Eu sinto

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Depois de um longo abraço, os dois se soltaram. Guilherme estava corado e Igor sem jeito.

-É, bem... Me desculpa, já tá na hora de eu me deitar. -Disse Guilherme, saindo do quarto, nervoso.

Igor o respondeu e sorriu. Sentou-se na cama e passou a mão na cabeça.

-Eu não entendo mais meus sentimentos. E Guilherme também não, com certeza. -Igor estava falando sozinho. -Tão rápido... Já vai fazer quase 4 semanas que ele está aqui....

Igor deitou-se e olhou para o teto, pensativo. Ele nunca tinha sentido uma atração tão intensa, principalmente por um garoto.
Guilherme, no seu quarto, se sentia inquieto. Seu coração batia forte, e suas mãos tremiam.

-É isso mesmo o que estou sentindo? -Pronunciou consigo mesmo. -Será que é amor?

Guilherme se jogou na cama e virou-se. Tentou dormir, mas ao lembrar de um dia tão cheio de emoções, pegou um pequeno caderno na sua gaveta e uma caneta. Começou a escrever.
A noite passa e o galo canta. Igor se acorda, toma banho e desce para tomar café.

-Bom dia a to... Hãn? -Igor não viu seu pai e Guilherme na mesa, como de costume, apenas sua mãe. -Mãe, cadê pai? E Guilherme?

-Aaah meu filho, eles foram para a cidadezinha aqui do lado, logo cedo. -Falou Lady. -Seu tio precisava comprar algumas coisas e pagar umas contas, e Guilherme foi com ele. Eles só voltam depois das 3 da tarde.

-Aaah sim, entendo. -Igor coçou a cabeça. -Vou me sentar, estou faminto!

Lady e Igor conversam um pouco.

-E o Guilherme, Igor? -Lady pergunta.

-Ahh mãe... O Guilherme? -Igor ficou sem jeito. -Ele ta se acostumando bem aqui na fazenda... Hoje faz 4 semanas que ele chegou.

-Vocês estão se dando bem? -Lady estava curiosa.

-Sim, até que estamos. -Respondeu Igor. -Mas a personalidade dele é um pouco pesada.

-Entendo... -Lady falou. -Ele é um menino muito gentil, conheço-o desde pequeno. Mas seu pai... Quando ele ligou para Irmão perguntando se ele podia trazer ele pra cá...

-Sim, mãe... -Igor queria saber mais.

-Nós aceitamos de primeira. Ele é um garoto que precisa de atenção e carinho, pois, sinceramente, ele não teve isso de seu pai. Começando pelo fato de que ele foi praticamente jogado na casa do pai. -Falou Lady, com um tom pesado e triste.

-Como assim, mãe?! -Exclamou Igor.

-Se me lembro bem... -Lady levanta a cabeça, num sinal como se tivesse tentando lembrar de algo. -Na época, ninguém podia ficar com ele, apenas seu pai. Guilherme ficou, desde então, mas sempre foi tratado como estranho.

-Mas, a senhora e meu pai? Vendo essa situação, por que não fizeram nada? -Igor perguntou, com um tom de preocupação.

-Nós não pudemos fazer nada. -Lady baixou a cabeça. -Não podíamos nos intrometer num assunto tão delicado, infelizmente.

-Entendo, mãe... -Igor ficou pensando naquilo.

Igor e Lady terminam de comer.

-Hoje é dia de lavar as cobertas! -Disse Lady, animada. -Igor, pegue as cobertas da sua cama e as da cama do Guilherme, vou fazer isso agora.

-Sim, mãe, já estou indo.

Igor sobe em direção ao seu quarto, pega as cobertas da sua cama e as dobra. Ele vai para o quarto de Guilherme pegar as cobertas de lá. Enquanto ele as puxa, vê algo caindo no chão.

Uma nova vida (Romance Gay/Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora