Inacreditável

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- Odeio ficar esperando! Por que você disse? - Guilherme riu.

- Vai ter que esperar! De hoje pra amanhã é um pulo.

Os garotos terminaram de arrumar as coisas por alí. Igor se despede do seu amigo canino, prometendo que voltaria mais tarde. Enquanto caminham, Igor diz:

- Não é todo dia que se faz 18 anos, não é mesmo?

- Concordo, Igor... O tempo passou tão rápido. Por exemplo, nem parece que já tem 3 meses que estou aqui.

- Nem percebi, digo, nem percebemos, não é mesmo? - Igor coçou a cabeça.

- Sim. O que mais me surpreende é que dez anos passaram tão rápido. - Guilherme sussurrou. - Para estar com alguém que realmente me entendesse.

- Dez anos? - Igor fez uma expressão de assustado, mas já deduzia o que era. O sentimento de culpa predominou, ele engoliu seco.

- O que houve Igor? O que te assustou? Foi eu? - Guilherme ficou confuso. - Desculpa, eu...

- Nada não, Gui. - Pôs a mão em seu ombro. Ele começou a se lembrar que tinha visto a foto deles naquele pequeno caderno.

- Você está com uma cara de culpado, Igor. Esconde algo? - Guilherme estava sério.

- Nada não, nada não! - Igor já estava nervoso. Ele suspirou. - Vamos pra casa. Como não temos nada a fazer mais por hoje, que tal sentar na varanda? Ver o sol se pondo, hoje com certeza será lindo.

- Eu adoraria! - Guilherme mudou de expressão rapidamente.

- Vamos!

Chegando lá, os dois se sentam. O sol se põe e o crepúsculo chega. Anoitece.

- Sabe Gui, tenho uma coisa para te confessar.

- O que, Igor? Pode dizer.

- Eu, bem, nem sei como dizer. - Igor estava desajeitado. - Eu mexi...

- Desembucha, Igor! Estou ficando nervoso já! - Guilherme segurou a sua mão.

- Então, eu mexi naquele seu caderninho. Mas não foi por mal! Eu juro! - Ele começou a suar. - Me perdoe! Eu só queria saber mais de você...

- Igor... - Guilherme estava de cabeça baixa. - Eu...

- Você pode me dar bronca, gritar comigo... Eu mereço! Minha curiosidade que gerou toda essa confusão! - Igor estava a ponto de chorar.

Guilherme se vira para ele, e dessa vez segura suas duas mãos. - Olha bem pra mim, Igor.

- Sim, Gui...

- Eu sabia que alguém tinha mexido lá. E eu já deduzia que teria sido você, mas resolvi ficar calado. - Guilherme estava sereno. - A única coisa ruim foi que eu passei uma imagem de menino coitadinho, e eu não queria que você sentisse pena de mim.

- Pena? Eu? - Igor falou. - Jamais, Gui! Eu até chorei quando li algumas coisas... Eu queria saber como te ajudar, como conviver com você... Sei que é errado invadir a privacidade de alguém assim, mas...

- Mas não precisa dizer mais nada. Eu entendo. Apenas da próxima, só pedir.

- Sério? - Igor sorriu. - Você não está com raiva de mim?

- Raiva de você? Nunca, Igor.

- Obrigado, Gui. Você é um amor. - Igor suspirava, depois do susto que passou. - Ah sim, como você descobriu?

- Simples. Sabe aquela foto? Então. Ela estava na metade do caderno, quando eu achei ela estava no final.

- Como fui descuidado! - Igor exclama. - Sabe, Gui, aquela foto...

Uma nova vida (Romance Gay/Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora