𝅄২Two -The Island

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𝅄Melissa D'Laurent𝅄

Los Angeles
15 de Junho, 2020


Após algumas horas chegamos a ilha particular da família Locatelli, Annie praticamente correu para fora do iate, sua animação era perceptível, ela amava esse lugar.

— Vai com calma Annie, a ilha não vai sair daqui. — Victor desceu logo após Annie e parou ao seu lado.

— Eu sei, mas quero aproveitar cada segundo desse lugar. — disse com um enorme sorriso em seus lábios.

Peguei as minhas coisas e logo em seguida saí do iate pisando naquela areia úmida, devido a proximidade com a água.

Esperei até que todos descessem e fomos juntos até a enorme mansão, que já conseguia ser avistada mesmo de longe.  Ao entrarmos no local deixei que o meu olhar vagasse por todos os cantos, observando bem e vendo que tudo estava igual desde a última vez que estivemos aqui.

— Senti tanta falta desse lugar — deixei um sorriso se formar em meus lábios ao final da frase e subi as escadas para o segundo andar, que era onde se localizava o meu quarto.

Adentrei o local e observei as fotografias coladas em minha parede, eram lembranças de todas as vezes que estive aqui. Sempre frequentei esse lugar desde criança, todos os verões venho aqui, acho que essa é a minha parte favorita do ano.

Entrei no meu closet e já pude ter a visão dos biquínis que tenho colecionado nesse lugar desde a minha infância, muitos não servem mais em mim, enquanto outros não fazem mais o meu estilo, mas eu nunca iria me desfazer deles, sempre fui muito apegada a memórias.

Memórias, são a única coisa que restarão quando nossas fases e momentos passarem, as vezes tia Louise diz que eu vivo muito no passado e que algum dia isso pode me machucar, mas eu não acho que isso vá acontecer, as memórias fazem parte de quem somos.

Abri o meu porta-jóias e sorri ao encontrar o colar de pêssego que achei ter perdido da última vez que vim aqui, eu nunca o tirava, era uma lembrança importante para mim, era Killian quem havia me dado no meu aniversário de 11 anos, quando eu quase morri devido a minha intolerância a pêssegos.

Eu sabia que não podia comer a fruta, mas sempre tive uma obsessão doentia por pêssegos, eu sabia que me fazia mal, mas mesmo assim era a minha fruta favorita.

Inicialmente, os sintomas eram apenas um leve desconforto no estômago, lábios inchados e avermelhados, mas nesse dia em especial, senti tonturas e como se minha garganta estivesse se fechando, impossibilitando a minha passagem de ar, tive a certeza de que iria morrer, mas Killian chegou no momento certo, ele me salvou, e desde então me chama por o nome da fruta que quase me matou.

Talvez seja uma forma de tentar me irritar, ou zuar o acontecido, mas eu amo quando ele me chama assim, sinto que de alguma forma sou importante para ele, que ele se lembra de algo relacionado a mim. Eu sei que isso não é nada, eu realmente não entendo porque me sinto assim, é como se cada vez que ele falasse comigo turbilhões de emoções tomassem conta de mim, acho que isso é o amor.

[...]

Já era noite, passei todo o resto da tarde organizando o meu quarto, e assim que saí, tia Louise me chamou para a ajudar com o jantar, ficamos conversando e preparando a refeição.

Ao finalizar, todos se sentaram a mesa, os meninos ficaram conversando e fiquei observando Killian como eu sempre fazia.

— Killian. — seu pai pronunciou seu nome, assim ganhando sua atenção — Já está se preparando para sua próxima luta?

𝐄𝐌𝐏𝐈𝐑𝐄 𝐎𝐅 𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora