Capítulo 3

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POV: LUIZA

Não conseguia mais ouvir a voz de ninguém, só havia ela naquele momento, seus cabelos estavam extremamente lisos, o vestido preto de alças finas colado em seu corpo maravilhoso, a maquiagem leve de olhos mais marcados e a boca vermelha lhe dava um ar sexy demais, os olhos encontraram os meus e eu tive a certeza que ainda amava aquela mulher com tudo que havia em mim, que ninguém nunca havia ocupado seu espaço e nunca vai ocupar em meu coração e em minha alma. Ela não sorriu para mim e eu nem esperava que o fizesse, mas desejava e desejava demasiadamente, seguiu seus olhos pelo meu corpo até voltar a encarar meus olhos de um jeito frio demais, mas ainda assim eu conseguia sentir algo ali naquele olhar. Voltei a realidade quando sua namorada cumprimentou Priscila que sorriu satisfeita de ter o casal ali, me cumprimentou com dois beijos de cada lado do rosto e Valentina se limitou a apertar nossas mãos. Quando seus dedos tocaram os meus senti uma corrente elétrica passar pelo meu corpo e a observei se afastar ainda mais do que já estava de mim, não esperava que fosse diferente., mas doía que fosse assim. Ela se manteve o mais distante possível e eu até que agradecia por isso, tê-la tão próxima a mim poderia me levar a fazer uma loucura na frente de todos...

- Fico feliz que tenham vindo! Espero que gostem da festa e apreciem as obras. - Disse verdadeiramente feliz com a presença delas. - Perdoem-me pela falta de modos... essa é uma grande amiga, Eduarda. Eduarda, essas são Natalie e Valentina... - Disse ás apresentando.
Se cumprimentaram educadamente e Eduarda fez o favor de chamar um garçom que passava no momento para pegar taças para o casal.

- Vamos todas brindar ao sucesso da Galeria Campos Art! - Eduarda levantou o brinde e Valentina me encarou rapidamente antes de virar a taça quase completamente.

Eduarda sorrio de canto observando nossa pequena interação, me olhou profundamente me inspecionando e depois sorriu abertamente para as mulheres a nossa frente, com sua melhor expressão animada. Era uma sínica de primeira.

- Estamos felizes de estarmos aqui, Luiza e sem dúvida alguma vamos levar alguma obra para casa, é tudo e extremamente lindo e intenso. - Natalie disse e passou o braço pela cintura de Valentina que apenas observava tudo em silêncio, meus olhos não puderam evitar o contato de sua mãos em Valentina, entretanto apenas sorri agradecida com sua fala.

- Fico, realmente contente com isso, Natalie. -Disse sincera. - Fiquem a vontade para conhecer tudo, alguns artistas inclusive estão aqui está noite.

Eduarda me olhava atentamente e seu sorriso era frouxo para mim, sentia que ela viria me bombardear de perguntas quando tivesse a oportunidade, mas não lhe daria brechas por agora, deixaria sua curiosidade para depois. Não demorou muito para que eu acompanhasse o casal pela visita às obras, elas olhavam atentamente cada, pintura, cada escultura, cada fotografia... meus olhos vez ou outra escapavam para Valentina, estava linda demais e eu não conseguia manter meus olhos longe por muito tempo, Eduarda e Priscila haviam ido cumprimentar alguns conhecidos enquanto eu acompanhava o casal de perto. Paramos frente a uma escultura lapidada em mármore, era a silhueta de uma mulher, mas em seu peito esquerdo havia um buraco que a atravessava, Valentina ficou alguns minutos encarando a obra, observei depois de um tempo Natalie se afastar e ficamos apenas nós duas a uma distância segura...

- Sabe... essa mulher me faz pensar na dor de ter o peito perfurado... atravessado! - Sua voz soou amarga e meu estômago se contorceu em agonia, eu sabia que estava falando de si mesma. Minha garganta secou. Seu rosto machucado se virou para mim com um sorriso triste nos lábios. Eu só queria poder desaparecer com toda essa dor que eu mesma causei, mas eu não poderia...

- O que você foi fazer na minha casa, Luiza? O que você pretendia? O que você quer?

As perguntas me bombardearam e eu prendi a respiração encarando seus olhos tristes... O que diabos eu achava que estava fazendo indo a sua casa? Achava mesmo que iria fazer algo de bom com isso? Não! Eu não achava isso, mas meu egoísmo e desejo de vê-la foram maior e então eu fui... Fui sem medir as consequências e apenas sendo uma egoísta, eu era uma fodida egoísta.

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