele tinha muitas sonserinas cheias de habilidades e de sorrisos brilhantes em volta dele, então não fazia sentido que ela tentasse impressionar ele.

Clementine e Vivienne eram as confidentes do segredo de Anastasia, o amor platônico que ela carregava por ele, Vivienne era a menos áspera, ela conseguia ser delicada com suas palavras e deixar o coração de Anastacia açucarado, talvez fosse Vivienne que estivesse alimentando as expectativas de sua amiga e deixando-a cada vez mais ansiosa por uma pequena conversa com o Monitor-Chefe. No entanto Clementine não era tão suave, ela era ríspida e sincera, ela sempre achou que fosse bobagem o amor dela pelo Monitor-Chefe, ou talvez a paixão que era confundida pelo amor.

Anastasia se inclinou na mesa dos texugos com olhos brilhantes e doces, ela estava completamente obcecada pelo Monitor, alucinada, seus pensamentos eram apenas sobre ele, ela não entendia como sua fome havia simplesmente sumido, era apenas ele que dominava sua mente, mastigando seus pensamentos como um cão feroz.

Ele. Apenas ele. Apenas ele. Ninguém mais.

Ela se lembrava que como ela escrevia todos os dias sobre ele em seu diário de como ele caminhava como um maldito aristocrata com uma coroa em sua cabeça. Deus, ele parecia um maldito rei.

Olhe para mim. Olhe para mim.

Anastasia pensava todos os minutos que ela vislumbrava a mesa da sonserina.

Ele não olhava.

" Maldito seja Merlin. " Anastasia xingou na mesa dos texugos. " porra. "

Alguns Lufas-Lufas se entre olharam com olhares julgadores, afinal não era comum um texugo xingar tão abertamente, você deveria ser fofo e leal o tempo inteiro, mas Anastasia pensava que o chapéu seletor havia colocado ela na casa errada se não fosse por sua família inteira pertencer a Lufa-Lufa.

" Xingue baixo, você sabe como nosso chefe de casa se comporta diante essas palavras. " Clementine lembrou sua amiga com repreensão.

" Oh clementine, porque ele só fala com aquele malditos capangas dele? " Anastasia resmungou. " Eu estou aqui olhando para ele, e ele nem me...."

" Querida, talvez estejam falando sobre a reunião dos Monitores, você sabe como ele é ocupado, com todas as responsabilidades de Monitor-chefe e aluno estrela, não espere que ele olhe para você tão abertamente. " Vivienne disse com um sorriso dócil.

" Eu não ligo. Ele não pode me ignorar pra sempre. Tenho certeza que ele já percebeu. " Anastasia disse praticamente levantando-se da sua mesa.

Anastasia tinha certeza que ela havia puxado ao seu pai, ela era altamente impulsiva, e as vezes nem pensava nas consequências. Mas quem sabe essa fosse a solução, "não pensar".

Ela só deveria se levantar e caminhar até a mesa das cobras, as malditas cobras traiçoeiras. Talvez ela fosse picada, cobras não eram confiáveis.

" Não faça isso, você vai se arrepender mais tarde Ana..."  Clementine tentou avisar.

Mas felizmente Anastasia ignorou completamente, mas apenas quando ela encontrou a mesa da sonserina, a realidade caiu sob seus pés brutalmente, estava tomado por tantas meninas que ela se encolheu quando notou.

Tinham todas as sangues puros que Tom convivia diariamente, ele deveria estar acostumado com a nobreza que a sonserina oferecia e seus privilégios, com garotas inteligentes e olhos acinzentados.

Malditos olhos acinzentados.

Não havia como escapar. Ela mesma foi procurar isso. Ela deveria estar preparada para as consequências.

Ela se aproximou com passos curtos e hesitantes.

Se ele já era uma verdadeira escultura grega de longe, Anastasia se surpreendeu quando deslumbrou ele tão perto.

Seus cachos escuros eram perfeitamente arrumados. E sua pele era tão pálida que parecia porcelana.

E ela não conseguia descrever como seus olhos eram tão profundos e como ela gostaria de escrever uma história apenas com oque o olhar dele transmitia.

Ela estava estática, sem gestos, sem nenhum som, apenas com todos seus capangas e o próprio Riddle olhando de uma forma completamente confusa e indiferente para ela.

Tom limpou a garganta em uma tentativa de tentar tirá-la de seu transe.

Anastasia tentou dar um meio sorriso envergonhado sem saber oque dizer.

" Acredito que.... você seja o Monitor-Chefe. " Anastasia disse o óbvio.

Ele não pareceu simpático, afinal ele nem sabia quem era Anastacia Willow, a pequena garota de vestes amarelas e um sorriso torto mal colocado em seus lábios.

" Eu quis dizer, eu sou Anastasia Willow. Você deve ter notado que sou Lufa-Lufa. " Ela colocou um sorriso mais confiante.  " Bem... Eu vê no quadro de anúncios que você está como tutor para Herbologia.."

Tom estava cansado de ser atormentado pelas meninas de outras casas para ele ser o tutor delas, afinal ele era o aluno estrela.

" Bem, eu tenho interesse em ser professora de Herbologia mais tarde, talvez você pudesse compartilhar seus conhecimentos comigo em suas aulas como tutor. " Ela disse entre os dentes.

Suas mãos tremiam e ela sentiu um nó no seu estômago. Talvez fosse o medo da rejeição.

E ele não perdeu nenhum detalhe de como a Lufa-Lufa padecia envergonhada e embaraçosa.

" Nem tente pedir suas aulas, ele já recusou três Grifinorias e duas Corvinais só hoje. Ele só aceita sonse...." O amigo de Riddle tentou falar.

Mas por algum motivo que Anastasia não sabia explicar. A perdição ou a salvação tocaram a maçaneta de sua porta. E ela foi aberta tão suavemente que Anastasia não soube entender se aquilo era algo bom ou ruim.

Sua voz despertou ela de seu devaneio. Ela era calmo e trouxe tudo oque Anastasia sempre desejou ouvir de seus lábios. Uma doce esperança.

Uma linda esperança.

A mais linda que ela poderia sonhar.

Mesmo que fosse o mínimo.

Ou o máximo.

Ele concordou.

" Esteja na biblioteca a partir das seis horas, assim que o sol estiver partindo. Não atrase. "