Etoiles queria saber o porquê o seu vizinho sempre lhe ignorava, mas quando descobriu, acabou descobrindo um novo mundo, onde só ele e o baixinho com bochechas arrendondadas poderiam interagir.
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Os cabelos escuros acompanhavam o vento forte, deixando alguns fios totalmente bagunçados; algumas gotículas de suor escorriam pela pequena face avermelhada do garoto, combinando com as suas bochechinhas semelhantes a um bolinho, que também estavam vermelhinhas; moletom azul um pouco sujo com terra e shorts brancos totalmente encardidos: este era o estado da pré-adolescente de 12 anos chamado Pac.
Jogar vôlei sempre foi o hobby para o adolescente amadoro de Pac-Man; era um esporte que não necessitava muito de barulho para saber o que estava acontecendo, fora que exigia muita agilidade, coisa que o menino tinha de sobra. O adolescente pequeno gostava de jogar vôlei, mas se tinha algo que ele gostava mais do que o esporte era passar tempo com a seu amigo Etoiles.
Diferente do brasileiro, o francês já não era tão bom no vôlei, mas sim ótimo em futebol e futsal. Por isso, diariamente os dois combinavam de se encontrar naquele parque em que se conheceram para matarem o tempo juntos; se fosse com futsal ou vôlei, ou então com qualquer outra coisa, o que importava para os dois jovens não era o que iriam fazer e sim o fato de eles ficarem juntos, rindo do nada e chorando por chorar. Quando crianças, criaram um mundo apenas para elas e este mundo havia se tornado o conforto das duas.
- E aí? Feliz que aprendi libras? - Etoiles gesticulou e sorriu, fazendo o mais novo rir.
- Já estava na hora! Não aguentava mais escrever! - Pac respondeu com outro gesto em suo.
Libras é a língua de sinais brasileira; atualmente o mais velho estava fazendo um curso sobre isso apenas para se comunicar melhor com o amigo, aliás, queria poder se aproximar cada vez mais do garoto com bochechinhas arredondadas.
A cada dia que passava na vida do francês com cabelos brancos bagunçados, ele sentia-se mais atraído pelo baixinho com a franja um pouco grande. Mas quem poderia culpar Etoiles? O brasileiro ficava mais fofo a cada segundo que passava; seu corpinho coberto por um grande moletom azul com estampa de Pac-Man o deixava abraçável; sua franjinha cobrindo uma parte de seus lindos olhos, que assim como o resto do corpo do menino, eram fofos: a cor escura daqueles hipnotizantes olhos prendiam totalmente a atenção do garoto, assim como o formato adorável daqueles hipnotizantes olhos grandes. As bochechas do baixinho eram uma tentação para o francês que a todo momento, queria apertá-las. Aquilo era um fato: Pac era adorável aos olhos de Etoiles.
O mais velho não era sonso, muito menos bobo para não saber o que estava sentindo pelo caçula; desde os seus 9 aninhos de idade tinha consciência de que amava muito Pac e que queria tê-lo como namorado, mas também tinha noção que precisava respeitar o tempo do brasileiro. E era isso que estava esperando: Pac retribuir os seus sentimentos.
- Topa uma partida de vôlei? - O moreno com franjinha grande perguntou com um sorriso determinado. Sorriso que trouxe mais alegria ao coração do apaixonado Etoiles, que sentia-se cada vez mais perto da perfeição a cada sorriso dado pelo brasileiro.
