Chapter four

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Cassy


Morar na rua com certeza não estava em meus planos pro futuro, mas parece que a vida gosta de nos surpreender, e no meu caso foi do pior jeito possível

Eu não conheci minha mãe pois ela morreu assim que eu nasci por conta de algumas complicações durante o parto, e por esse motivo meu pai sempre me culpou pela sua morte. Depois que ela se foi ele se casou novamente, agora com Margaret minha madrasta
Nós duas nunca nos damos bem, ela sempre fazia de tudo para me atormentar e me deixar mal, mas eu não tinha escolha a não ser conviver com isso, eu era uma criança e não tinha pra onde ir. Eu cheguei a falar para meu pai mas ele disse que tudo aquilo era merecido
Quando eu completei onze anos Margaret engravidou, e nasceu Nicolas meu irmãozinho ou Nico como eu gostava de chama-lo. Seu nascimento foi a melhor coisa que me aconteceu desde então, eu me apeguei muito a ele simplesmente amava sua companhia. Ele tinha nascido com um problema no coraçãozinho o que fez com que tivesse que tomar remédio todo mês mas eu sempre tive fé que ele iria se recuperar

Nos meus quatorze anos meu pai morreu em um acidente de carro, eu não consegui me sentir triste por ele, mesmo sendo meu pai. Margaret vendeu a casa em que morava-mos e nos mudamos para Califórnia, e foi aí que as coisas começaram a piorar. Depois que nos mudamos ela começou a beber todo santo dia, ela saia e só voltava a noite, as vezes até acompanhada com alguns homens. Ela parou de cuidar de Nicolas então eu praticamente virei responsável por ele. Eu ficava quase sempre trancada com ele no quarto quando ela estava em casa, não queria que presenciasse tudo aquilo, mesmo sendo pequeno sabia que ele entendia, era um menino esperto

Eu tive que começar a trabalhar ja que ele não podia ficar sem os remédios, e como Margarete não ligava mais para ele. Então consegui um emprego como garçonete em um bar, o dinheiro era pouco mais ajudava. Quando eu ia para o trabalho o deixava com a vizinha ao lado pois não confiava em Margaret. Eu até comecei a juntar uma grana pois queria sair daquela casa com ele. Mas alguns meses depois da morte do nosso pai Nicolas teve um ataque no coração, ele ficou internado no hospital e eu não sai do lado dele por nada, eu lembro bem que me ajoelhei e orei pra Deus não levar ele. Mas então seu quadro piorou e eu perdi meu menininho

Eu achava que não poderia ficar pior, mas pelo jeito estava errada. Como eu faltei no trabalho para ficar no hospital com ele eu fui demitida, e depois que Margaret ficou sabendo ela me bateu, me bateu como se não houvesse amanhã, aquele foi o pior dia de toda minha vida. Depois de tudo aquilo eu me tranquei no quarto e chorei, a tristeza já inundava meu coração e tudo que eu queria naquele momento era sair daquela escuridão que me cercava. Eu senti vontade de desistir, de acabar com tudo aquilo de uma vez, mas aí eu pensei no meu irmãozinho, ele havia perdido a vida e eu não iria desperdiçar a minha assim, então decidi viver por ele, fazer tudo que ele não pode fazer

Semanas depois de tudo aquilo eu me deparei com a casa completamente vazia, eu fui ao quarto de Margaret e estava tudo vazio, suas roupas e seus pertences não estavam ali.
Ela havia ido embora, me deixado sozinha e ainda por cima levou o meu dinheiro que eu estava juntando. Alguns vizinhos que descobriram que ela havia ido denunciaram as autoridades e eu não tive escolha a não ser fugir, até porquê eu não queria ir para um orfanato e ser adotada por algum estranho

Três anos e desde então eu moro na rua, confesso que no começo foi bem difícil. Depois de ter fugido eu descobrir que minha madastra estava devendo um dos traficantes mais perigoso da cidade, e pra deixar tudo melhor a dívida que ela fez segundo ele havia passado para mim, então agora eu é quem tinha que paga-lo. Ele estava sempre me cobrando quando tinha oportunidade então tive quer dar um jeito de conseguir o dinheiro logo
Eu sempre fui rápida desde pequena então usei isso ao meu favor. Eu conseguia pegar coisas sem que ninguém percebesse e isso me ajudou muito. Assim eu consegui pagar metade da dívida dela, mas ainda faltava muito mais e eu não podia parar

As coisas não andavam tão boas de uns meses pra cá, eu comecei a me sentir mal ultimamente, me sentia enjoada e fraca, as vezes até desmaiva do nada assim como aconteceu hoje. Mas tinha que ter sido bem na frente daquela maldita polícia? Agora ela estava na minha cola e eu tinha que arrumar um jeito de despista-la

Após ter fugido do hospital eu voltei para o galpão abandonado onde eu ficava as vezes, não era nada confortável mas era o que tinha. Acendo uma fogueira que servia para me esquentar e me deito num lençol velho puxando algumas caixas de papelão para me embrulhar, pego minha chupeta e ponho na boca começando a suga-la. Sei que parece estranho alguém da minha idade chupar chupeta mas aquilo era meu ponto de conforto, parecia que tudo sumia quando eu a colocava na boca e aí eu esquecia todos os problemas. Além disso aquela chupeta era muito especial para mim, era a chupeta que meu irmãozinho usava, então eu nunca largava ela, era meu tesouro mais precioso

(...)





Espero que gostem, e me desculpem qualquer erro

Sweet troubleOnde histórias criam vida. Descubra agora