Capítulo 8 - A Quimera, o Grifo e os passarinhos

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Desde que entrara para a Academia Éden aos seis anos, Loid gostava de olhar para Yor

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Desde que entrara para a Academia Éden aos seis anos, Loid gostava de olhar para Yor. Somente no segundo ano ele havia criado coragem para ir falar com ela, em partes porque seus amigos estavam sempre por perto, falando coisas que crianças de seis anos falam sobre garotas – como elas são bobas e nojentas –, em partes porque não sabia o que dizer. Foi naquele ano que Loid finalmente trocou algumas poucas palavras com ela e somente sua seriedade impediu que Frank e os outros ficassem tirando um sarro dele.

Conforme os anos passaram, ele e Yor construíram aos poucos uma amizade sólida, Loid não conseguiu evitar a zoação para sempre, ouvindo coisas como "você tem uma namoradinha" e "o Loid tá namorando" e "tá todo apaixonadinho", mas depois de um tempo isso deixou de incomodá-lo, e depois de muito tempo, agora aos dezesseis anos, os amigos até se acostumaram em vê-lo constantemente com a garota, nem se importaram de tê-la como companhia em alguns almoços ou visitas a biblioteca.

Mas havia um pensamento velado entre os amigos que, em respeito a Loid, nenhum deles jamais tocou no assunto – pelo menos não na frente dele. Yor não era a garota mais bonita da escola e Loid tinha todas elas aos seus pés – afinal, ele era muito bonito. Ela tinha um destaque assustador em educação física, e ele era bom não só nos esportes, mas também nas artes e na música. Ela tinha notas de médias a ruins e vivia se esquivando de tonitrus, uma vez que já tinha quatro deles, enquanto ele era excepcional em todas as disciplinas, se tornando um Escolar Imperial muito cedo e tinha mais stellas do que poderia desejar.

Então era óbvio que eles se perguntavam: o que ele via nela?

Eles eram adolescentes, com hormônios a flor da pele, onde os garotos deixavam de pensar tolices de infância sobre garotas e pensavam em tolices de adolescentes, enquanto o mesmo se sucedia com garotas. Logo, todas olhavam para o bonito e excepcional Loid Forger e se faziam a mesma pergunta – o que ele via em Yor Briar?

Àquela altura era mais do que óbvio para todos que eles gostavam um do outro.

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Loid estava no pátio com os amigos, sentados embaixo de uma árvore, aproveitando sua sombra. Eles reclamavam sobre a última aula e xingavam entre si a Velha do Tonitrus, enquanto Loid tinha a cabeça apoiada numa árvore, sem realmente prestar atenção na conversa. A posição despreocupada, no entanto, não combinava com seu olhar, nem com a leve ruga que se formava entre suas sobrancelhas. Os amigos estavam olhando para ele, lhe perguntando o que o preocupava, mas ele nem mesmo tinha ouvido.

Do outro lado do pátio Yor passava com seu grupinho de "amigas" – se é que se podia chamar aquele grupo de cobras desocupadas como a Sheron e a Camila de amigas – andando ligeiramente atrás delas, carregando um caderno na frente do corpo, também pensativa.

Mas como se pudesse sentir um olhar sobre si, ela olhou diretamente para onde estava Loid e seus amigos. Eles trocaram um olhar demorado e ela desviou o rosto como se não fosse nada demais.

Amendoins, trovões, ovelhas e outros contosOnde histórias criam vida. Descubra agora