Ramiro esperava preocupado no cantinho deles, amassando o boné entre as mãos, após receber um áudio de Kelvin pedindo que viesse com urgência. O loiro veio correndo e ofegante, precisando de uns instantes para recuperar o fôlego.
- Que aconteceu, Kevinho, fala logo... - o peão estava agoniado.
- Rams, se prepara... eu encontrei o tesouro da Cândida! - anunciou o rapaz, ainda um pouco sem ar.
- As barras de ouro?
- Não... Você acredita que as barras eram só pra despistar os enxeridos? Na verdade, tinha um fundo falso no armário, e uma bolsa bem cheia de notas.
- E ocê já passou a mão, né, safada? - o moreno questionou com um sorriso malicioso.
- Mas é claro... Vamos mudar nossa vida, Rams! - Kelvin estava eufórico.
- Nóis? Mas ocê achou o dinheiro... - Ramiro fez aquela cara de menino ingênuo.
- A gente tava junto atrás desse tesouro. Jamais ficaria com ele só pra mim. Até porque também quero que você melhore de vida, pare se humilhar pra aquele La Selva... - explicou o loiro com um jeito sonhador e apaixonado.
- Sério, Kevinho? Vai dar pra eu comprar uma terrinha pra mim? - o moreno estava comovido.
- Acredito que sim - Kelvin confirmou com convicção, feliz pelo outro.
- Mato Grosso do céu, é bom demais pra ser verdade! - os olhos do moreno brilharam.
Kelvin olhava encantado para o peão, achando linda a alegria dele, e não resistiu:
- Acho que eu mereço um apertão especial, não mereço?
- Merece sim. Vem cá - concordou prontamente Ramiro, já levando a mão para a cintura do outro.
Depois de dois apertões mais lentos do que o costume, mais carinhosos, o peão envolveu a cintura do loiro com os braços e o balançou num abraço apertado e caloroso, enquanto comemorava:
- Vamo sê patrão, Kevinho!
Kelvin nem conseguia responder, atordoado com aquela proximidade. Quando Ramiro percebeu que estava perigosamente próximo dos lábios do outro, afastou-se meio sem jeito.
- Eu tenho que voltá pro trabaio, né? - falou olhando para o loiro, com um uma expressão de quem queria ficar.
- Por enquanto. Volta à noite, que todo mundo vai estar ocupado no bar, e vamos dividir esse dinheiro com calma... no meu quarto - o mais jovem tinha um olhar de expectativa.
Ramiro ficou sério:
- Eeeeê, eu sô macho, que vão falá se eu ficá trancado no quarto com outro macho?
- Foca no dinheiro, Rams. Pelo menos agora eu não pensei em outra coisa. Ou você pensou? - Kelvin provocou.
- Cê larga de ser safada... - o moreno sorriu - Tá certo, logo mais à noite, eu vorto - ele entrou na caminhonete e esticou o braço pela janela - Vem cá.
O loiro se aproximou, e o peão deu-lhe mais um apertãozinho, dizendo num tom doce:
- Tchau, Kevinho.
- Tchau... - Kelvin murmurou, sentindo o corpo todo mole, a ponto de precisar ficar parado por alguns instantes enquanto a caminhonete sumia na estrada.
Naquela bolsa, além do dinheiro, Kelvin também descobriu um segredo de Cândida: o bar não era dela no papel, mas tornara-se dona na prática graças a uma troca de favores com um cliente importante.O loiro então procurou o proprietário oficial e fez uma proposta de compra. Após alguma negociação com muita tentativa de pechincha por parte de Kelvin, fecharam negócio.Depois de tudo registrado em cartório, o rapaz entrou no bar todo altivo, e só desceu um pouco os óculos escuros para encarar os amigos:
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Spring Star
FanfictionApós encontrar o tesouro de Cândida, Kelvin compra o bar e transforma em uma casa de shows. Ele cria uma persona drag para se apresentar, e mexe muito com os sentimentos de Ramiro. (Fic passada num fio narrativo alternativo, partindo da busca pelas...