Enquanto a vida acontecia

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Todos nós compartilhamos dessse sentimento alguma vez na vida, isso claro se você não é um sociopsicopata ou qualquer merda similar. Um coração partido nos rouba a ideia de que algum dia amaremos de novo, de certa forma, você me roubou isso, Jhon.

- Se pudesse ir a qualquer lugar do mundo, para onde você iria?

- Depende, onde você iria?

- Crema na italia.

- Então eu iria para Crema ou qualquer outro lugar em que eu soubesse que você estaria lá.- Lembro-me de o encarar tão profundamente buscando qualquer resquicío de sentimento que pudesse caber naquelas palavras, me culpo por não confiar na minha intuição. Eu te enxergava.- Eu queria ter te atropelado antes.

- Digamos que você quase me matou para me dar uma vida  completamente nova no momento certo.- Você me deu uma vida nova, já que realmente você acabou me mantando.

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- Então eu tenho cheiro amadeirado e um sorriso que é capaz de arrancar o suspiro de alguém que a muito tempo já não sabia o que era respirar?- Que vergonha! Se essa minha situação não fosse completamente triste e com gosto de papelão eu provavelmente estaria curtindo estar esperando em uma fila de uma cafeteria acompanhada por Drew Starkey.- Bela escolha de palavras, Wild, gostei de como me descreveu.

- Eu não estava descrevendo você e sim uma ideia do que você seria.- Revirei os olhos.- Eu acho que mudei de ideia sobre o café, e sim, acho que ainda estou bêbada,  como eu saí assim de casa?

- Poderia ser pior.- Pausa dramática.- Sua camiseta ainda poderia estar ao contrário ou eu poderia realmente ter ido a sua casa acompanhado de um oficial de justiça.

- Ótimo, agora eu sou uma piada.- Suspirei.- Que bom que minha derrota te diverte, eu mereço.

- Wild, eu quero transformar seu livro em um filme adolescente que provalmente vai faturar milhões e você vai lucrar e ganhar uma visibilidade ainda maior como escritora, eu não chamaria isso de derrota. - Ele pagou pelo café, o minímo depois de me acordar antes das 12h, achei justo mesmo tendo sido livrada de um processo que inventei na minha cabeça pertubada. - Vai ser um sucesso.

- E eu só precisaria ceder a minha história, é isso? Qual a pegadinha?

- Você é bem desconfiada, não?

- É meu sentido aranha.

- Os médicos chamam isso de ansiedade.- Drew disse enquanto simulava uma tosse.- Mas agora falando sério, não existe pegadinha, eu gostei do livro, apresentei a ideia e agora quero que você forneça a história e...dirija o filme.- Acho que eu nunca tive grandes expectativas na minha vida, nunca sonhei tão alto e o máximo de esperanças que já circulou em meu corpo foi quando eu acreditei fielmente que a One Direction iria voltar em 18 meses. Meu ponto absurdamente alto foi o lançamento do meu livro e a ideia de que as pessoas realmente gostaram dele, agora Drew Starkey quer que eu dirija um filme sobre o meu livro? Nem um bilhão de vidas eu poderia acreditar nisso.- Não surta, Wild.

- Isso só pode ser brincadeira.- Quase derrubei o café em mim mesma.

- Não é brincadeira,  já disse, se tivesse lido o email não estaria tão chocada. E para ser bem sincero, adaptações de livros acontecem o tempo todo, mas geralmente atores não vão até as casas dos escritores para lhes fazerem esse tipo de proposta pessoalmente. Você só teve o azar de abrir a porta e se deparar comigo. - Azar? Será que esse homem tem noção do quão atraente é? Se dar de cara com ele foi azar eu adoraria quebrar um espelho e me abster da sorte.

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